Um mix de “Thelma & Louise” (1991) com “Se Beber, Não Case!” (2009). Essas são duas referências boas para entender do que se trata “La Situación”, comédia que chega aos cinemas na quinta (23/3). O ‘road movie’ exigiu das protagonistas Júlia Rabello, Natália Lage e Thati Lopes disposição para o desafio. “Todo perrengue que você vê no filme aconteceu de verdade”, Júlia conta ao POPline.
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Na história, uma mulher frustrada (Natália Lage) viaja com duas amigas completamente diferentes (Júlia Rabello e Thati Lopes) para a Argentina para reivindicar uma herança familiar. Só que uma sucessão de mal-entendidos levam o trio a ser confundido com traficantes internacionais, e elas precisam jogar o jogo se quiserem sair bem dali.
“Protagonismo feminino já existe, mas é diferente neste gênero de road movie. É um protagonismo feminino em um tipo de filme que estamos acostumados a ver com caras. Como se constrói essa identidade feminina, em um lugar que geralmente é dos homens, sem ser masculina? Sem ser uma mulher que nem um cara? Estar na mesma situação, mas não agir igual”, comenta Natália Lage.
O roteiro da aventura é assinado por duas mulheres, Carolina Castro e Natália Klein. Para Júlia Rabello, poder fazer parte desse filme foi um presente. “A gente cresce como atriz tendo vivências diferentes. Se a gente ficar sempre naquele formato da mulher que casou, e do homem que a ama… (se interrompe) A gente quer coisa nova!”, comenta a atriz.
Os bastidores do road movie “La Situación”
Apesar da trama se passar na Argentina e no Paraguai, as filmagens ocorreram no Uruguai. O diretor Tomás Portella já está acostumado a filmar no país e sabia que encontraria boas locações lá. Além disso, o Uruguai estava mais favorável para gravações durante a pandemia, quando o filme foi gravado.
“A gente ficou sete dias trancados num quarto no Uruguai, em quarentena, e o maior medo era que alguém testasse positivo durante as filmagens. Uma figurante testou e tivemos que parar as gravações por cinco dias até descobrir que era falso negativo”, lembra o cineasta.
Ele admite que também temeu que alguém do elenco e da equipe desistisse do trabalho, porque as locações eram hostis. “Todo lugar que parece quente, estava quente. Todo lugar que parece árido, estava árido. Alguém poderia ter falado ‘chega, não aguento mais’. Mas ninguém deu defeito”, comenta. Natália Lage ressalta que, além do calor, o elenco também encarou frio de cinco graus em gravações noturnas.
“Foi perrengue mesmo, não estamos mentindo não”, brinca Júlia.
Cada uma precisou lidar com suas próprias limitações. Thati Lopes, por exemplo, sofre de cinetose, um mal estar causado pela movimentação em viagens. Algo bem problemático na gravação de um ‘road movie’. Fazer uma cena de ação em um carro pequeno em movimento foi um teste de resistência.
“O carro era muito pequenininho, e eu tenho que ir pra frente, brigando com o motorista que está dirigindo, tentando pegar umas coisas da mão dele… isso foi muito perrengue pra mim. Eu passo mal por causa da cinetose, que você fica tonta”, lembra.
Na mesma diária no carro, Júlia tentava controlar sua ansiedade. “O gatilho é sentar no meio do carro. E era uma diária inteira sentada no meio do carro”, diz entre risos. E tinha, claro, o obstáculo da luz natural. “Tem o horário da luz, e a luz ‘tal’ dura cinco minutos. Se você perde, aquela luz nunca mais vai acontecer. Tem o perrengue que a gente filmou e mostrou, e o perrengue dos bastidores”, brinca.
“Mas é uma put* oportunidade vivenciar essa aventura, essa história, com outras duas mulheres que amo e admiro. Ter essa possibilidade de cenas e de trocas com outras duas pessoas que são sensacionais… não tem como não ser maravilhoso”, completa.