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“O dom é o amor”, conta Marisa Monte sobre cantar desde criança

(Foto: Instagram @marisamonte)

A cantora, compositora, multi-instrumentista e produtora Marisa Monte participou do mais novo episódio do podcast exclusivo da Deezer, o “Essenciais”, e contou para o jornalista Zeca Camargo, em um bate-papo super descontraído, um pouco sobre a sua trajetória pessoal e profissional através de canções que marcaram sua carreira.

Para iniciar a conversa, Zeca pergunta sobre o surgimento do interesse da artista pela música, que por sua vez, conta que é algo que vem desde a sua infância, que sempre gostou muito e que tinha muita facilidade.

“O dom é o amor, quando você gosta de alguma coisa você acaba ficando bom. Eu assistia as aulas de piano da minha irmã até o momento em que a professora passou a usar os últimos 15 minutos para me ensinar, depois eu comecei a fazer as trilhas sonoras dos teatrinhos de marionete em casa, então vieram as rodas de violão e foi aí, no colégio, que começaram a perceber que eu cantava bem”, conta Marisa.

Foto: Divulgação

A artista relembra que no colégio começou a ter aulas de teatro com ninguém menos que Miguel Falabella e, por conta disso, começou a estudar canto lírico. Segundo a cantora, foi com essa professora que ela descobriu e aprimorou seu talento, até ser aprovada no vestibular da Escola Nacional de Música, na qual trancou a matrícula para estudar na Itália.

Entretanto, a paixão pela música brasileira fez com que a estadia no país europeu fosse um pouco mais curta que o esperado. “Quando eu cheguei lá percebi que não conseguiria deixar de lado a minha cultura, cantar ópera, sem muita produção contemporânea e ficar no mesmo repertório, nunca mais morar no Brasil… depois de 10 meses eu percebi que não queria mais isso e comecei a fazer show de música brasileira na Itália”, conta.

Marisa comentou sobre seu primeiro disco de estúdio, “Mais”, que foi lançado após o sucesso do seu álbum de estreia, feito totalmente ao vivo. Segundo ela, a pressão sobre si mesma era grande, porque não apenas se tratava do seu primeiro trabalho de estúdio, mas também era o primeiro com composições autorais e com novas experiências com diversas parcerias. “Foi um disco que apontava para todos esses novos caminhos que seguiria na minha carreira”, explica.

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Trilha do podcast

No podcast, cerca de 15 faixas do convidado são selecionadas para guiar o percurso por suas carreiras. Com Marisa Monte, Zeca Camargo dá certo destaque para composições presentes em “Mais“, mostrando a importância desse trabalho na carreira da cantora, escolhendo duas músicas do mesmo disco em sequência: “Beija Eu” e “Diariamente“.

Na conversa, Marisa conta que “Diariamente” não é uma composição sua e diz, de maneira descontraída, que o fato de a obra não ter refrão é algo que a preocupa até hoje durante as apresentações, mas que sempre pode contar com a memória do público, que sabe a letra de cor, para não perder o fio da meada.

A conversa segue, passando por hits como “Amor I Love You“, “Pétalas Esquecidas“, entre outras, até chegar em “Portas“, parte do mais novo álbum da artista, lançado 10 anos após seu trabalho anterior. Segundo Marisa, as portas são uma alegoria para as mudanças, decisões, passagens, e, apesar de que a música já havia sido composta há muito tempo, ela só achou que o momento correto para ser gravada foi durante a pandemia, sensação compartilhada com outras composições também presentes no disco, como por exemplo, “Calma“.

Para encerrar o bate-papo, a artista fala que nunca imaginava ser uma voz essencial para a música brasileira, mas que sempre trabalhou duro para se realizar fazendo aquilo que era apaixonada desde sempre, que é a música.

“Eu sempre mantive o prazer pelo que eu faço, sempre preservei isso e não deixei virar um estorvo, porque eu não vou conseguir fazer alguém gostar de algo que eu não estou gostando. Mas basicamente eu digo, me pediam pra cantar quando eu era pequena, tão pedindo até hoje e enquanto estiverem pedindo eu vou cantando”, conclui.

 

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