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First Listen: “Head Above Water” é um álbum que representa uma nova Avril Lavigne, mas não se assuste!

Avril Lavigne vai lançar o “Head Above Water”, seu sexto álbum e o primeiro desde 2013, no dia 15 de fevereiro! Foi uma longa espera, mas valeu a pena. O Portal POPline teve a oportunidade de ouvir o álbum antes e podemos dizer… É MUITO bom!

Esse álbum tem sido descrito como algo muito diferente de tudo o que a Avril já fez. E é mesmo, mas não se assuste… Não é tão distante do repertório do passado o quanto você imagina. Talvez os primeiros singles tenham até assustado em relação a isso, principalmente “Tell Me It’s Over”, que é mais soul, R&B (o álbum nem é tanto). Já “Head Above Water” pode servir como uma referência do disco como um todo, pela temática, sonoridade e carga dramática. Recentemente, o jornal The Guardian comparou com o som de de Lana Del Rey. Agora ouvindo, eu digo que não, simplesmente não. A tracklist tem mais baladinhas, sim, mas todas elas são fortes, não tem aquele toque sonolento (sem ofensas à Lana Del Rey, eu amo).

Pessoalmente, estava muito curioso com o que ela faria nesse álbum. O estilo pop/rock praticamente não existe mais, sendo que as grandes cantoras ícones nessa área já mudaram de estilo, como P!nk e Kelly Clarkson. Mas faltava Avril, que ficou afastada por um bom tempo e nem teve a oportunidade de fazer essa transição.

Portanto, acho que ela conseguiu encontrar muito bem seu “novo” som. Está autêntico, forte e não vai assustar os fãs acostumados com a sonoridade antiga.

Quem escreve é um jornalista especializado em música pop, sendo que essa paixão toda começou justamente com a Avril Lavigne. Em 2002, quando eu tinha apenas 11 anos, o “Let Go” foi o primeiro CD de música pop/adulta que eu comprei, marcando minha vida. Essa paixão continuou pelas outras eras da cantora.

Abaixo, descrevo um pouco cada uma das músicas. Confira:

1. Head Above Water

A música é lindíssima, como todo mundo sabe. Talvez não tenha sido mesmo a melhor escolha para fazer sucesso nas paradas, mas é muito significativa para o momento de superação e retorno à música. Além disso, representa muito bem o projeto como um todo.

2. Birdie

Apesar de ser, sim, diferente, seguindo o padrão do álbum, os fãs vão mais saudosos vão ficar bem satisfeitos com “Birdie”. Dá pra comparar com “My Happy Ending”, talvez, pela pegada midtempo, mas com intensidade. A diferença é que tem menos guitarras e mais batidas bem marcadas, por toda a faixa. A música fala sobre liberdade, um pássaro que deseja voar. O versos são mais suaves e a intensidade chega nos refrões. Na ponte, a coisa fica dramática com uma voz bem abafada e uma batida que é quase um trap – dá pra sentir a vibração. Ao fim dessa parte, a explosão vem com tudo. “Me liberte”, implora ela. Talvez a música fale sobre os anos em que foi podada pela gravadora de fazer a música que realmente queria. “Birdie” é uma faixa impactante que pode funcionar muito bem como single.

3. I Fell In Love With The Devil

Aguarde pelo impacto… Nos primeiros segundos, antes mesmo dela cantar, o arranjo de violinos já me fez ficar de boca aberta. Após isso, o vocal é quase angelical, acompanhado de piano. É um contraste com o tema da faixa, onde ela diz que se apaixonou pelo “demônio”. Essa soa mais madura que “Birdie”, mas a estrutura é parecida… Mais suave nos versos, explodindo no refrão. “Por favor, me salve desse inferno”, solta ela no final do refrão. Nesse momento, a música parece que é desligada direto da tomada, um “shutdown”. São detalhes assim que deixam a faixa ainda mais impactante. Na ponte, os violinos da introdução voltam e os vocais estão realmente lindos, de arrepiar. Com certeza, será uma das favoritas dos fãs.

4. Tell Me It’s Over

Não concordo com a escolha de “Tell Me It’s Over” como segundo single. Além de destoar do resto do álbum, a voz da Avril não tem aquela densidade que músicas soul pedem. Não me entendam mal, ela dá conta do recado, mas só não é o ponto forte. É uma boa música, mas não se destaca.

