in ,

ENTREVISTA: Claudia Leitte fala sobre os bastidores do novo single “Balancinho” e adianta planos para o carnaval 2019


“Balancinho, Balancinho, cabeça, cintura, joelho e quadril!” Refrão fácil e que fica na cabeça desde a primeira vez que você escuta. Uma música daquelas, que quando a gente ouve já pensa em uma multidão dançando, com todo esse swing pelos circuitos do carnaval de Salvador. E foi assim mesmo que Claudia Leitte escolheu seu novo single! Em uma conversa com o POPline, a cantora contou algumas curiosidades por trás de “Balancinho”, seu abre-alas do verão, e ainda adiantou alguns planos para o seu carnaval 2019, que terá a Amazônia como tema central.

“Balancinho” chegou nas plataformas digitais à meia noite de hoje e já chegou ao topo do iTunes Brasil. Quatorze horas depois seu clipe estreou na TV aberta e no YouTube, onde até o momento as visualizações já passam da marca de 53 mil. Essa adrenalina do lançamento é algo que alimenta Claudia Leitte enquanto artista. “Gosto de ver o circo pegar fogo haha Tou adorando tudo isso, eu adoro essa período de estreia, onde todo mundo fica tenso para ‘ver o bebê nascer’. Me divirto o tempo inteiro e o feedback é imediato. Eu já sou ansiosa, mas nessa época eu fico ainda mais,” contou.

O single é novinho, mas o swing nos remete a velhos conhecidos, como “Taquitá” e “Baldin de Gelo”, dois grandes sucessos da cantora. Entretanto, ela garante que esta escolha não é feita de maneira consciente e a música precisa “bater”. “Eu gostei da música e acho que isso é o principal. Para eu ‘comprar’ a história toda, eu preciso estar envolvida. Isso é da minha natureza, preciso curtir a música. Depois disso, a gente partiu para o pensamento mais pragmático, mas foi tudo muito natural, do tipo ‘te amo e quero você’. Me apaixonei pela música. […] Ela é uma composição de Duller com produção de Cabrera. Duller é um dos compositores de ‘Largadinho’ e Cabrera assinou ‘Baldin de Gelo’. Cabrera é gringo, é latino, então ele respira esses bases… Eu já venho colhendo esses materiais mais latinos há um tempo e com ele fica ainda mais evidente.”

“Balancinho” nasceu na Bahia, como nos contou Claudia, e não poderia ser diferente. A música tem cara de Bahia e ainda traz em seu refrão os comandos para uma coreografia simples, traço característico da axé music. Sobre se manter conectada com suas raízes, Claudia explicou: “Às vezes a gente dá uma viajada, a gente se permite muito. O próprio axé permite essa variação e versatilidade, mas as raízes são importantes e a raíz da música baiana é simples. É música para todo mundo e o carnaval é democrático. Não importa para onde você veio e nem para onde você está indo, é só seguir o fluxo e vai dançando…”.

A dança pode até ser simples, mas o visual emplacado no clipe de “Balancinho” está longe disso. À primeira vista, o figurino de cores terrosas e outras mais claras e o cenário neutro nos fazem questionar se esta é realmente uma produção de Claudia Leitte, que sempre faz uso de muitas cores – o seu famoso rosa – e roupas exuberantes. Porém, a “simplicidade” cai por terra no momento em que a cantora se multiplica em muitas, mais de duzentas, dela mesmo. Sobre esta ideia, ela contou:

“Não foi nada simples haha Na verdade, o simples não é fácil de conseguir! A simplicidade só se consegue à custa de muito trabalho. A gente trabalhou muito, se dedicou muito. A concepção do vídeo foi imediata, porque a música já trouxe todo o caminho que a gente ia trilhar. Eu ouvi e já sabia tudo! Já sabia a roupa que eu queria usar, já sabia como o clipe iria ser, já sabia como ela iria se comportar no carnaval. Ela veio pronta e eu adoro música assim, mas dá muito trabalho construir tudo! Eu queria uma sala de dança e ali muitas mulheres. Eu tenho vários papéis em minha vida, sou mulher, mãe, cantora, empresária, artista e equilibrar todas essas funções não é uma tarefa muito fácil, mas é uma tarefa simples porque eu só preciso ser eu e exercer esses papéis que estão dentro de mim.”

“Sobre o figurino, eu acho que eu tenho aquelas cores, sabe? Cada função que eu exerço tem uma daquelas cores e todas elas me fazem multicolorida no palco, no trio, quando estou sendo a cantora que sou, que faz carnaval. Se misturar aquilo tudo ali, vai dar um carnaval, mas olhando individualmente, que é o nosso objetivo, você vai ter uma coisa mais doce. Eu sou assim, doce. Em tudo que eu faço busco ser carinhosa, cuidadosa e prezo muito as relações com as pessoas e acho que isso tem cor e é uma cor mais leve… Não é flúor.”

(Foto: Ariel Martini)

“Balancinho” é a aposta de Claudia Leitte para o verão 2019, mas segue a mesma estratégia de seus últimos lançamentos, um single avulso. Nada de EP ou álbum, pelo menos por um bom tempo. Entretanto, isso não significa que não exista uma infinidade de outras músicas e parcerias, como a com Mano Walter, que será lançada no próximo dia 14.

“Continuo firme com este propósito. Eu tenho umas músicas e eu fiz o que a gente chama de laboratório. A gente toca algumas dessas músicas em alguns shows e a gente sente como é a reação do público em relação a elas, como a música funciona. Eu fiz muita música e quero ter muita calma para lançar tudo e não perder nada. Tudo que eu escrevi ou que recebi de algum compositor tem uma história. Eu acho que as músicas têm o momento certo para acontecer, se não vira lado B, música boa guardada pra sempre e restrita ao meu universo e termina morrendo ali. Eu pretendo sim trabalhar com calma cada música, como eu tenho feito, e vou me manter nessa história.”

Falando em futuro e novidades, Claudinha também nos detalhou como está a preparação para o seu carnaval 2019, que terá como tema a Amazônia. “O tema do meu carnaval será ‘O Coração da Amazônia’ e agora eu estou muito envolvida no processo de criação. Focada em tudo que eu posso buscar, não só na parte criativa, mas estou mergulhando um pouco mais, quero aprender mais e quero ser um veículo de informação, que eu acho que é muito importante. É um recurso que a música me dá, que o palco me dá. Quero falar de sustentabilidade. A gente tem um projeto em andamento e vai ser de uma forma lúdica, natural, bonita. Eu quero saber mais da cultura do Norte. A gente tem ali, no coração da Amazônia, muita poesia, muita arte, coisas que eu sabia e até já usei para inspirar meus figurinos e para fazer minhas músicas, mas tem outras que eu não conhecia. Estou me apaixonando a cada dia e tem me trazido renovação mesmo.”