Jão tem usado a quarentena para compor músicas novas. O cantor disse que algumas de suas novas canções perpassam pela questão do isolamento. O desejo de sair para o mundo, viajar e explorar, enquanto se sente isolado, é um tema recorrente para ele neste momento.
“O primeiro impacto da pandemia foi dar uma surtada. Foi um baque. A criatividade morreu. Ficou cinza. Aí comecei a entender um pouco como me virar nesse período. Que mer** que foi por essa razão, mas esse tempo que existiu para sentar, respirar, compor com calma, foi bastante importante para entender onde mirar, o que queria fazer, as composições que queria fazer”, explica.
Ausência de rótulos na carreira
A declaração foi dada em entrevista ao podcast “Pop Story” do jornalista Zeca Camargo. O cantor também explicou que a falta de rótulos para seu som é um desafio, por exemplo, para entrar nas rádios. Ele se entende como um artista pop, podendo beber de vários lados, mas talvez seu pop não seja o que as pessoas esperam ao ouvirem essa classificação.
“Sempre quis cantar para o máximo de gente que quisesse me ouvir, sem que eu precisasse ser outra pessoa. Quando fui começar a dar os primeiros passos, surgiram várias questões: ‘qual o som?’ Se eu não for verdadeiro, a galera não vai se conectar comigo, ou minha carreira vai ser curtíssima. Eu sabia que ia ser um desafio de rádio, um trabalho muito recompensar mas que ia demandar muito. Conversei com todas as pessoas envolvidas na minha carreira e falei: ‘vocês querem participar disso? É assim que vai ser'”, diz o artista.
Veja o clipe mais recente do Jão:
Segundo o cantor, ele aprendeu a entender os jogos de mercado com o tempo. “Sou um artista pop e óbvio que isso faz parte da minha carreira”, diz. Ele destaca que sua origem interiorana tem muito a ver com a mistura de influências que pautam seu trabalho hoje em dia.
“Eu acho que, pelo fato de eu ter nascido no interior de São Paulo e ter sido criado muito longe da interferência urbana, eu tinha uma referência muito interiorana, sertaneja. Conforme fui crescendo, fui tendo mais acesso às paradas e as coisas começaram a se misturar. Na minha cabeça, o pop, o sertanejo, o gringo foi meio que virando uma coisa só”, afirma.