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Entrevista: Greg BBX fala da importância de misturar rap e pop na música nacional

Cantor, compositor e beatboxer, Greg BBX fala sobre sua trajetória.

Foto: Reprodução Instagram @gregbbx

Eu sou cantor, compositor e beatboxer. Sou um cara que eu tenho bastante influencia do rap, desde sempre, mas eu gosto de caminhar bastante pelo pop e outros gêneros musicais. Isso me traz uma característica única“, é assim que Greg BBX se define, em poucas palavras. De fato, com apenas 18 anos, ele consegue dar forma a um trabalho multifacetado, que abrange muitas áreas de criação. Ele não é um produto, longe disso. Gregory Matteoni Gazapina (o nome de batismo) tem uma trajetória longa, apesar de sua pouca idade. Conversamos com ele para ficar sabendo mais sobre sua identidade, que reflete claramente no trabalho.

Foto: Reprodução Instagram @gregbbx

Começou aos 6 anos

Greg BBX começou quando ainda era bem criança, aos 6 anos, o que foi muito importante para a busca de seu lugar como artista. “Eu comecei na música fazendo beatbox. Foi o que me introduziu nesse meio, o que está totalmente ligado com o rap, né? É uma parada que começou lá nos anos 80 e 90 com os caras fazendo beatbox pra rolar a rima“, explicou ele.

Para o artista, o beatbox foi fundamental para que ele estivesse no caminho certo.

Abriu as portas para mim. Para conhecer os artistas que eu conheço hoje… O meu primeiro show foi com o Marcelo D2, então já foi uma responsabilidade com 6 anos. Aí eu fui conhecendo outros artistas, como o ConeCrew, fui fazendo essa ligação pelo beatbox e mais tarde comecei a cantar e compor“, explicou.

Introdução ao rap

A influencia de gostar de rap veio de família. Está no sangue! “Na realidade, o meu pai quando era mais novo, ele era DJ. Então, ele sempre teve essa parada de gostar de rap, ele tocava rap nas festas. Então, desde que eu nasci, ele botava rap pra tocar. Eu cresci ouvindo rap, é uma ligação desde que eu nasci“, relembrou ele.

Com o tempo, outras influencias foram surgindo. Talvez o público já espere algumas delas, mas outras surpreendem. “Eu costumo ouvir bastante rap dos Estados Unidos e MPB. Os rappers que eu costumo mais ouvir são Travis Scott, Lil Baby, os caras que estão mais em alta na gringa. Aqui no Brasil, eu ouço Março D2, que é meu padrinho, mas eu gosto muito de ouvir MPB, tipo Djavn, gosto bastante de pesquisar essas paradas, tipo Cartola, que marcaram o Brasil“, contou, surpreendendo com seu lado eclético.

Foto: Reprodução Instagram @gregbbx

Greg BBX como artista

Em suas músicas, como “Fica Tranquila” e “Imã“, é possível ouvir essa mistura de referências. “Consigo juntar essas referências do rap gringo junto com essa cultura brasileira e trazer essa sonoridade que é minha“, observou.

Seu diferencial vai muito além das influencias. Sem falsa modéstia, ele está ciente que seu talento vai além do que se costuma ver por aí. “Eu sou um cara bastante autodidata. Eu aprendi a tocar violão sozinho… Mas ainda assim, posso dizer que o diferencial é o beatbox. É muito difícil a gente ver um cara que canta, compõe e faz beatbox“, listou.

Composições

Com 18 anos, Greg BBX nem viveu tudo o que retrata em suas músicas, sempre autorais. Ele fala isso sem medo de ser julgado. Na entrevista, afirmou que nunca namorou, mas mesmo assim faz músicas de amor. “O pessoal até brinca comigo. Tipo, perguntam se eu já namorei. Eu falo que não, porque eu nunca namorei. Aí o pessoal fala: ‘como você faz essas músicas de amor, então?’. Mas é que eu sou um cara bem observador, eu vejo o relacionamento dos meus amigos e o que seria maneiro falar, o que as pessoas vão se identificar“, assumiu.

Foto: Reprodução Instagram @gregbbx

“Também tem umas coisas que acontecem comigo, porque não necessariamente a pessoa sofre de amor namorando. O cara às vezes tem aquela crush que tá gostando e sente uma parada, já dá pra botar na letra, mas nem sempre é coisa pessoal, não… É tipo um mix de acontecimentos”.

