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Entrevista: Lu Andrade, do Rouge, dá início à carreira solo

Lu Andrade conta tudo sobre seu primeiro EP como solista, “Elo”.

(Foto: Aninha Marques)

É dado início à carreira solo de Lu Andrade, integrante do extinto grupo Rouge. Dois anos após a separação do girlgroup, a cantora mineira vai lançar seu primeiro EP, intitulado “Elo” e composto de seis faixas. Karin Hils e Aline Wirley já lançaram seus trabalhos no ano passado. Agora é a vez de Lu.

“Elo” promete ser pop, de olho nas tendências atuais. Tem também uma música em folk – estilo que ela sempre gostou. “Antes dos lançamentos da Taylor Swift e da Sandy”, ela frisa. Lu assina todas as faixas e garante ter cuidado de todos os detalhes do trabalho, que encara como a realização de um sonho. Ela trabalhou no projeto desde 2019.

(Foto: Divulgação)

“Comecei a pensar em fazer meu primeiro trabalho solo mesmo em maio de 2019. O Lucca [Mourão], meu produtor, é mineiro. Ele veio de Minas para cá, ficou alguns meses, e a gente produziu tudo em casa, o que é muito louco. Agora a gente consegue produzir em um PC em casa! A gente fez toda a produção em casa, entrou em estúdio em outubro e novembro para começar a pensar em lançar em janeiro de 2020, só que não deu certo e veio a pandemia…”

A quarentena forçada deu tempo para maturar o trabalho. Os arranjos mudaram por completo de um ano para o outro. Enquanto Lucca trabalhava nas músicas, Lu Andrade escreveu mais canções e mudou outras. Ela chegou a registrar 15 faixas em estúdio. Em outubro, reencontram-se e ela escolheu as seis que entrariam no EP.

Capa do EP “Elo” (Foto: Divulgação)

POPLINE – Foi difícil manter o segredo?

LU ANDRADE – Foi! (risos) A vontade de contar é enorme, né? Sempre tinha uma vontade de registrar o que estava rolando no estúdio. E tinha as pessoas falando “poxa, você não vai gravar? Não vai trazer música nova?”. E eu louca para contar que já tinha gravado 15 músicas! (risos)

O EP é pop, mas tem elementos de folk, certo?

O Lucca é muito novo, tem 19 anos, e tem uma referência totalmente atual do pop. Ele tem as influências eletrônicas, o trap, e as batidas mais modernas. Eu faço aquele pop tradicional, classicão, e tive que reaprender a compor, entender a estrutura das coisas que estão rolando atualmente. Esse pop, ele deixou bem atual nos timbres. E eu coloquei uma canção folk, que é a canção título “Elo”. E tem uma canção bem triste mesmo, de cortar os pulsos, que ela é menos pop. As outras quatro são bem pop.

É mais romântico ou dançante?

É mais romântico! Acho que sou romântica. Não vamos ter como fugir disso!

Até no Rouge, você apontava as mais românticas como suas favoritas.

É! Não vai ter jeito, meu filho. Vai ter que ser isso mesmo. Não dá para a gente fingir que é o que não é (risos).

Lu Andrade e o produtor Lucca Mourão (Foto: Arquivo Pessoal)

Esse folk que entrou aí é por causa da Taylor Swift? Sei que você adora a cantora.

Não, não tem. Na verdade, eu já curtia folk. Quando eu saí do Rouge, ia fazer um trabalho folk. Antes da Sandy vir folk, antes da Taylor lançar o material novo dela… Em 2007, eu já estava registrando coisas folk, mas acabou que eu não segui naquela época. Mas o folk sempre foi uma referência. Eu ouvia Sarah McLachlan em 2000. Eu vim para São Paulo, cheguei no Souza Lima, o conservatório, e falei: “o que é folk? Me ensina!”. Eu já amava. Tenho esse pé no country, no folk, por eu ser de Minas e ter ouvido isso na minha infância. Acho que sempre vai ter isso, sabe?

Você anunciou o EP com a frase “eu nunca vou perder o que a gente viveu, meu elo com você”. Isso é parte da música?

Sim! É parte da música. Eu escrevi “Elo”… Pode parecer uma música romântica, mas foi uma forma de desabafar a saudade que eu sinto da minha melhor amiga, que é minha cachorra Branca, que faleceu um ano atrás. Essa música foi inspirada nela. Foi para ela, na verdade. Foi a forma que encontrei de homenageá-la, botando o título do álbum, escrevendo essa música… É para ela, na real. Eu não ia contar isso, porque fica “ai, ela fez uma música para a cachorra dela” (risos). Mas é linda, sabe? Eu acho que consegui lidar melhor com a falta que ela faz depois que finalizei o EP e batizei para ela.

Ela tinha quantos anos?

Tinha dez. Foi minha companheira por uma década. Todos os dias juntos.

Eu perdi meu gato esse ano. Ele estava com 21 anos.

Oi? Que sorte que você teve um bicho tanto tempo! Parabéns!

