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John Legend critica Grammy: “quantas vezes vimos Beyoncé ser esnobada?”

Cantor se pronunciou sobre o racismo estrutural presente na premiação.

O cantor e técnico do “The Voice USA” John Legend teceu críticas ao Grammy Awards em entrevista à revista Entertainment Weekly. Ele falou abertamente sobre o racismo estrutural que existe na Academia. “É quase impossível para um artista negro vencer o Grammy de álbum do ano. Quantas vezes vimos Beyoncé ser esnobada? Kanye West nunca venceu. É meio insano”, desabafou.

(Foto: Getty Images / Uso autorizado POPline)

John Legend se pronunciou depois que o rapper Diddy falou, em janeiro, que a “black music” nunca foi respeitada como deveria pelo Grammy. “Precisamos fazer alguma coisa”, falou Legend, “porque esse é um histórico terrível. Diddy está certo em reclamar”.

A Billboard publicou uma matéria nesta quarta (15/7), destacando que 12 dos 62 vencedores da categoria Álbum do Ano eram negros. Isso representa 20% dos ganhadores. O último negro a levar o Grammy de álbum do ano foi Herbie Hancock há 12 anos. John Legend mesmo já ganhou o Grammy 11 vezes, mas nunca o de álbum de ano – o mais desejado.

“Grammy So White” é reclamação antiga

O Grammy vem passando por reformulações nos últimos anos para se tornar mais diverso e inclusivo. Nas edições de 2016 e 2017, ele foi alvo de críticas com a viralização da expressão “Grammy So White” (Grammy Tão Branco!). Em 2018, a lista de nomeados foi dominada por artistas negros – em resposta aos protestos – mas ainda assimé difícil para eles levar os prêmios principais.

Em 2016, Frank Ocean tornou público que estava boicotando o Grammy. Não submeteu seu álbum à avaliação da Academia, apesar de ser um nome cotado para os nomeados. “Essa instituição certamente tem uma importância nostálgica. Apenas não parece ser muito representativa para pessoas que vieram de onde eu venho”, declarou na época.

Em 2017, Drake também boicotou a premiação. Ele disse que a Academia não conseguia entender a natureza de seu trabalho, e ele era avaliado com preconceitos. Por ser negro, sempre era encarado como rapper e destinado às categorias de rap, R&B e hip-hop. Mas algumas de suas músicas são pop e cantadas. “Aparentemente eu sou um rapper, mesmo que ‘Hotline Bling’ não seja um rap”, disse na ocasião.

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