Profissionais do setor do entretenimento e da cultura se reuniram na Avenida ACM, em Salvador, para reivindicar uma resposta do poder público diante da falta de planejamento para o setor, que está sem trabalhar a 11 meses.
Empresários, músicos, produtores, roadies, técnicos de som e luz, seguranças e muitos outros trabalhadores participaram do evento, que contou com um trio elétrico e críticas por meio de encenações. No dia em que o carnaval começaria a agitar a capital baiana, um rei momo recebeu uma panela vazia ao invés da chave da cidade, simbolizando a crise pela qual o setor passa.
O grupo de 3 mil pessoas (de acordo com a organização) alega dificuldades financeiras diante com a falta de trabalho. A pandemia da Covid-19 impôs regras e restrições que obrigam o distanciamento social e, portanto, a suspenção das principais atividades do ramo como shows e festas.
O cantor Xandyy compartilhou uma reportagem que mostrava o protesto em Salvador e escreveu:
Hoje, exatamente no dia em que os profissionais da música e grande parte da cadeia do entretenimento começaria a grande jornada de trabalhos dentro do carnaval, houve mais uma manifestação na busca de atenção, uma solução para o setor, que já se encontra nas últimas gotas de sangue.
Sem Carnaval, Salvador perde mais de R$ 1,8 bilhão de receita
Em condições normais, o Carnaval de Salvador estaria começando nesta quinta-feira (11). Os trios já estariam estacionados em fila nos Circuitos Dodô e Osmar, as ruas cheias de ambulantes e os camarotes com megas estruturas prontas para receber milhares de pessoas. Os foliões já estariam escolhendo suas roupas e aquecendo as turbinas para aguentar os próximos dias de pura diversão. A capital baiana respira Carnaval e muitas empresas vivem para esperar a próxima Folia de Momo chegar, tal qual os turistas do mundo inteiro.
Com a falta do Carnaval em 2021, a cidade perde cerca de R$ 1,8 bilhão em movimentação econômica turística nesta temporada. Isso porque este é um período em que a economia da cidade fica aquecida, e o folião, residente na Bahia, ou visitante na condição de turista nacional e estrangeiro, é um consumidor ativo que bebe água, cerveja ou refrigerante, faz refeições, utiliza meios de transporte, adquire abadás de blocos e frequenta camarotes.