#Nacional

Marcelo D2 e Pitty comentam sobre a ostentação do trap, gênero que dominou o primeiro dia do Rock in Rio

Foto: Marcelo D2 perfil do Rock in Rio no IG I Pitty: Stephanie Hahne

“É uma armadilha”. O rock dominou o domingo (15) do primeiro fim de semana do Rock in Rio e o Planet Hemp fez um show catártico com a convidada Pitty. Nos bastidores, Marcelo D2 e a artista refletiram a ostentação no trap (uma vertente do hip hop), gênero que tomou conta na estreia do festival. Cada um a sua maneira, ambos concordam que exaltar o consumo traz uma falsa ilusão de ter vencido na vida.

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Confira a fala de Marcelo D2 (a de Pitty está mais abaixo) para a Metropolitana FM:

“Acho tudo uma merda (sacanagem). Tem uma coisa que me incomoda um pouco nessa nova geração que é essa coisa da ostentação. Acho uma armadilha fudida, tá ligado? Esse papo de que a favela venceu, a favela não venceu, não. A favela ainda tá passando fome, morrendo de fome, sem saneamento básico, sem saúde. A gente ainda tem que lutar muito por isso, tá ligado? Porque eu ainda acredito muito na coisa que o Emicida falou muito, que ‘A rua é nóis’, não é Eu. Então, enquanto não for ‘nóis’, enquanto não for pra todo mundo, enquanto tiver só um cara no palco do Rock In Rio, não vai valer a pena. Acho que a gente não venceu, não”.

Confira a fala de Pitty:

“[concordando com D2] A gente vem de uma outra geração que questiona muito essa cultura do consumo, que questiona muito o papel do capitalismo na nossa vida; questiona muito essa ferramenta de controle sobre nós. Eu acho que a nova geração, eu fui parar para entender um pouco, e pra eles é um símbolo de poder muito grande. você ostentar alguma coisa. Dentro daquele microcosmo, pra eles significa algo, significa uma ascensão social dentro daquela pequena sociedade, mas essa é a grande armadilha, porque aí você vai se sentindo bem no micro e o macro vai te engolir daqui a pouco (…) É o que te falei, assim, julgar de longe também não dá, tá cada um vivendo a sua realidade. “

 

Rock in Rio

O primeiro fim de semana da edição de 40 anos do festival contou com a diversidade de estilos musicais, já que foi do trap, funk, pop ao rock e metal. Na sexta-feira (13), o headliner Travis Scott e artistas como Matuê, Cabelinho e Orochi se apresentaram por lá, fazendo com que o dia fosse batizado de “Dia do Trap”. A presença maciça de adolescentes e jovens chamou atenção e deu holofote para a discussão sobre consumismo, um dos temas mais exaltados nas letras.

Planet Hemp e Pitty se apresentaram juntos no Dia do Rock, que aconteceu no domingo (15), em um show enérgico e político. Além deles, Avenged Sevenfold, Evanescence, Incubus, Deep Purple e Os Paralamas do Sucesso estavam entre as atrações.

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