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Entrevista: Tropkillaz fala sobre parcerias luxuosas e afirma que o funk é o estilo mais original do Brasil

Brasileiro só ouve música ruim? O funk não é música? O Tropkillaz discorda! A dupla de DJs brasileiros, que tem como assinatura a mescla de batidas eletrônicas com as nossas raízes, tem fincado seu nome no cenário musical nacional e internacional com louvor. Depois de parcerias de sucesso com Anitta, Sting e Shaggy, os caras voltam a ativa em uma nova colaboração, desta vez com o cantor Aloe Blacc.

Em uma conversa com o POPline, o Tropkillaz contou alguns detalhes sobre seu novo lançamento, “Milk and Honey”, e ainda falou sobre a experiência de trabalhar ao lado de Anitta, a importância do funk na música internacional, o primeiro show no Lollapalooza e os planos para 2018!

Conta um pouco sobre “Milk and Honey” para a gente…

Tropkillaz: Essa música é um marco para a gente. Quando o Tropkillaz começou a gente lançava uma música toda semana, samples, beats, músicas de DJs, mas essa é a nossa primeira canção. Mais popular e radiofônica, mas que ao mesmo tempo nossa identidade. Esse é um marco para a gente, parece que estamos lançando nossa primeira música! Tem uma hora que precisamos evoluir e já estava mais do que na hora.

Como rolou a parceria com Aloe Blacc? Partiu de vocês essa ideia?

T: Já toquei com ele de DJ há muito tempo em Los Angeles, alguns amigos tinham o contato dele e ele lembrava da gente também. Mandamos um email e na hora ele topou! Primeiro mandamos a base e depois nos encontramos em L.A para gravar… Depois de 7 ou 8 meses voltamos lá para gravar o clipe. Essa música passou por várias versões até chegar à final e em 2017 decidimos esperar pelo lançamento de “Vai Malandra”, da Anitta, para lançar a nossa depois, já que pensamos que nosso nome estaria melhor. O lançamento deveria ter sido em dezembro, mas terminou sendo só agora, mas valeu a pena.

O clipe, que tem assinatura do Kondzilla, ficou muito legal e nele vocês passeiam por Los Angeles e pelo Brasil também. De quem foi a ideia para essa produção?

T: A ideia é um pouco de todos nós. Mostramos bem a expressão “Milk and Honey”, que é bíblica e significa algo como “sair da miséria e ir para bonança, para fartura”. Então, aparecemos interagindo com nós mesmos nesses dois extremos. Tem cena do Laudz entregando pizza para ele mesmo, de nós nos atendendo no fast-food… É como sonhos que vão se realizando e achamos que é uma mensagem positiva de como correr atrás, como fazer acontecer.

Um pouco antes desse lançamento vocês fizeram uma parceria com o Sting e o Shaggy em “Don’t Make Me Wait”. Como foi a recepção deles a esta mistura de ritmos que vocês propõem?

T: Eles escolheram a gente entre vários caras que estavam remixando. Eles ouviram o remix, curtiram e foi demais! Eu sou da geração que curtiu muito The Police, sou muito fã do Shaggy também… A gente ficou muito contente de ser escolhido e mais ainda por terem aprovado de primeira a nossa música e ainda mais de ver o público do Sting recebendo a música tão bem. Só feed back positivo nas redes sociais do Sting, a música também está crescendo no Spotify. A gente adora remixar e é a especialidade da casa!

O canal de vocês no YouTube tem crescido bastante e a presença dos fãs estrangeiros é bem evidente por ali… Algumas vezes há mais comentários em inglês do que em português…

T: Na verdade tá acontecendo ao contrário, estamos crescendo no Brasil agora! Antes era 90% gringo. Muitas vezes já pensaram que a gente era de fora. Na época de “Baby, Baby” era assim e nossos primeiros fãs foram russos! A gente só começou o Trop porque viralizou na Rússia. Na época fizemos uma turnê por lá com apenas duas músicas lançadas.

