O site IMDB (Internet Movie Database), uma base de dados online de informação audiovisual, identificou um mutirão de notas baixas ao filme “Marighella”, estrelado por Seu Jorge e dirigido por Wagner Moura. No site, os usuários podem avaliar filmes e séries com notas de 1 a 10. De repente, o longa-metragem passou a receber um monte de notas 1.
“Nosso mecanismo de avaliação detectou atividade incomum de votação para este título. Para preservar a confiabilidade do nosso sistema de avaliação, um cálculo alternativo de notas foi aplicado”, diz o site.
A avaliação dos usuários agora aponta 6,5 estrelas. Com o mutirão de mais de 34 mil votantes que deram nota 1, a nota final estava abaixo de 4.
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Filme é alvo de perseguição política
“Marighella” foi exibido no Festival de Berlim em 2019 e ainda é inédito no Brasil. Por gerar antipatia política do atual governo, o filme só conseguirá chegar aos cinemas brasileiros em 4 de novembro.
Quando a data foi anunciada, o ator Bruno Gagliasso twittou: “apesar de todas as tentativas para sabotar essa estreia, finalmente ‘Marighella – O Filme’ tem data para estar nas telonas”.
O filme é uma adaptação do livro “Marighella – O Guerrilheiro Que Incendiou o Mundo”, de Mário Magalhães. O longa-metragem acompanha os últimos cinco anos de vida do líder revolucionário, entre o golpe de 1964 e seu assassinato em 1969.
Imbróglio com a ANCINE
Houve um imbróglio com a Ancine – Agência Nacional do Cinema, supostamente motivado por perseguição política. Especulou-se, inclusive, sobre censura. Os sucessivos adiamentos no lançamento do filme, por questões burocráticas, foram suficientes para que “Marighella” vazasse na Internet antes da estreia.
“A relação do atual Governo com a cultura prescinde de maiores comentários. A cultura, assim como a questão ambiental, racial e de igualdade de direitos é alvo preferencial do projeto de destruição bolsonarista. E a maneira escolhida para operar esses aniquilamentos foi muito maquiavélica, porque o IBAMA, a FUNAI, A Fundação Palmares, Ministério do Meio-Ambiente, o Ministério dos Direitos Humanos não foram extintos; mas eles colocaram lá dentro antíteses das naturezas desses órgãos. É uma corrosão interna, muito mais cruel do que a própria extinção. O Ministério da Cultura, eles extinguiram mesmo, mas deixaram lá uma Secretaria ligada ao Turismo, que é mais um órgão anacrônico de vigília ideológica e censura, do que de fomento cultural”, Wagner Moura falou ao Correio 24 Horas.