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Entrevista: disco novo, fãs apaixonados e agenda lotada. Para a Move Over trabalho de mais de 10 anos é finalmente recompensado


O Brasil não tem um histórico de abraçar de cara uma banda ou artista “revelado” por um reality show musical. Na maioria das vezes, quem ganhou exposição na TV ainda precisa ralar um bocado antes de finalmente alcançar o sucesso almejado. No entanto, o cenário atual é bem diferente e a Move Over sabe disso!

A banda apresentada às massas no “Superstar” (TV Globo), caiu na estrada logo após o programa e já está com CD nas lojas! “Elemento Surpresa” foi lançado na semana passada com composições feitas em dois momentos vividos intensamente por Adriane Santana e Leandro Tenório: os 11 anos antes e o depois do índice – ainda recorde – de 94% de aprovação.

O POPline conversou com Dri e Leandrinho por telefone para falar sobre a nova fase descrita como “um sonho”. Não faltaram ainda elogios aos fãs passionais, uma lembrança especial da passagem da recente turnê pelo Nordeste e o alívio de poder finalmente trabalhar música sem os entraves e dificuldades de uma banda independente.

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POPline: Nova fase, CD lançado… como está o coração de todo mundo?

Dri: Está tudo certo, Graças a Deus. Estamos aqui na batalha! É muito gostoso, como se você tivesse pegando um sonho com as mãos, né? A gente está com 12 anos de carreira e nunca paramos de trabalhar, sempre fomos uma banda muito ativa, sempre compondo, nos influenciando e ano passado após o “Superstar”, que foi um super divisor de águas na nossa carreira, fizemos uma turnê muito bacana e optamos por terminar os shows para poder focar inteiramente no CD.

Então a maioria das letras foi feita antes do programa?

Dri: Na verdade é um meio a meio. Há algumas músicas que já estavam prontas, algumas que surgiram depois, que a gente criou em parceria…

Leandrinho: Outras que foram compostas especialmente para o programa e depois do programa.

Até porque acredito eu que após o programa, com a exposição que vocês tiveram e com o feedback do público e até de outros artistas, as coisas mudam, né?

Dri: Certeza! É um amadurecimento muito grande. Você tem contato com muitos artistas tipo a nossa madrinha Ivete [Sangalo] que tanto teve para nos ensinar, com as outras bandas também que foi uma amizade muito f*** e mais toda a experiência que a gente adquiriu nos 11 anos como independente, ali ralando, fazendo muitos shows, se dedicando muito no dia a dia para hoje estarmos aqui. Você olha para trás e passa um filme mesmo na cabeça. Como minha mãe fala “eu vi você colocando tijolinho por tijolinho em cima do nome desta banda” e a gente está bem feliz.

Você sempre faz questão de tocar na história da banda ainda como independente e agora com essa exposição toda… Como é lidar com essas, vamos dizer assim, duas histórias da Move Over?

Dri: Esses 11 anos antes do “Superstar” foram uma preparação, uma escola, fizemos muitos shows, gravamos muito, estudamos muito para que a gente hoje pudesse fazer este trabalho. Estávamos esperando apenas uma oportunidade porque a gente veio se preparando para isso há anos. Quando surgiu o “Superstar” foi a oportunidade que estávamos esperando. Foi incrível a gente ter um destaque maravilhoso, uma pontuação que até hoje é o recorde. Foi importante saber que o Brasil foi com a nossa cara, que as pessoas gostaram da gente. Foi maravilhoso também poder fazer uma turnê pelo Brasil, passar por cidades que não tínhamos ido antes como no Nordeste e sermos recebidos com tanto carinho ali mesmo no aeroporto.

Como vocês lidam agora com essa nova leva de fãs? Esse contato muito mais acalorado ao vivo e através das redes sociais?

Leandrinho: Eles [os fãs] são a nossa verdadeira recompensa. O mais legal é que o que a gente acredita, eles também acreditam. A partir do momento que a gente apareceu no “Superstar” obviamente, meu, o número de fãs aumentou muito. A gente sentiu que entre eles já existia uma certa união de cara. Eles tiveram afinidade uns com os outros porque se identificaram com a proposta da banda então já tem isso em comum e isso aproximou muito as pessoas. Não existe rivalidade, acho eles se ajudam, se completam.

Dri: Eu ouço muito “poxa, eu era uma pessoa que não tinha muitos amigos e quando passei a ir nos shows de vocês, conheci pessoas que também amam as músicas, que foram tocadas… a gente se uniu e hoje somos amigos”. É aí que tudo faz sentido, é pra isso que eu tô aqui. Eles falam que a gente os ajuda muito, que a gente os completa, mas a reciproca é totalmente verdadeira. Assim, quando eles me pegam num dia que não tô muito legal. Sabe aqueles dias você acorda meio deprê? E você começa a ler as mensagens deles, é tipo ‘cara, velho, que coisa linda’. Eles escrevem textos tão emocionantes que não tem como você ter um dia ruim.