E ao que vocês atribuem este interesse dos gringos no som produzido pelo Tropkillaz e consequentemente na música brasileira?

T: A gente “abrasileirou” o nosso som naturalmente. Na verdade, começamos o Tropkillaz sem intenção de ser um grupo. A gente produzia músicas porque somos DJs e gostamos de tocar o que produzimos. Não estávamos pensando em vender… Então, no início, o som era mais o que tocamos em nossos sets, mais pra gringo mesmo. Depois que a brincadeira ficou séria, criamos essa assinatura; e a única forma de ter esta assinatura foi valorizando nossas raízes. Cada vez mais apostamos nessa identidade.

O Tropkillaz já trabalhou com alguns artistas do funk que estão em um excelente momento no mercado. O grande sucesso desses artistas também gera muitas críticas e constantemente escutamos ou lemos por aí comentários como “brasileiro só ouve música ruim.” O que acham disso?

T: Eu acho que isso é complexo de vira-latismo. Já está mais do que provado que o funk faz parte do mainstream. É um movimento urbano que evoluiu demais em tudo. Musicalmente é melhor, a produção é melhor e não adianta dizer que ‘funk não é música’. Lá fora, o estilo brasileiro que é mais respeitado como original é o funk! A gente não é funkeiro, mas somos muito fãs do movimento! Sofremos a influência dele, apesar de que viemos de uma outra escola, mas mesmo assim usamos tudo com o que convivemos no nosso dia-a-dia. O funk já passou por algumas ‘febres’, como por exemplo o ‘tamborzão’ nos anos 2000, só que esse novo movimento com um beat mais minimalista tá sendo mais bem recebido e isso é novo. Lá fora, as pessoas têm feito muitos remixes com esse tipo de desenho, com essa batida.

No ano passado, junto com Anitta, vocês produziram “Vai Malandra” e como já mencionaram aqui, chegaram a esperar o lançamento desta música para depois lançar “Milk and Honey”, pois o nome do grupo estaria melhor colocado. Qual a importância de ter feito parte deste projeto com Anitta e como foi trabalhar com ela?

T: Foi muito legal, por que sempre flertamos com ela. Dessa vez, a Anitta mandou uma mensagem no Instagram e rolou. Ela é muito ‘quem faz’ o trabalho dela. Ela tá sob o comando e com certeza é uma das artistas mais profissionais com quem já trabalhei. Ela conhece tudo da música dela, de frente pra trás e de trás pra frente, cada barulhinho. Ela saca tudo de mix e acompanha todo o processo. A gente é fã da Anitta e ela virou uma grande brother. É uma pessoa que consideramos muito e também somos muito gratos, pois ela nos deu todo o espaço para a gente brilhar na música como artista e não só como produtor. Ela é muito generosa, além de uma grande profissional.

Vocês estão prestes a subir no palco do Lollapalooza Brasil no fim deste mês. Qual a expectativa de vocês para este show e o que podemos esperar?

T: A gente tá animado! Já tocamos com o DJ Snake no Lolla, mas esse é o nosso primeiro show no festival. Somos bem batizados de palco, já fizemos de tudo, Rock In Rio, Tomorrowland, então nada é muito assustador, mas o Lollapalooza era um negócio que faltava. Existem os outros Lollas também, então isso pode nos abrir outras portas. Estamos montando um show super produzido com uma equipe gigante, teremos muitas novidades e participação também.

Quais são os planos do Tropkillaz para 2018?

T: Já temos quatro singles na sequência e estamos gravando um álbum. Temos um contrato com a Universal Global, então nossos lançamentos são feitos no mundo inteiro e não só no Brasil. A gente já quer falar as coisas, mas estamos esperando elas acontecerem, ter clipe feito… Mas tá tudo muito legal e já temos as músicas também!

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