É igual um familiar muito próximo.

Ela era minha melhor amiga. Quem não tem bicho não entende, mas ela realmente era. Eu comecei a compor esse álbum, no ano passado. (se interrompe) Eu estava no “Dancing Brasil” e descobri que a Branca estava com câncer. Aí eu não pude ficar com ela. Quando o Rouge acabou, eu me mudei para ficar só com ela, no início de 2019. Fiquei cuidando dela até 25 de agosto, que foi quando ela morreu. O Lucca, meu produtor, veio de Minas para cá no meio desse processo, então tem umas músicas muito “dark”, muito tristes, que eu deixei de fora neste começo, porque eu estava nessa fase cuidando dela. Quando ela morreu, eu estava triste, deprimida, e o Lucca veio, me tirou do quarto, e falou “vamos fazer música. Vai ser agora que você vai focar em outra coisa”. O processo inteiro dessas músicas eu estava vivendo o luto da minha cachorra. Eu devo muito ao Luca, porque se não fosse ele não teria saído o EP. Real/oficial.

Além da Branca, o que mais te inspirou na hora de compor?

“Você e Eu” é inspirada em um professor que era um crush meu.

Crush antigo ou um crush recente?

É um crush antigo! (risos)

Será que ele vai descobrir que é sobre ele?

Ah, não sei! (risos) Será que ele vai ouvir? Fiquei pensando nisso hoje (mais risos).

Ah, deve ouvir né.

Será? Será que ele vai falar “olha, aquela moça lá lançou…”? (risos) O que você acha?

Eu acho que ele vai ouvir! Imagine você ter sido crush da Lu Andrade.

Tomara que ouça! (risos)

(Foto: Aninha Marques)

Eu ia ouvir tudo procurando alguma coisa sobre mim.

É, né? “Ela vai escrever alguma coisa sobre mim, eu tenho certeza!” (risos) Aí ele começa a ouvir a música e pensa: “será que essa frase aqui é para mim?”.

O melhor é que outras pessoas podem ouvir e achar que é sobre elas. Isso pode acontecer.

É… Pode! Vai ser muito interessante ouvir o que as pessoas têm para falar. Estou bem ansiosa.

Agora que o EP está pronto. O que ele representa para você?

Em 2021, faço 26 anos de carreira. A primeira vez que ganhei um cachê foi em 1995. Desde 1995, tenho o sonho de gravar meu álbum. Meu “disco”. Eu falava “disco”. Só que tanta coisa aconteceu nesse processo, sabe? Eu fiz tanta coisa! Quando liberei o pre-save, chorava de muita alegria. Um misto de dever cumprido com sonho realizado. Ainda bem que não desisti no meio do caminho. É uma sensação de: “é daqui pra frente”. Estou muito inspirada. A volta do Rouge serviu para eu colar uns pedaços dentro de mim para poder abrir espaço criativo, sabe? Para conseguir seguir sendo eu mesma. Esse EP é 100% verdadeiro, 100% eu. Eu escrevi tudo. Eu compus, participei da mixagem, da masterização, de cada detalhe: “aumenta isso, diminui isso”. Eu fiz tudo: escolhi a foto, criei o conceito, escolhi a arte da capa. Eu fiz tudo! Então eu tô me sentindo em êxtase, você não tem noção.

(Foto: Divulgação)

Você falou de compor. Como é seu processo de composição?

Eu sonho com muita música. Muitas melodias são sonhos. Não são minhas, elas vêm de algum lugar. Geralmente vem um pedaço de melodia na minha cabeça e fico repetindo isso. Eu tinha o refrão de “Eu Nunca Quis Dizer Adeus” e fiquei com ele na cabeça por muito tempo. Aí o resto tem que ficar ralando mesmo – encaixando, pensando, trocando. Mas geralmente vem uma ideia melódica muito forte. Geralmente é o refrão. As produções com o Lucca aconteceram um pouco diferente. Ele traz um beat para mim – pedaços de músicas produzidas – coloca para eu ouvir e a melodia vem. Todas as músicas que ele produziu, que são quatro delas, a gente fez a letra e a melodia juntos.

Você pretende fazer clipe?

Eu adoraria fazer clipe! A gente conversou sobre fazer um clipe em 2019, mas no meio da pandemia acabei desistindo. Vai ter algum registro visual sim, só não sei dizer quando.

Você acredita que o EP é para um público novo ou ainda vai conseguir agradar os fãs vindos do Rouge?

Não sei te responder isso, sabia? Acho que alguns fãs do Rouge vão gostar porque tem pop. Eu mantive a essência, até porque o Rouge me mostrou meu caminho. Foi o Rouge que me fez entender que eu gostava e queria fazer pop também. Mas eu não sei o que o público espera do Rouge – se é algo mais dançante. Tem muita música ali para você ouvir e curtir e muita música para você sentir. O EP é sensorial também. Espero que traga muita gente nova, que nunca ouviu falar de mim e que se identifique com o som e as histórias.

(Foto: Aninha Marques)

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