A IFPI, entidade que representa a indústria fonográfica em todo o mundo, divulgou as descobertas sobre as atitudes em relação à inteligência artificial do estudo sobre fãs de música.
O ‘Engaging with Music 2023’, o relatório global da IFPI que examina como os fãs de todo o mundo se envolvem e se sentem em relação à música, traz respostas de mais de 43 mil pessoas em 26 países.
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Pela primeira vez, o relatório inclui um espaço dedicado à inteligência artificial (IA), uma vez que o avanço da tecnologia continua a apresentar oportunidades e desafios para o mundo da música e para os artistas. Segundo o documento, os fãs valorizam a autenticidade – quase oito em cada dez fãs de música (79%) sentem que a criatividade humana continua a ser essencial para a criação de música.
De acordo com o relatório, para os fãs conscientes da capacidade da Inteligência Artificial generativa de pegar e copiar o repertório de artistas existentes, a autorização para o uso da música de qualquer artista é vista como inegociável: 76% acham que a música ou os vocais de um artista não devem ser usados ou ingeridos pela tecnologia sem permissão.
Além disso, de acordo com o estudo, 74% concordam que a IA não deve ser utilizada para clonar ou personificar artistas sem autorização. A maioria dos fãs também apoia a necessidade de transparência, já que 73% concordam que um sistema de IA deve listar qualquer música que tenha utilizado.
“Embora os fãs de música em todo o mundo vejam oportunidades e ameaças para a música a partir da inteligência artificial, a sua mensagem é clara: a autenticidade é importante. Em particular, os fãs acreditam que os sistemas de IA só devem utilizar música se for obtida permissão pré-aprovada e que devem ser transparentes sobre o material ingerido pelos seus sistemas. Estes são lembretes oportunos para os decisores políticos à medida que consideram como implementar padrões para uma IA responsável e segura”, disse Frances Moore, Diretora Executiva da IFPI.
As conclusões do relatório ‘Engaging with Music 2023’ sobre a Inteligência Artificial apontam que “existe um bom conhecimento da tecnologia entre os fãs de música, com muitos a utilizando e interessados nas suas capacidades”. Ainda no documento consta que 89% estão cientes da IA.
O relatório ainda traz que a maioria dos fãs também apoia a necessidade de transparência: 73% concordam que um sistema de IA deve listar qualquer música que tenha ingerido ou usado para treinamento.
Além disso, o documento mostra que os fãs também reconhecem a necessidade de definir regras para os sistemas de IA: 70% concordam que deveria haver restrições sobre o que a IA pode fazer. Por sua vez, 64% dizem que os governos deveriam desempenhar um papel na definição de restrições ao que a IA pode fazer.