Neste domingo (24), o “Fantástico” exibiu uma reportagem sobre a história por trás do podcast “A Mulher da Casa Abandonada”. O programa, além de explicar o caso de Margarida Bonetti, também mostrou imagens da reportagem feita quando o então marido dela, Renê Bonetti, foi preso nos Estados Unidos, em 2000. Além disso, a atração criticou a “espetacularização” do assunto nas últimas semanas.
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No programa, a reportagem exibiu cenas exclusivas da cobertura da prisão de Renê Bonetti, em 2000. Além disso, a jornalista Giuliana Girardi conversou com vizinhos do casal nos Estados Unidos na época em que o casal foi acusado de manter uma senhora em situação análoga à escravidão durante 20 anos.
“Ela morava num porão, não tinha condições sanitárias, estava praticamente reclusa ali embaixo. Nós não acreditamos no que ela falava, então fomos lá, dentro da casa, na cozinha, ela tinha duas geladeiras lado a lado. Uma delas tinha uma corrente e um cadeado, impressionante. A outra era dela. Só tinha lá dentro arroz e feijão, é impressionante”, disse o vizinho.
Além disso, o “Fantástico” também foi atrás do FBI para entender como Margarida Bonetti nunca foi presa pelos atos. No entanto, o órgão norte-americano não respondeu. Em seguida, a repórter conta de um inquérito no nome da acusada, aqui no Brasil.
De acordo com o Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP), ele foi aberto em 2000 e arquivado cinco anos depois. Porém, o processo não está digitalizado, dificultando o acesso a mais informações sobre o caso.
Advogada de Margarida Bonetti comenta caso ao “Fantástico”
O “Fantástico” também procurou a advogada de Margarida. Em entrevista, Helena Mônaco defendeu que sua cliente é inocente. “Ela veio para o brasil porque o pai tinha falecido. Tanto que não tinha nada, como ela viria se ela tivesse algum problema? Ela jamais passaria na imigração“, comentou.
A advogada também respondeu a acusação de Margarida Bonetti ter sida abandonada por sua família. “Ela vive nessa casa há mais de 20 anos. Se ela não tivesse condições, ela não estaria nessa casa até hoje”, pontuou.
“Agora, ela guarda algumas coisas. Eu estou tentando ver o que vamos fazer com a casa, contratar uma equipe de limpeza e vamos tentar trazer os cachorros para acalmar e ela voltar a ter uma vida normal“, finalizou.
O retorno dos animais para a casa, no entanto, não deve acontecer. Em entrevista para a reportagem, a delegada Vanessa Bastos Guimarães falou sobre os animais resgatados na casa. Ao total, três animais foram retirados da casa pela ONG de Luisa Mell.
Além disso, a policial afirmou que descobriu, através de um lado, que os animais sofriam maus-tratos. “Eles estavam vivendo no meio do lixo, no meio de material de construção. Além de estarem expostos à diversas doenças sanitárias”, explicou ela.
“Fantástico” critica a “espetacularização” do caso sobre “A Mulher da Casa Abandonada”
Ainda na reportágem, a jornalista comentou que, agora, uma viatura fica o tempo todo na frente da casa abandonada de Margarida Bonetti. A movimentação policial tem objetivo de controlar o trânsito e os curiosos que continuam indo no local, considerado por alguns “o novo ponto turístico” da cidade.
Em entrevista, um zelador de um dos prédios da rua comentou o que tem visto no local. “O pessoal trás cooler de bebida de madrugada para beber. Pedem pizza, trazem crianças, senhor de idade com idade de bengala. E ainda tem casais tirando selfie, parece que estão na Torre Eiffel. É um exagero em tudo“, expôs.
Para Mari Muradas, vizinha de Margarida que também participou do podcast, a popularização desenfreada pode ser prejudicial. “A sensação que me deu depois de tudo que aconteceu essa semana, da espetacularização do caso, é transformar rapidamente a criminosa em vítima”, opinou.
“Agora parece que todas as outras Margaridas podem voltar viver suas vidas tranquilamente. Desrespeitando seus funcionários, humilhando, tendo atitudes racistas… eu sinto muito isso”, acrescentou.