in , ,

Ludmilla rebate acusações de intolerância religiosa no Coachella: “Não me coloquem nesse lugar”

Cantora causou polêmica no segundo fim de semana do festival, neste domingo (21), na Califórnia

Fotos: Instagram/@ludmilla; Reprodução - YouTube/Coachella

Ludmilla voltou a Indio, na Califórnia, Estados Unidos, neste domingo (21) para o segundo fim de semana do Coachella. A brasileira, que fez um show bastante similar ao do último dia 14 no palco principal do festival, virou alvo de polêmica nas redes sociais após uma mensagem exibida no telão do show ganhar a atenção de internautas. De imediato, a cantora foi acusada de intolerância religiosa e, já nesta segunda-feira (22), ela publicou um textão sobre o ocorrido. Veja o que ela disse!

LEIA MAIS:

Foto: Instagram/@ludmilla

Durante a performance de “Rainha da Favela”, um dos pontos altos da apresentação, um dos telões posicionados atrás da artista exibiu a mensagem: “Só Jesus expulsa o Tranca Rua das pessoas”. Tranca Rua é considerado um exu, entidade espiritual que faz parte do universo da Umbanda e Quimbanda. Seu papel é entendido como o de ajudar a vencer os obstáculos para conquistar objetivos, cuidando da limpeza astral dos caminhos.

Após a identificação da frase, internautas se enfureceram com Ludmilla e acusaram-na de propagar o preconceito de cunho religioso e, inclusive, de disseminá-lo para o exterior. Imediatamente à repercussão, termos como “INTOLERÂNCIA RELIGIOSA É CRIME”, “Tranca Rua” e “Ludmilla” foram parar entre os assuntos mais comentados do X (antigo Twitter), no Brasil.

Em meio às críticas, a cantora apareceu na rede social para rebater as acusações, alegando que é contra qualquer tipo de discriminação. “Não me coloquem nesse lugar, vocês sabem quem eu sou e de onde eu vim. Não tentem limitar para onde eu vou. Respeito todas as pessoas como elas são, e independente de qualquer fé, raça, gênero, sexualidade ou qualquer particularidade de que façam elas únicas”, escreveu Ludmilla.

Leia o texto publicado pela cantora, na íntegra:

“Quando eu disse que vocês teriam que se esforçar pra falar mal de mim, eu não achei que iriam tão longe.

Hoje tiraram do contexto uma das imagens do video do telão do show em Rainha da Favela, que traz diversos registros de espaços e realidades a qual eu cresci e vivi por muitos anos, querendo reescrever o significado dele, e me colocando em uma posição que é completamente contrária a minha.

Rainha da Favela apresenta a minha favela, uma favela real, nua e crua, onde cresci mas infelizmente se vive muitas mazelas: genocídio preto, violência policial, miséria, intolerância religiosa e tantas outras vivências de uma gente que supera obstáculos, que vive em adversidades, mas que não desiste. Isso passa por conviver em um ambiente muitas vezes hostil, onde a cada esquina você precisa se deparar com as dificuldades da favela. Meu show começa com uma mensagem muito explícita , que não deixa dúvida sobre nada! Na sequência eu apresento a realidade sobre a qual esse discurso precisa prevalecer! Sobre uma favela sem filtros, sem gourmetizações, sem representações caricatas, uma denúncia sobre o real. Estou aqui pelo que é real e não essa versão vitrine importada para gringo achar que esse é um espaço que se reduz a funk, bunda e cerveja!
Termino meu show com o céu tomado de pipas douradas, que representam a esperança que eu quero plantar no coração de todos que lidam com essa realidade!

Esse vídeo foi feito por uma fotógrafa/videomaker negra e periferica, para que tivesse um olhar de dentro para fora!

Não me coloquem nesse lugar, vocês sabem quem eu sou e de onde eu vim. Não tentem limitar para onde eu vou. Respeito todas as pessoas como elas são, e independente de qualquer fé, raça, gênero, sexualidade ou qualquer particularidade de que façam elas únicas”

Veja a repercussão do assunto: