Como parte da estratégia de ampliação do modelo de pagamento no streaming centrado no artista, também conhecido como Artist-Centric, a Deezer e a Sacem – associação francesa com atuação global na gestão coletiva de direitos autorais e um player reconhecido no ecossistema de música digital – anunciaram nesta quarta-feira (25) uma parceria que objetiva “reconhecer os direitos autorais de forma mais justa no streaming de música”.
O anúncio segue o lançamento da Deezer, no início deste ano, do primeiro modelo de pagamento focado nos artistas e suas músicas.
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Juntas, as companhias prometem analisar novas maneiras de recompensar a criação de compositores e gravadoras. Ao reimaginar a forma como os direitos autorais são rentabilizados no streaming de música, a parceria visa garantir uma melhor compensação para os detentores dessas obras.
“A Sacem é líder mundial na gestão de direitos autorais fonográficos e estamos muito satisfeitos em unir forças para explorar como podemos desenvolver a maneira como a música é remunerada na era do streaming”, disse Jeronimo Folgueira, CEO da Deezer. “Compositores, músicos e distribuidoras desempenham um papel crucial na indústria musical como a força criativa por trás das músicas que amamos, e é hora de evoluir a forma como recompensamos esses esforços.”
“A Sacem sempre se antecipou às mudanças no mercado musical e foi pioneira em aproveitar todas as oportunidades para melhor redistribuir os direitos e maximizar o valor das produções do segmento. Ao propor um modelo alternativo de remuneração que prioriza artistas, atendemos o desejo da Deezer de colocar criadores e distribuidoras de volta ao centro das suas preocupações. Foi assim que percebemos que era essencial lançar este estudo aprofundado, que esperamos que permita aumentar a relevância do streaming para os nossos membros”, afirma Cecile Rap-Veber, CEO da Sacem.
Por meio da parceria, as empresas irão analisar dados de streaming e avaliar a viabilidade de diferentes modelos econômicos destinados a remunerar compositores, músicos e demais proprietários de direitos autorais de forma mais justa.
Deezer: aposta no modelo de pagamento centrado no artista
Em setembro de 2023, a Deezer anunciou um modelo de negócio que prioriza artistas e suas músicas, projetado para recompensar melhor os artistas e a música que os fãs mais ouvem. O novo modelo, que entrou em vigor em outubro de 2023, concentra-se em recompensar o engajamento de artistas profissionais e fãs, bem como em desmonetizar conteúdo não musical, otimizar o catálogo da plataforma e combater fraudes.
Além disso, ele inclui uma abordagem centrada no usuário, com um limite de monetização de 1.000 streams para cada um, independentemente de quanto ele escute por mês – o que garante uma melhor divisão de receita entre os artistas e diminui o risco de fraude no streaming.
Com base na análise aprofundada de dados da Deezer, as seguintes melhorias estão sendo integradas ao novo modelo de remuneração:
- Foco nos artistas – Incentivo em dobro para os chamados “artistas profissionais” (aqueles que têm um mínimo de 1000 streams por mês, vindo de um mínimo de 500 ouvintes), para recompensá-los de forma mais justa pela qualidade e dedicação que trazem às plataformas e aos fãs;
- Recompensar conteúdo por engajamento – Incentivar e destacar hits que tem engajamento ativo dos fãs, reduzindo o impacto econômico do algoritmo na programação;
- Desmonetização de ruídos (como sons da natureza) não artísticos – A Deezer pretende transferir os conteúdos não-artísticos para uma nova categoria, que não será incluída na distribuição de royalties;
- Combater a fraude – Continuar impulsionando um sistema proprietário de detecção de fraudes atualizado e rigoroso, capaz de remover o incentivo a atividades maliciosas e proteger os direitos autorais dos artistas;
- Monetização focada no usuário – Além dos incentivos mencionados, há mais uma coisa que prioriza o usuário no novo modelo: um limite de monetização de 1.000 streams por usuário por mês. Isso significa que a contribuição de cada usuário para os direitos autorais é contada como 1.000 streams, independentemente do valor real. Desta forma, os royalties disponíveis são melhor partilhados entre os artistas ouvidos mensalmente e o comportamento fraudulento é desencorajado.
Além disso, o tamanho do catálogo disponível em plataformas digitais explodiu nos últimos anos. Na Deezer, por exemplo, cresceu de 90 para mais de 200 milhões de faixas nos últimos dois anos. Como parte desse novo modelo de negócios, a Deezer pretende aplicar uma política mais rigorosa para garantir qualidade e uma melhor experiência do usuário. O que inclui medidas para limitar o “conteúdo ruído” (não-artístico, como sons da natureza, meditações, etc).
Sobre a Sacem
Num ambiente em constante mudança, a Sacem está empenhada em criar cada vez mais valor para os mais de 210.800 autores, compositores e gravadoras que a escolheram para gerir os seus direitos autorais.
Graças à sua rede territorial, ao seu conhecimento tecnológico, à sua capacidade de inovar e negociar acordos com todas as emissoras e plataformas digitais, e ao seu modelo social e solidário único, a Sacem tornou-se um dos líderes mundiais na gestão coletiva e, em particular, no ambiente digital.
Assim, recolhe royalties de plataformas de streaming em quase 200 territórios em nome dos seus membros: cinquenta gravadoras internacionais (Universal Music Publishing, Wixen Music Publishing, etc.) e organizações de gestão coletiva estrangeiras (Socan, Komca, Ascap, Artisjus…) .