Você não consegue nem se permitir ficar triste.
Dri: É, eles melhoram o meu dia e não eu o dia deles.

Tô curiosa sobre o CD porque vocês trabalharam com um cara super experiente e envolvido na carreira de diversas bandas, né? Como foi trabalhar com o Brendan Duffey?

Dri: lembro quando estávamos no meio da turnê e nosso empresário nos apresentou a ele. Rolou afinidade logo de cara. Na primeira ideia a gente começou a gargalhar então o clima era muito gostoso. A gente sempre cria aquela expectativa, mas foi super bacana porque eu já era fã do cara e ele elogiou muito a banda deixando a gente bem à vontade.

Leandrinho: mas rola aquele medinho né [do que vão dizer]? Ele é uma pessoa nova a ouvir a banda, respeitado no meio, muito experiente.

Dri: ele tem aquela experiência de ‘a gente queria aquela sonoridade’ e ele mexe cinco botões e consegue exatamente o que a gente queria.

Deve finalmente ser um sonho, né? 11 anos fazendo tudo em uma banda independente e alguém agora ajudando a criar exatamente o que vocês imaginam…

Dri: Certeza! O Le era empresário, motorista, roadie, produtor e eu era auxiliar de marketing, ficava na internet, era vocalista… (risos) e hoje em dia você ter toda uma equipe que sabe os caminhos para te levar para um trabalho legal e você apenas se preocupar com a música é maravilhoso! A gente está curtindo cada momento.

E qual é o “Elemento Surpresa”? Ou tem vários?

Dri: Na verdade, o elemento surpresa é o conceito do disco. Depois que a gente lançou nosso CD lááááá atrás na nossa adolescência, a gente nunca mais lançou um disco. Sempre alimentávamos a internet com singles, um videozinho, uma versão, uma gravação acústica… mas agora a gente parou para fazer o repertório do CD! Pegamos as cartas que a gente tinha na manga para criar o nosso elemento surpresa. Tanto músicas que foram tocadas no “Superstar” que eram muito pedidas nos shows como “Pronta Pra Andar” e “Para te Entregar”, produções novas como “Eu Acredito”, “Certo e Errado”, “A Nossa Música” e depois surgiram umas ideias com o Eric Silver, de quem sou super fã, e quando ouvirmos as músicas foi amor à primeira vista.

Leandrinho: É aquela carta na manga que a gente tem que ter para poder se reinventar, ter algo novo então é muito importante que na vida a gente sempre tenha vários elementos surpresas!

Então vocês agora querem voltar a rodar o Brasil com as músicas novas!

Dri: Queremos sim, se Deus quiser. Vocês estão super convidados!

Ah, obrigada, eu moro no Nordeste então eu espero vocês por aqui de novo, hein?

Leandrinho: A gente vai sim! A gente adorou o Nordeste!

Somos arretados demais!

Leandrinho: É um povo arretado demais mesmo!

Dri: Para se ter uma ideia, a gente foi fazer shows aí e não queríamos mais voltar.

Leandrinho: E a comida é maravilhosa mesmo! Pelo amor de Deus!

Dri: É um calor incrível! Eu não gosto de gente mais ou menos e os fãs do Nordeste são muito especiais.

A gente está num site de música pop e vocês já disseram que o gênero ajuda vocês a abrirem o leque de inspiração. Como é isso?

Dri: olha, eu sou uma traveca, né? Somos uma banda de rock, mas a gente não se define só rock porque não nos limitamos. E a nossa pegada pop é muito grande. Sou muito muito influenciada pela Jessie J. É uma das minhas preferidas da atualidade. Aquela voz e aquela presença de palco me inspiram 24 horas por dia. Gosto muito da Beyoncé, Lady Gaga, Katy Perry, da Pink e eu tento misturar isso com o rock do Aerosmith, do Led Zeppelin, do Foo Fighters, do Green Day…

Leandrinho: E se você pegar os shows da Beyoncé, Rihanna eles são super rock and roll. Atitude total, né? Tem guitarra, tem batera, tem tudo o que a gente gosta. Então a gente meio que se define como uma banda de pop com uma identidade e atitude rock.

Só mais uma coisinha: temos agora uma baixista mulher! Estamos em pé de igualdade nesta banda, né? Não tava muito clube do bolinha isso aí, não?

Leandrinho: risos
Dri: Tava demais! (disse super empolgada) Eu precisava de uma companheirA! [entonação total no ‘A’]

Sei como é. Sempre tive mais amigos homens. Dri, não chega uma hora que eles esquecem que você é mulher?

Dri: eles começam a falar cada coisa que você tem que ser quase um homem para participar das conversas.

Leandrinho: Ah, mas agora é TPM em dobro! Imagina quando os ciclos começarem a sincronizar.. ai meu Deus! Serão dois hotéis aí! Segura essa mulherada! (risos)

Muito obrigada pelo papo! Que a jornada seja de muita sorte!

Dri: Muuuito obrigada pelo papo… foi muito legal mesmo, um beijo gigante para todos e obrigada por tudo aí!