A Medicos Cubanos é, de 2013 para cá, mais do que apenas a junção de duas palavras ou um nome composto para designar a nacionalidade de um grupo profissional. Medicos Cubanos, neste contexto, tem caráter social, ideológico, político e, claro, também tem a ver com saúde.
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E não à toa, essa galera está com um disco de estreia intitulado “Meu próprio clube da luta”, que se apropria de quase todas as vocações do termo nas letras, com muito deboche, ironias para abordar assuntos sérios e do cotidiano do brasileiro.
Ouça o disco completo logo abaixo:
“Meu próprio clube da luta”, gravado em São Paulo, no estúdio Aurora e lançado em 7 de julho, traz 10 faixas inspirados em sonoridades dos anos 90, em que o trio Duh Bellotto (vocais, guitarra e sintetizador), Tati Carmelo (baixo) e Victor Reis (bateria) abordam positividade tóxica, espiritualidade, política e da vida em São Paulo, além de referências à cultura pop.
Em cada faixa, a mensagem, no entanto, é séria: o momento pede que cada indivíduo olhe para dentro, reflita sobre o mundo externo, mas sem, jamais, perder a diversão. A Medicos Cubanos mostra neste álbum, com responsabilidade e respeito, que cabe humor em críticas ácidas e sóbrias.
“Tudo foi ensaiado meses antes de gravarmos em estúdio. Num mundo onde muita gente grava no celular e plugins, gravar tudo separado com amplificadores de verdade, guitarras diferentes, 19 microfones na bateria, foi uma opção estética e muito mais artística do que qualquer outra coisa. Isso também nos colocou para pensar, e tivemos tempo para ir amadurecendo essa arte, tanto q muitas letras eu mudei na hora de gravar”, fala o trio sobre o processo criativo e técnico do álbum.
Como ressalta a banda, “Meu próprio clube da luta” é baseado na técnica do Tim Maia para setlist: “uma esquenta sovaco, uma mela cueca”. No universo da Medicos Cubanos isso significa: músicas alegres e bem humoradas para chamar atenção e interesse pelo disco como um todo. Vide os dois singles do disco, “Bar e Lanches” e “Eu não falo emoji fluente”.
“Na Medicos Cubanos a ideia é ter letras que tragam pensamento crítico, mas numa via mais irônica e debochada, mesmo”, reforça a banda.
Peça importante neste momento da Medicos Cubanos é o Zé Gotinha, apresentado na capa do single “Eu não falo emoji fluente”. Este terá papel importante nos videoclipes da banda, dando outras interpretações à música do trio.
O único spoiler é que o Zé Gotinha, às vezes deixado de lado e desacreditado pelo Governo Federal, será resgatado pela Médicos Cubanos e, daí em diante, muita coisa acontecerá!