Famoso pelo megahit “Calma”, o portoriquenho Pedro Capó, se tornou conhecido no Brasil quando surgiu ao lado de Anitta performando a canção no Maracanã, Rio de Janeiro, no final da Copa América 2019. Após o sucesso do single que se tornou um hit mundial, ele agora retorna com um novo trabalho, chamado “Munay”, com o objetivo de que as pessoas se conectem espiritualmente através da música.
Ao POPline, Pedro Capó falou que a sua ligação com a Amazônia foi parte importante desse trabalho e como as raízes do Brasil foram fundamentais para o desenvolvimento do seu trabalho.
POPline: Pedro, eu percebi pela capa de Munay que há uma conexão muito forte com questões espirituais, como o despertar da Kundalini, que é a conexão com a sua energia interior, a abertura do terceiro olho e a percepção com a nossa própria divinidade… Essas minhas percepções estão certas? De onde veio o conceito do álbum?
Pedro Capó: “Isso mesmo, você captou! Já faz mais de 20 anos que eu estou trabalhando com a minha busca espiritual e cura emocional e física. Melhoro a minha criatividade através de buscas, como por exemplo, conhecendo o xamanismo amazônico, através do ayahuasca e quando eu vou fazer um retiro espiritual, vou a um acompanhamento no Amazonas que se chama “Munay”. E essa palavra significa amor próprio, amor absoluto, amor universal e daí surgiu a ideia. É um disco baseado nas diferentes facetas do amor – o amor romântico, amor ao presente, amor à pátria, amor ao compromisso social. Procurei trazer reflexões sobre esses temas e fazer um convite ao público à introspeção”.
POPline: Sim, a capa transmite claramente essas ideias, como você chegou a essa concepção artística e imagética para exprimir essas emoções?
Pedro Capó: “É daí que sai a ideia e o conceito de uma experiência transpessoal que tive através de uma conexão com o divino, pude perceber a dualidade da vida e da morte. Há símbolos das plantas , como ayahuasca e isso foi pensado por um artista, que para mim é uma honra tê-lo em meu trabalho que é o muralista portoriquenho Alexís Diaz, que soube traduzir exatamente o conceito que quis transmitir. A capa superou as minhas expectativas”.
POPline: Vivemos um momento crítico na história da humanidade e é muito importante esse tipo de mensagem, de mudança e autoconhecimento. O lançamento de Munay para essa data foi proposital?
“Não tinha ideia de viria uma pandemia quando surgiu o conceito de Munay. E é aquilo, tudo acontece no tempo divino e fico muito feliz que durante esses tempos tão difíceis, o álbum pode servir para elevar o espírito e deixar mensagens de otimismo nessa realidade que estamos vivendo”.
POPline: Agora, temos que também falar do Brasil! Há a participação do produtor brasileiro Pablo Bispo. Como surgiu essa parceria do Brasil e Porto Rico?
“Pablo Bispo é muito bom. Trabalhamos na música “Tu Fanático”, que é uma das minhas músicas favoritas do disco, que é mais progressiva, mais vanguardista. Nos conhecemos em um “camp”, já faz um tempinho, aqui em Miami e tivemos uma liga incrível desde o começo. Fizemos duas canções e seguimos com vontade de trabalhamos juntos. Ele é muito conhecido por produzir músicas de artistas como Pabllo Vittar, Anitta… Eu tenho muito orgulho desse disco inteiro. Ele foi pensado, através da ordem das canções, exatamente para ajudar o público atravessar determinas emoções”.
POPline: “Day By Day” é a minha favorita do álbum, inclusive.
“Day By Day” é a canção “bandeira” de Munay, que pede que nos concentremos no aqui e agora. Vivemos tanto tempo pensando no passado e ele não existe, aí criamos ansiedade para um futuro, quem nem existe. Tudo que conseguimos, alcançamos através da criação do presente, do dia-a-dia. Começar o disco com essa música é recordar que temos sempre o hoje para fazer as mudanças que queremos”.
POPline: Para encerrar, quero saber, após Pablo Bispo, há negociações para trabalhos com artistas brasileiros?
“Ah, temos muitas coisas para o Brasil! Muitas! Eu estou conversando com os meus irmãos do Natiruts e também com Pabllo Vittar. Eu não tenho datas fechadas, mas teremos várias novidades envolvendo artistas do país. Eu espero muito estar no Brasil para divulgar o Munay assim que a pandemia passar”.