Depois de anunciar o lançamento do álbum “Batidão Tropical”, Pabllo Vittar apareceu na capa da revista inglesa Attitude, voltada para o público LGBTQIA+. Uma curiosidade é que as fotos foram todas feitas pelo brasileiro Ernna Cost, parceiro de longa data da Pabllo. É o mesmo fotógrafo da capa de “Batidão Tropical”.
Na entrevista, Pabllo fala de sua origens no Maranhão. “É parte do Brasil que eu amo, e tenho orgulho de ter nascido lá, mas também é muito difícil ao mesmo tempo. Sofri bullying na escola por ser gay, por ser ‘camp’, por ser gorda”, conta a drag queen.
“Crescer em uma cidade remota, que não estava pronta para uma pessoa como eu, foi difícil… foi duro, mas ao mesmo tempo não consigo me imaginar crescendo em qualquer outro lugar, porque moldou a pessoa que me tornei hoje. Não tínhamos muito lá, mas como artista, você simplesmente faz. Você cria e melhora. Principalmente no Nordeste, não há desculpas. Se você quer algo, você tem que seguir em frente e fazer”, diz.
Bullying preparou Pabllo Vittar para Internet tóxica
De alguma maneira, a artista acredita que o bullying escolar a preparou para o universo da fama. Os haters existem, mas Pabllo Vittar se considera à prova de balas. “Eu sei quem eu sou e do que sou capaz. Os haters e agressores online estarão lá, e as pessoas podem ser cruéis na Internet, mas isso não me machuca. Olho para minhas cicatrizes do passado e penso como as superei”, avalia.
O universo drag queen trouxe felicidade e liberdade para Pabllo Vittar se expressar como queria – e precisava. Quando era criança, seu sonho era ser eleito Miss Gay na cidade. Quando se mudou para Minas Gerais, conheceu “RuPaul’s Drag Race”. Sua vida mudou.
“Queens que cantam, atuam, modelam… eu falei para mim mesma ‘eu posso fazer isso, eu quero fazer isso’. Eu poderia fazer as duas coisas que sempre amei: quando canto e performo como drag, no palco, elas se complementam. Completam quem eu sou como artista. Você quebra os estigmas do que é masculino e o que é feminino. Eu gosto de ficar livre para explorar tanto meu lado masculino quanto feminino, e acho que é muito importante fazer algo natural para as crianças e futuras gerações. Elas precisam crescer sabendo que podem ser livres”