A ironia do youtuber Esse Menino ao evidenciar o descaso do governo brasileiro em relação a vacina contra Covid-19 segue fazendo barulho! É que o meme da “Pifaizer” parece chiclete, não saí da cabeça, e muitos artistas aproveitaram para surfar nessa onda de viralização. Las Bibas from Vizcaya foi uma delas!
Na ativa desde 1985, a produtora musical e DJ remixou algumas frases do Esse Menino para criar uma música para lá de dançante que já está disponível em todas as plataformas digitais. Ao POPline, Las Bibas from Vizcaya deu alguns detalhes sobre o processo de criação.
“A ideia veio super rapido. Quando eu vi aquele vídeo do Esse Menino eu fiquei tão indignada, ri tanto com todos aqueles memes que eu disse: ‘Preciso fazer uma música com isso’.”
Segundo ela, a produção foi rápida. “Eu decidi que o remix seria algo ‘destruição’, não poderia ser nada muito soft. Em duas horas, duas horas e meia o remix estava pronto, depois eu gastei uma horinha, uma horinha e meia, para fazer a master, que é para deixar a música com aquela qualidade de estúdio, ajustar os volumes. A parte técnica, a parte chata da coisa”.
Questionada se chegou a conversar com Esse Menino sobre o remix, Las Bibas from Vizcaya confirmou.
“Eu já tinha ele no meu Instagram, mandei uma mensagem, ele já estava louco, famoso, rico e próspero, mas ele me respondeu rapidinho, disse: ‘Gata, vamos lançar sim’. Ai não perdi tempo, corri para MOTION Records, que é o meu selo, a gente juntou tudo e em três dias estava tudo pronto”.
E, assim como o meme, a música também chamou a atenção. Sobre a repercussão, a artista disse “está incrível porque as pessoas se divertem, cantam, dançam, ficam rindo e depois ela se dão conta de que aquilo é uma crítica social feita sobre esse momento tão insano que a gente está vivendo”.
Na sequência, Las Bibas from Vizcaya citou de exemplo a frase de Paulo Gustavo “rir é um ato de resistência” ao falar sobre como ela enxerga o humor em forma de crítica social.
“Eu vejo tanto no vídeo do Esse Menino, como no remix que eu fiz, uma grande crítica a esse momento negacionista que a gente vive. É mais fácil para o público assimilar isso através do humor, mas todo mundo depois se dá conta de que aquilo é uma afronta a esse governo, a tudo que está acontecendo”.
Assim como muitos artistas, ela acredita que um posicionamento é necessário: “Artistas não devem, não podem ficar em cima do muro. Até porque não existe muro, só existem dois lados: o lado do bem e o lado do mal”.
“Como já dizia Paulo Gustavo: ‘rir é um ato de resistência’ e através desse riso, através de toda essa palhaçada, seja pelo vídeo, seja pela música, a gente está ali, reivindicando e tentando abrir os olhos das pessoas para esse momento tão cruel que a gente atravessa“.