Michael Jackson poderia ter participado do filme “O Corcunda de Notre Dame”. Isso se a Disney não tivesse barrado sua contribuição, conforme revelado recentemente por Alan Menken, o responsável pelas composições do longa-metragem de 1996.
Em uma entrevista para o site Slash Film, Menken explicou que o interesse de Michael em emprestar sua voz para trilha sonora do filme surgiu em meio a separação da cantora Lisa Marie Presley e as acusações de abuso sexual infantil.
O músico conta que já havia conhecido Michael antes, quando procurava por um artista para cantar “A Whole New World“, de “Aladdin” (1992). O rei do pop não topou na época, mas voltaria a entrar em contato anos depois.
“Recebi uma ligação do assistente de Michael, quando [o cantor] estava no Hotel Four Seasons em Nova York, do nada. Ele tinha alegações sobre comportamento inapropriado com crianças menores de idade e o rompimento com Lisa Marie Presley. Ele estava tentando mudar de assunto”, relembrou Menken.
“E ele obviamente amava muito a Disney. Então mencionei o ‘Corcunda’. Ele disse que adoraria vir ao meu estúdio, assistir ao filme e falar sobre ele. Então, entramos em contato com a Disney Animation. Eles disseram: ‘Encontre-se com ele! Se ele gosta… bem, veja o que ele diz‘.”
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Menken apresentou a Michael três canções da animação baseada no famoso livro de Victor Hugo: “Out There”, “God Help the Outcasts” e “Someday”.
“Michael disse: ‘Eu gostaria de produzir as músicas e gravar algumas delas’. Uau. Ok. O que fazemos agora?”, contou o músico. “Ele foi embora. Entramos em contato com a Disney. Foi como se alguém jogasse um atiçador quente em uma tigela frágil com explosivos. [Eles responderam:] ‘Hm, entraremos em contato com você sobre isso‘.”
Menken continuou: “Como era de se esperar, a resposta veio: ‘A Disney não quer fazer isso com Michael Jackson‘. Eu disse: ‘Ok, alguém poderia dizer isso a ele?’. Ficou um silêncio; não houve resposta e ninguém [disse a ele]. Coube ao meu falecido empresário, Scott Shukat, contar a Michael ou ao advogado de Michael”.
Olhando para trás, Menken, porém, entende que a Disney tomou a decisão certa. “Quasimodo é um personagem que… Se você olhar para os relacionamentos dele com sua família e seu pai, eu acho que há muita identificação [de Michael] aí”, refletiu ele.