O especial de stand up comedy “The Closer”, de Dave Chappelle, segue causando desconforto – não só no público mas também em funcionários da Netflix. O Los Angeles Times noticiou que funcionários trans marcaram uma greve para o dia 20 de outubro, em protesto contra a decisão do serviço de streaming de levar esse conteúdo ao ar.
Em “The Closer”, Dave Chappelle ridiculariza mulheres trans. Ele diz que a genitália delas “não é bem o que é”. “Gênero é um fato. Todo ser humano neste ambiente, todo ser humano na Terra, teve que passar pelas pernas de uma mulher para estar na Terra. Isso é um fato”, declara o comediante.
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Greve em protesto
A convocação para a greve foi feita pela plataforma Slack, onde estão presentes mais de 800 funcionários da Netflix. O texto diz o seguinte:
“Eu encorajo todos os [funcionários] trans e aliados a não trabalharem para a Netflix no dia [20 de outubro]. (…) Conforme discutimos por meio do Slack, e-mail, textos e tudo mais, nossa liderança nos mostrou que eles não defendem os valores pelos quais somos considerados”.
CEO da Netflix apoia Dave Chappelle apesar da transfobia
A decisão vem depois que o CEO da Netflix Ted Sarandos defendeu Dave Chappelle publicamente, praticamente lhe dando carta aberta para fazer o que quiser. Sarandos disse que a Netflix apoia a liberdade criativa do comediante, ainda que isso signifique que “sempre haverá conteúdos que algumas pessoas acharão nocivo”.
“Vários de vocês perguntaram onde traçamos o limite do ódio. Não permitimos títulos da Netflix que tenham como objetivo incitar o ódio ou a violência, e não acreditamos que ‘The Closer’ ultrapasse essa linha. Reconheço, no entanto, que distinguir entre comentário e dano é difícil, especialmente com o stand-up, que existe para ultrapassar limites”, declarou Sarandos.