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“Não guardo mágoas”, diz Bárbara Borges sobre Marlene Mattos e época de Paquitas

Ao POPline, Bárbara Borges fala sobre expectativa para documentário “Pra Sempre Paquitas” e sua experiência nos programas da Xuxa.
"Não guardo mágoas", diz Bárbara Borges sobre Marlene Mattos e época de Paquita
(Foto: Instagram @eubarbaraborges)

A atriz Bárbara Borges está tão ansiosa quanto os fãs para ver o documentário das Paquitas, que estreia no dia 16. “Eu também era fã e vivi o mesmo sonho que uma geração”, diz ao POPline. A expectativa geral é que a série “Pra Sempre Paquitas” esmiúce os bastidores dos programas da Xuxa e aborde os abusos morais que as assistentes de palco sofriam nas mãos da diretora Marlene Mattos. Bárbara, no entanto, não tem rancores.

"Não guardo mágoas", diz Bárbara Borges sobre Marlene Mattos e época de Paquita

(Fotos: Webert Belicio/ Agnews / Instagram @eubarbaraborges)

“Era o sistema, por isso que não guardo mágoas. O que eu tinha que trabalhar na terapia, eu trabalhei. Estou muito bem resolvida com tudo. Com a maturidade, com o olhar que tenho hoje, entendo [tudo que vivi]. Eu entrei em uma engrenagem que já estava em andamento. Você faz parte daquilo. É uma peça dessa grande engrenagem. Era um sistema da época, das décadas de 1980 e 1990. Depois as coisas foram evoluindo”, analisa a atriz e vencedora de “A Fazenda”.

Relatos das Paquitas sobre Marlene Mattos incluem controle rígido do peso, críticas gerais à aparência, fiscalização da vida pessoal, xingamentos, castigos, suspensões e ameaças de demissão. Bárbara trabalhou como Paquita no “Xuxa Park” e no “Planeta Xuxa” nos anos 1990, antes de deixar o grupo para se dedicar à carreira de atriz. Para ela, o saldo foi positivo.

“A gente nunca perde. A gente sempre ganha e aprende. A mensagem é essa”, diz.

"Não guardo mágoas", diz Bárbara Borges sobre Marlene Mattos e época de Paquitas

(Foto: Instagram @dezzacruz)

Confira os destaques da entrevista com Bárbara Borges!

Como era ser Paquita

“Foram quatro anos de aprendizado. E aí não é aprendizado com Xuxa, aprendizado com Marlene… É aprendizado entre nós como grupo, sabe? Que me enriqueceu muito. Eu ganhei muito, o que significa que vivi muita coisa, tanto boas quanto ruins. Enfim, o que é ruim, né? Mas são situações em que eu me senti mais desafiada. Situações em que sofri, senti um pouquinho, mas que foi importante para meu crescimento. A vida é assim. Para mim, foi a minha base, porque se não fosse o rigor, a disciplina que a Marlene também exigia da gente, eu não teria aprendido tanto como aprendi. E com a Xuxa, eu aprendi tanto sobre a relação dela no palco, sobre o jeito dela de ser, e a forma como ela se põe, a postura dela. Eu aprendi olhando, observando, tendo ali a convivência com as meninas que faziam parte do grupo comigo”.

Realização de um sonho

“Ser Paquita foi minha primeira conquista pessoal. Foi o primeiro momento em que eu, uma menina até então insegura, com várias questões de autoestima, consegui ter uma segurança enorme, conseguir ter a minha primeira conquista, fazer a realização de um sonho por mim mesma. Não foi indicação. Eu até tinha medo: ‘será que alguém indica?’ Mas fui no meu ímpeto, na coragem, no sonho mesmo, e aquilo se realizou. Para mim, foi a minha base.

Relação atual com Xuxa e Marlene Mattos

“Falo com as duas, sim. Eu nunca deixei de… Não foi uma relação de amizade, mas todas as vezes em que estive com ambas, sempre foi uma relação de carinho, de reconhecimento, ‘como você está?’. Não é amizade, mas tem um bem-querer muito grande. Ao longo da vida, cada uma vai indo para seus objetivos. A vida é muito acelerada. Mas são pessoas as quais tenho muita gratidão”.

"Não guardo mágoas", diz Bárbara Borges sobre Marlene Mattos e época de Paquitas

(Foto: Acervo Pessoal)

O documentário das Paquitas

“Gravei meu depoimento no início ano. Eu sempre falei, eu nunca deixei de falar com as pessoas sobre a época de Paquita, porque para mim é muito mais do que somente a minha experiência. Eu fui fã das Paquitas, eu vivi o mesmo sonho que uma geração, porque eu assistia. Eu também era público, telespectadora, que cresci assistindo ao ‘Xou da Xuxa’, amando a Xuxa, querendo estar ali atrás com ela. E amando as Paquitas também. Eu queria ser uma delas, né? Queria, de alguma maneira, me parecer com elas. Ser Paquita, para mim, foi uma grande escola, uma grande base no que eu sou hoje como profissional”

Como seriam as Paquitas na era das redes sociais

“Imagina o que seria! Eu penso às vezes. Fico imaginando o que seria se, naquela época, tivesse todo esse movimento digital, que distribui muito mais. A gente era muito mais limitado à TV. A TV era o que dava projeção para o artista. A gente tinha, claro, os veículos, o teatro, que é uma coisa mais concentrada. E hoje a gente tem Internet. Imagina, né? Às vezes fico pensando como seria o fenômeno que foram Xuxa e Paquitas naquela época, com o mundo digital de hoje”.

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