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Governo do México processará Ticketmaster por vendas irregulares em show de Bad Bunny

Vários fãs ficaram de fora do show por terem seus ingressos dados como falsos pela empresa

Foto: Instagram/@badbunnypr

Um tumulto marcou o show de Bad Bunny no Estadio Azteca, no México, nesta sexta-feira (9)… Vários fãs da sensação da música latina de 2022 reportaram que não conseguiram acessar o evento porque tiveram seus ingressos invalidados. A Ticketmaster local, responsável pelas vendas, se posicionou dizendo que o contratempo ocorreu pelo grande volume de ingressos falsificados para o espetáculo. Agora, a ticketeria é alvo de processo do próprio governo mexicano.

Foto: Twitter/@thehill

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De acordo com o que apurou o jornal estadunidense The Washington Post, várias pessoas que foram impedidas de acessar o estádio na noite do show tinham como comprovar que seus ingressos eram válidos e que, inclusive, tinham sido comprados por elas mesmas no site oficial da ticketeria.

Isso vai no sentido oposto ao que expôs a empresa em comunicado veiculado no Twitter, na tarde desta segunda-feira (12). “Isso [a expressiva remessa de ingressos falsificados] causou uma superlotação inusitada e o funcionamento intermitente do nosso sistema, o que gerou confusão e complicou a entrada no estádio, com a lamentável consequência de alguns ingressos legítimos terem sua entrada negada”, compartilhou a ticketeria.

Apesar de a empresa se comprometer a reembolsar os consumidores que foram lesados pelo ocorrido e ficaram sem assistir Bad Bunny de perto, o governo do México, que já vem investigando o caso, se pronunciou em prol de medidas mais severas.

O órgão exigirá, além da restituição do valor do ingresso, que a Ticketmaster também pague uma compensação extra no valor de 20% do preço do ingresso. Além disso, a empresa será obrigada a pagar uma multa que pode totalizar até 10% de seus ganhos em 2021.

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Bad Bunny cita Brasil ao falar de parcerias musicais apenas para “conseguir streams”

Foto: Gladys Vega/Getty Images (Uso autorizado ao POPline)

Não há muita discussão sobre qual foi o maior nome da música em 2022, poucas pessoas diriam outro que não fosse Bad Bunny. O ídolo porto-riquenho foi o cantor mais escutado nas plataformas de áudio e permaneceu no topo da Billboard 200, a principal parada de álbuns dos Estados Unidos, por 13 semanas com o disco “Un Verano Sin Ti“, lançado em maio. Estampando a capa da nova edição da Billboard, o astro latino concedeu uma longa entrevista em que avaliou sua carreira e o status de “artista do ano” concedido a ele pela publicação.

Embora tenha dominado as paradas musicais e chegado ao patamar de fazer turnês globais em grande estádios, Bad Bunny segue dando visibilidade a artistas considerados “fora da caixa”. Para o seu recente álbum de sucesso, ele convocou Jhayco, The Marías, Buscabulla, Bomba Estéreo e Tony Dize, por exemplo. Questionado sobre suas escolhas para além do algoritmo, ele respondeu citando o Brasil, onde sua música não tem tanto alcance quanto em outros países da América Latina:

“É nisso que a indústria da música se tornou: ‘Vamos colaborar com fulano porque eles têm uma tonelada de números; nós os colocamos juntos com os meus e puf . Não estamos indo bem no Brasil, então deixe-me remixar o artista mais quente do Brasil para que meus números subam.’ Isso não me interessa. Não estou experimentando ou forçando as coisas para conseguir streams”.

Em seguida, continuou explicando o comportamento de seu público: “Se há 300 pessoas na Índia que me ouvem, elas o fazem porque gostam do meu reggaeton, gostam do meu trap e gostam da música que faço fazendo o que faço. Não é que eu tenha feito uma música com um artista hindu para ser tocada na Índia“.