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Godard e sua popularização no Brasil por meio de bandas nacionais

Foto: Divulgação

O cineasta franco-suíço, Jean-Luc Godard, morreu nesta terça-feira (13) aos 91 anos, na Suíça. Ele foi um dos diretores mais influentes da história do cinema.

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Jean-Luc Godard | Foto: AFP

Tamanha foi sua influência, que seu nome parou em letras de diversas canções brasileiras. Entre elas, a mais conhecida com a menção ao cineasta é a icônica “Eduardo e Mônica”, do Legião Urbana.

“Eduardo e Mônica trocaram telefone, depois telefonaram e decidiram se encontrar. O Eduardo sugeriu uma lanchonete, mas a Mônica queria ver um filme do Godard”.

A longa letra, que narra o romance inesperado entre dois opostos, foi entoada por uma geração de jovens que saía da ditadura militar brasileira nos anos 80 e aprendia que a tolerância era uma porta para novas aventuras, descobertas e amores.

Entre essas novidades, estava o cineasta francês citado na letra. Jean-Luc Godard foi um expoente do cinema cult e “cabeça”, daqueles que poucos conhecem e uma parcela ainda menor de fato entende e gosta de seus filmes.

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Ao colocar o nome de Godard na letra, Renato Russo não só marcou a diferença cultural entre a intelectual Mônica e o jovem Eduardo, como também apresentou para uma grande parcela da população a existência do cineasta. Graças ao Legião, Godard se popularizou no Brasil.

Eis que alguns internautas fizeram questão de “homenagear” o cineasta relembrando o clássico composto por Renato Russo:

Vale lembrar que o cineasta também é citado na faixa “Selvagem”, dos Paralamas do Sucesso.

“O governo apresenta suas armas // Discurso reticente, novidade inconsistente // E a liberdade cai por terra aos pés de um filme de Godard”.

Os Engenheiros do Hawaii gravaram em 1989, a faixa “Carecas do Jamaica”, em que citam o cineasta francês. A canção também tem uma versão na voz de Nei Lisboa, que assina a composição junto a Augusto Licks.

Vinde a mim as criancinhas do Nordeste // Que eu ensino a fome a receber cachê // Deixa estar, Godard, que a estrela do Oriente nos enreda nessa rede de TV.

A Cachorro Grande fez referência ao cineasta ao falar sobre as diferenças nas preferências de duas pessoas na canção “Cinema”.

Então você acha normal chorar nos filmes de Natal? // Que quando passam na TV e você não queria ver? // Daí você botou Godard só pra me incomodar // Você não gosta dos filmes que eu mostrei pra você // E eu não gosto dos filmes que você vê.

O Skank usou o nome do cineasta em versos de “Sam“, de 1994.

Cineclube à tarde, filme de Godard e Bergman / Nunca mais vou esquecer / Te conheci na vida, te conheci num fim de ano / Aonde você vai, Sam? / Vou ali, depois te amo.

O aclamado diretor realizou mais de 40 longas-metragens ao longo de 70 anos de carreira, além de curtas-metragens, documentários experimentais, ensaios cinematográficos e vídeos de música.

Pelo mundo a fora, ele ficou conhecido por ser um dos fundadores da “Nouvelle Vague”, movimento francês da década de 1960 que mudou a história do cinema.

O franco-suíço recorreu ao suicídio assistido, prática legalizada na Suíça. De acordo com o jornal Libération, membros da família de Godard afirmaram que “ele não estava doente, estava simplesmente esgotado”. Anne-Marie Miéville, esposa do cineasta, afirmou em comunicado à imprensa que ele morreu pacificamente em casa, cercado por entes queridos.

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