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“On The Run Tour”: Leia a nossa resenha sobre a estreia da turnê de Jay Z & Beyoncé


"On The Run Tour: Beyonce And Jay-Z" - Opening Night In Miami Gardens
O POPline assistiu ao show de estreia da “On The Run Tour” à convite da Sony Music Brasil

A On The Run Tour começa com uma mensagem no telão: “This Is Not Real Life” (Isto Não É Vida Real). Beyoncé e Jay-Z, que brincam com a ideia de fuga desde a sua primeira colaboração em “Bonnie & Clyde”, parece que permanecem fugindo o tempo todo daquilo que os compromete. Seja dos papparazzi e a indústria do entretenimento, da competição com outros artistas, ou da atenção pública em si, Jay-Z e Beyoncé parecem sentir a necessidade em dizer que existe “fantasia” e existe “realidade”.

O show é uma grande viagem dentre experiências fantasiosas e reais, que segue ‘back-to-back’ numa troca dinâmica entre os dois artistas. Eles se encontram em alguns momentos para cantar músicas dos dois (como “Upgrade U”, “Crazy In Love” e “Drunk In Love”), mas a maior parte do show segue num entra-e-sai entre Beyoncé e Jay-Z. Você se sente assistindo a dois grande shows simultaneamente, zapeando freneticamente entre um e outro. Como os dois têm individualmente muitas faixas de sucesso, o espetáculo não deixa a peteca cair em nenhum segundo.

Eu já fui a muitos shows nos EUA, e inclusive assisti à Sticky & Sweet Tour da Madonna neste mesmo estádio (Sun Life Stadium) em 2008, mas eu nunca tinha visto um público tão enlouquecido. Sempre há garotinhas chorando, caras dançando, pessoas gritando… Mas a On The Run Tour foi diferente. Apesar de não estar completamente esgotado, o show teve uma intensidade que qualquer estreia merece. O público que estava sentado no setor “ground”, de frente ao palco, passou o show inteiro não apenas de pé, mas de pé em cima das cadeiras! Nos EUA, isso é muito surpreendente, e também me deu a oportunidade de exercitar as pernas enquanto tentava me equilibrar na cadeira durante o show inteiro.

Assista a 15 vídeos com trechos do show.

Houve, sim, certa alienação em alguns momentos. Afinal, convenhamos: os fãs de Beyoncé não necessariamente gostam do material do Jay Z, e vice-versa! O público permaneceu em êxtase durante as duas horas e meia de show, mas foi evidente que os fãs de Beyoncé ficavam quietos durante Jay Z, e os fãs de Jay Z ficavam mais calmos durante Beyoncé. Acredito que “Bonnie & Clyde”, “Drunk In Love” e o medley entre “Forever Young” e “Halo” foram os únicos momentos em que 100% da plateia estava sem piscar. Os fãs de Jay Z eram machos demais para “Single Ladies” e “Run The World”, e as fãs de Beyoncé devem achar “99 Problems” e “Izzo (HOVA)” muito agressivas.

Depois de duas horas de muita dança, rap e pura diversão, Beyoncé e Jay Z foram pro meio do público (num palco central) e começaram a parte final do show, que iniciou com “Part II (On The Run” e deu espaço para “Forever Young” e “Halo”. O telão, nesta última parte, exibiu vídeos extremamente pessoais do casal, como a festa de casamento, viagens, momentos em casa, e muitos registros da Blue Ivy. Neste momento, o casal cantou de costas pro público, assistindo às imagens que o telão passava do palco principal. Depois que tudo isso foi concluído, começaram os instrumentais de “Lift Off”, e outra mensagem apareceu no telão: “This Is Real Life” (Isto É Vida Real).

Esta frase, acompanhada do gesto de dar as costas pro público para curtir seus vídeos pessoais, deixa clara uma mensagem: esta é a vida real de Jay Z e Beyoncé, além da fantasia que eles puderam oferecer durante as duas horas anteriores. E eles serão sempre fugitivos da perversa indústria que tenta misturar as duas coisas.