O Ministério da Justiça e Segurança Pública determinou, em caráter cautelar, a retirada do filme “Como Se Tornar o Pior Aluno da Escola” de qualquer plataforma de exibição. Mas a Globoplay, serviço de streaming que tem o filme em seu catálogo, se nega a acatar a medida. A empresa emitiu uma nota classificação a ordem como censura.
Confira a nota completa da Globoplay:
“O Globoplay e o Telecine estão atentos às críticas de indivíduos e famílias que consideraram inadequados ou de mau gosto trechos do filme ‘Como se tornar o pior aluno da escola’ mas entendem que a decisão administrativa do ministério da Justiça de mandar suspender a sua disponibilização é censura. A decisão ofende o princípio da liberdade de expressão, é inconstitucional e, portanto, não pode ser cumprida.
As plataformas respeitam todos os pontos de vista mas destacam que o consumo de conteúdo em um serviço de streaming é, sobretudo, uma decisão do assinante – e cabe a cada família decidir o que deve ou não assistir.
O filme em questão foi classificado, em 2017, como apropriado para adultos e adolescentes a partir de 14 anos pelo mesmo ministério da Justiça que hoje manda suspender a veiculação da obra”.
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Multa de R$ 50 mil por dia
De acordo com o Diário Oficial da União desta terça (15/3), as empresas que não acatarem a determinação judicial receberão multa de R$ 50 mil por dia. A movimentação em torno do filme começou no fim de semana, depois que membros do governo Bolsonaro encheram as redes sociais de críticas acusando a comédia de “apologia à pedofilia”.
Danilo Gentili, co-roteirista e ator do filme, diz que o caso é usado como “cortina de fumaça” para desviar a atenção do eleitor. Fábio Porchat, que protagoniza a cena polêmica, diz que as pessoas precisam entender a diferença entre apologia e ficção.
“Quando o vilão faz coisas horríveis no filme, isso não é apologia ou incentivo àquilo que ele pratica, isso é o mundo perverso daquele personagem sendo revelado. Às vezes é duro de assistir, verdade.
Quanto mais bárbaro o ato, mais repugnante. Agora, imagina se por conta disso não pudéssemos mais mostrar nas telas cenas fortes como tráfico de drogas e assassinatos? Não teríamos o excepcional ‘Cidade de Deus’? Ou tráfico de crianças em ‘Central do Brasil’? Ou a hipocrisia humana em ‘O Auto da Compadecida’. Mas ainda bem que é ficção, né? Tudo mentirinha”, diz Porchat.