Suas composições acontecem quando a criatividade fala mais alto. Não há um padrão. “Quando vem uma ideia na mente, eu gosto de gravar a ideia no telefone. Pra não perder a ideia e lembrar. Se eu não gravar, eu perco rapidinho! Mas pra eu compor, é muito de momento. Tem hora que eu tô meio travado, que eu tenho que fazer a parada, mas eu não consigo. E tem hora que vem a inspiração e eu escrevo a música toda em pouco tempo. É muito de momento“, explicou.

Fica Tranquila

A música de trabalho mais recente de Greg BBX é “Fica Tranquila“, que ganhou versões ao lado de Tília, que também participou do clipe. Essa é uma das músicas que surgiram de uma gravação despretensiosa no celular.

Mano, essa música foi doideira, porque a gente escreveu no ano passado. Foi eu, o Igor Califfa e o Papatinho. Na época eu não tinha gostado muito dela, e a gente tinha escrito só o refrão. Eu não tinha curtido muito o refrão e deixei guardado num telefone“, relembrou.

“Só que aí, no meio da quarentena, eu estava olhando as guias que eu tinha no celular e pensei: ‘esse refrão é bom, essa música tem futuro’. Aí eu peguei e veio uma inspiração. Aí eu escrevi os dois versos, alterei uma paradinha no refrão e mandei pro Papatinho e ele se amarrou na letra e ele refez o beat. A gente tinha um beat antigo e ele fez uma gravação nova”, completa.

Love Songs

As músicas de Greg BBX falam de amor e ele sente um pouco de pressão em relação a isso. No entanto, ele tem orgulho do que faz.

Tem muita gente que acha que eu faço só love songs porque é um bagulho fácil, sacou? Porque eu tenho uma pouca visibilidade hoje porque eu faço logo song. Mas não é bem assim“, desabafou.

“Eu sei muito do que eu passei, nessa caminhada desde os 6 anos, o que eu e meu pai passamos pra hoje eu estar em uma gravadora e tralhando com artistas grandes”.

Uma música que fala sobre essa caminhada é “Onde Que Eu Tô“, que fala da persistência de sua trajetória. “Essa música conta da minha história, de como é viver nesse mundo, eu olho e penso. ‘Olha onde eu estou? Valeu a pena tudo o que eu passei pra hoje eu estar aqui’”, disse.

Destaques no repertório

Além de “Fica Tranquila” e “Onde Que Eu Tô“, ambas já citadas, o rapper foi questionado sobre quais outras canções do repertório ele destacaria. Ele quer que as pessoas escutem todas, mas tem duas queridinhas.

Uma é “Uma Noite Só”. “Sempre que eu ouço eu penso: ‘caramba, essa música é muito bom e tem muito potencial’. Mais pra frente até pretendo relançar ela em uma versão diferente“, revelou.

Outro destaque é “Imã“, que é queridinha dos fãs. “Foi um momento que eu estava vivendo e queria fazer uma música pra cima. Eu gostei muito do sentido da música, que é falar de amor e juntar com um objeto. Eu falo, tipo. ‘Quando eu vi eu pensei, pensei / Orra mina po / Que que ce tem que como um imã se aproximou’. Tá ligado? Eu fiz essa brincadeira e gostei bastante. Acho que o cara parar para ver a letra e sentir, é uma música muito interessante“, contou.

Rap x Pop

Greg BBX faz rap, mas a mistura com o pop se mostra importante para agregar. No mercado estrangeiro, essa mistura é muito comum. No Brasil, nem tanto. “Eu gosto de misturar nas minhas próprias músicas, o rap com o pop. Eu acho que funciona muito bem. O rap, hoje no Brasil, não é tão visto como nos Estados Unidos, exemplo. Então, juntando o rap com o pop, eu posso abranger ainda mais pessoas, sacou? Criar um público ainda mais que só o rap ou o pop“, refletiu.

Questionado se tem algum artista brasileiro que ele gostaria de colaborar, ele respondeu Anitta. “Fazer uma música com Anitta ia ser brabo“, exclamou.

Projetos futuros

Greg BBX já está com novos projetos na manga.
Nessas últimas semanas eu estava em estúdio. “Fiz muitas músicas boas, eu estou muito ansioso para lançar elas. Eu pretendo agora lançar uma série de singles e no ano que vem lançar algo mais empacotado, um álbum“, revelou.

Mais detalhes você vai saber na nossa próxima matéria com o Greg BBX, falando sobre as projeções futuras!

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