“A Vida Depois do Tombo”, série documental de Karol Conká, é o título mais visto do Globoplay desde sua estreia no dia 29 de abril. A obra promove uma reflexão sobre a cultura do cancelamento e, curiosamente, apresenta uma abordagem semelhante a de um episódio da série “Black Mirror”. Será que rolou inspiração?
Depois de sua participação conturbada no “BBB 21”, a vida da rapper fica exposta, em perspectiva, dentro do documentário dividido em quatro episódios.
Para quem ainda não assisitiu, Karol Conká é colocada em uma sala repleta de telas em que são transmitidas cenas complexas, em sua maioria de momentos polêmicos no “BBB 21”, o que acaba promovendo um incômodo psicológico. Seus erros ficam escancarados e ela os revê um por um.
Certo, mas onde entra “Black Mirror”?
Essa escolha de abordagem pode ser comparada a do episódio “White Bear”, da segunda temporada da série. A trama também promove “entretenimento” com base nos erros de uma pessoa.
O episódio conta a história de uma mulher com amnésia que está sendo perseguida enquanto pessoas lhe filmam sem esboçar nenhuma solidariedade. A mulher recebe ajuda, até que chega em uma sala de máquinas que subitamente se transforma em um palco com uma plateia.
Sua identidade é revelada e ela descobre que foi condenada pelo sequestro e assassinato de uma criança junto do namorado. Ela gravou o crime e os registros são exibidos no palco.
No fim, ela entende que toda sua perseguição não passou de um espetáculo enquanto todos a assistiam. O “White Bear” funciona como um parque de diversões onde criminosos são condenados a promover entretenimento e foi inspirado no ursinho de pelúcia da criança a qual ela matou.
Claro que a história fictícia não se compara com a série documental de Karol Conká, mas não há como negar que o formato flerta com o espetáculo de “Black Mirror”.
Então, a pergunta permanece: será que rolou inspiração?