5. Dumb Blonde
“Loira Burra”. Talvez esse nome não anime, mas a faixa é bem interessante. Essa é a primeira música mais animada da tracklist e tem aquele toque “cheerleader” que a Avril explorou no seu hit “Girlfriend”, por exemplo. Não tem tantas guitarras, no entanto. Imagine uma mistura da própria “Girlfriend” e “Confident”, da Demi Lovato. Coloque também uma pitada de “Hollaback Girl”, da Gwen Stefani. A letra é bem empoderada, onde ela reafirma que não é uma loira burra. Ninguém duvida, não é mesmo?

6. It Was In Me
Não me leve mal quando comparo com outras músicas, é só pra você ter uma referência – não significa que é algo repetitivo, que já feito antes. Mas ao ouvir “It Was Me”, me veio logo na cabeça “Iris”, do “Goo Goo Dolls”, que a própria já cantou. O estilo é parecido, além da construção dos versos. A faixa é mais uma balada intensa e, como está sendo bastante utilizado no álbum, têm batidas bem marcadas, dando toda uma “pulsação”. A letra é bem intimista, onde ela conta que nem sempre conseguia se encontrar em sua vida, mas depois de tanto procurar, estava tudo dentro dela, simples assim. É emocionante.

7. Souvenir
Nos primeiros segundos, dá pra lembrar de quando Rihanna usou sample de “I’m With You” em “Cheers (Drink To That)”, com aqueles “yeah yeah” repetidos. Mas não se engane, não tem nada a ver… Essa é mais uma das fortes baladas do álbum, mas tem uma sensação mais positiva, mais pra cima. Fala de bons momentos que ela quer levar para a vida, como um pequeno “Souvenir”.

8. Crush
Essa é uma música que segue a mesma pegada que “Tell Me It’s Over”, com um toque mais soul. No geral, o álbum não é uma grande ruptura do que a Avril fazia antes, exceto por momentos como esses. A letra é sobre uma paixão ardente. “Esse olhar em seus olhos me deixa louca”, canta ela, “eu não posso viver sem você”. Que apaixonada!

9. Goddess
Essa é mais acústica, praticamente vocal e violão. Lembra “Push”, só que ainda mais simples. É sutil, mas dá conta do recado. “Você me trata como uma deusa, você me acha tão sensual nos meus pijamas”, canta ela, afirmando que está finalmente segura com a pessoa amada. Dá pra perceber que esse é um álbum mais positivo, falando muito de amor ou de momentos de superação. O toque suave dessa música vai deixar os fãs encantados.

10. A Bigger Wow
Esse é mais um momento pra cima do álbum, apesar de não ser propriamente dançante. É uma faixa “good vibes”, boa pra relaxar em um final de semana ensolarado, uma boa trilha sonora para uma viagem de carro. Não pude deixar de comparar com “Starving”, de Hailee Steinfeld, Grey e Zedd. O violão de fundo é bem similar, sendo exatamente esse o elemento que ajuda a encontrar a vibe. É realmente uma boa faixa, que levanta o humor do álbum.

11. Love Me Insane
Essa música faz uma ótima casadinha com a anterior – por isso é bom ouvir o álbum na ordem. É bem fofa, traz uma boa sensação. Apesar de ter instrumentos como teclado e bateria, é tudo usado com muita sutileza. A parte mais impactante é a ponte, onde entram lindos violinos. Deu pra ouvir que esse ouvinte aqui tem uma queda por violino, não é mesmo? “Baby, vamos ficar loucos, assim eu vou perder minha cabeça”, canta ela, não como se fosse algo ruim, mas bem positivo.

12. Warrior
Essa música é, talvez, a mais esperada entre os fãs, falando da sobrevivência à doença de Lyme, quando em certo momento ela achou que iria morrer. Essa é a faixa para terminar o álbum chorando. Sim, é impactante desse jeito. Avril não poderia ser mais sincera, forte e determinada. “Nada vai me parar agora”, canta ela. Durante muito tempo, ela ficou afastada por conta dos problemas de saúde, mas essa música dá a certeza que está mais forte do que nunca, mais madura. Isso é tudo o que esse álbum representa. Os fãs devem ter orgulho disso – tenho certeza que já têm e vão ter ainda mais após ouvir o incrível álbum.

Faixas com mais potencial para single: “Birdie”, “Dumb Blond’ e “A Bigger Wow”.
As minhas favoritas: “Birdie”, “I Fell In Love With a Devil” e “It Was In Me”.

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