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Entrevista: Billie Eilish fala sobre seu incrível ano premiado, turnê sustentável e vinda ao Brasil em 2020

Por Pamella Renha

O ano de 2019 tem sido importante em termos de representatividade para o mercado feminino pop. Mulheres como Lizzo, Ariana Grande e Taylor Swift dominaram as playlists das principais plataformas digitais, conquistaram as paradas mundiais e foram reconhecidas em muitas premiações. Por acaso você sentiu falta de um nome nesta lista? É claro que Billie Eillish não poderia ficar de fora, mas a gente a deixou de fora de propósito!

A cantora de apenas 17 anos superou qualquer expectativa a seu respeito, arrebatou 2019 com suas composições, estilo e ideias e foi eleita como “Artista do Ano” pela Billboard e pela Apple Music. Billie chegou a tirar o número um de Tyler, the Creator da Billboard recebendo um grande elogio do rapper em seguida e no American Music Awards. “[Fiquei em número 1] Até que a Billie Eillish me ultrapassou na próxima semana! Ela é poderosa e apareceu do nada. Eu acho o seu álbum muito bom.” disse ao programa Beats 1 da Apple Music.

Este ano ela ganhou não só o AMA’s, liderou rankings do Spotify, EMA, recebeu vários prêmios como artista revelação e para 2020 pode iniciar o ano com seis prêmios Grammy Awards. Com tantos feitos a gente pode dizer que foi uma honra receber o convite para conversar com ela! Batemos um papo descontraído, acompanhado da risada deliciosa da jovem, sobre o ano premiado, turnê sustentável e o quão importante é o Brasil entre seus fãs.

Os shows de Billie Eilish no Brasil estão marcados para 30 de maio no Allianz Parque em São Paulo e 31 de maio na Jeunesse Arena no Rio de Janeiro.

Billie Eilish no American Music Awards 2019 / Foto: Getty Images (uso autorizado POPline)

Parabéns por todas as indicações em prêmios. Só de Grammy foram seis, né?
Sim, isso mesmo! (risos)

Como que foi isso? Você acordou e UAU…  6 indicações!
(risos) Sim! Acordei, minha mãe entrou no meu quarto e me listou todas as indicações e depois me contou as indicações do meu irmão. Foi um momento muito fofo. Foi um dia muito fofo.

E você está nervosa?
Hmmmm.. eu não sei. O Grammy é a maior premiação! Tem esse tipo de nervoso., mas eu não acho que seja nervoso. Acho que não estou. Eu escutei muitas coisas boas sobre o Grammy, tipo muitas coisas boas mesmo. E essa é a grande questão pra mim, porque muitas das vezes pessoas não são tão fãs, dessas coisas grandiosas. Mas para esta premiação eu to muito confiante e muito animada! Não sei, só estou bastante animada.

Isso é ótimo! Com quase 18 e tendo este controle todo. Queria ter tido este controle quando eu tinha a sua idade também.
(risos)

Eu ouvi dizer que foi a sua primeira apresentação numa premiação, foi no AMA’s. Como foi essa experiência? Como você teve a ideia desta apresentação?
Foi muito divertido! A ideia da performance veio da companhia que eu faço um monte de trabalhos ao vivo com eles e a gente queria fazer a apresentação baseada no videoclipe. Então no palco ficou basicamente uma réplica do clipe. A primeira coisa que eu disse quando me perguntaram sobre eu queria a apresentação, eu disse que queria fogo, fogo, fogo e mais fogo! Eu só quero fogo! No final acabamos usando muito… fogo!

Falando do AMA’s. Eu achei muito querido do Tyler, the Creator te apresentar dizendo que uma menina de 17 anos, que se veste como um ‘quarterback’, pegou o título de álbum mais vendido.
(risos)

Eu achei muito fofo! Parabéns!
(risos)

Então você está prestes a fazer 18 anos e vai começar a Turnê Mundial “Where do we go World Tour”. Como que vai ser isto e o quão verde será?
Eu tô bem animada para a turnê! Estamos trabalhando para ser a turnê mais sustentável possível. Acho que ainda não sei o suficiente sobre ser o mais sustentável que podemos ser então eu estou aprendo desenvolvendo essa turnê, estamos trazendo um cara de uma empresa chamada REVERB para nos auxiliar as maneiras mais éticas de realizar algumas das coisas. Por exemplo, a gente não está permitindo canudos de plástico, nem garrafas de plástico. Apenas garrafas reutilizáveis, vamos colocar lixeiras seletivas. Eu não sei muito sobre, então eu estou aprendendo com tudo isso e ao mesmo tempo tentando ensinar. Estou muito feliz por estar aprendendo mais e sabendo que não estou contribuindo com uma grande emissão de carbono fazendo essa turnê.

Eu acho isso maravilhoso! Eu sou do Rio de Janeiro, aqui foi o primeiro Estado a proibir os canudos de plástico. Aqui substituímos pelos de papel. Ou você traz o seu, de metal.
WOW! Isso é incrível! Eu gostaria que pudéssemos fazer isso!

Bem você verá isto no seu show do Rio! Isso certamente irá acontecer aqui!
Vou amar isso! (risos)

Percebi que o contrabaixo está sempre muito presente nas suas composições. De onde veio isso? Eu vi em algumas entrevistas que você ama o baixo, eu amo o baixo também! Acho que é por isso que amo tanto as suas músicas.
(risos) Fico feliz em ouvir isso! O baixo sempre foi, olha eu nem sei te dizer… É um ponto fraco meu. Eu amo a sensação do baixo, o som dele. Ele carrega muita coisa, não há muitos sons que você consegue sentir no peito e baixo é um desses sons. Um dos poucos sons que tem essa sensação. Eu sei lá, amo muito baixo. Eu gostei de saber que você ama também!

Eu amo o baixo, você também. Eu sou vegana e você é vegana também! Mas você tem 17 e eu tenho 29! Como que foi isso pra você?
UAU! Eu cresci vegetariana. Então eu sou vegetariana a minha vida toda porque meus pais me educaram a ser. Me tornei vegana há uns 5 anos. E para ser honesta com você, naquela época eu não ligava para a causa. Eu me tornei porque odiava o meu corpo e achava que ficaria mais magra. Aí quando eu me tornei vegana que eu soube como a indústria da alimentação é horrível, de como é terrível com os animais. Você só percebe quando você vê. A indústria de laticínios e da carne, é tão ruim para os animais. É louco pensar que isto não é ilegal. Isso é muito chocante para mim. Outra razão por eu ser vegana é por causa da minha pele. Ela não reage bem a laticínios. Eu acho que é assim com um monte de gente, mas eles não querem acreditar nisso. Antigamente eu sentia muitas dores de barriga quando consumia laticínios. É eu tenho milhões de motivos, mas acima de tudo nenhuma das razões anteriores tem tanta importância quanto a crueldade animal.

A parte boa é que aqui no Brasil você pode comer muito feijão. Então eu espero que você goste de comer feijão!
Ahhhh! Eu amo feijão (risos)

A gente não tem muitos tacos e burritos, mas temos bastante feijão e arroz! É bom também, espero que goste.
Yuuuuum…

Foto: Divulgação

Você está com quase 18 e vejo as pessoas te perguntando, ‘você escutava Justin Bieber, Green Day’, essas coisas. O que você tem escutado? Algum artista novo?
Ahhhh boa pergunta. Eu tenho escutado muito, peraí deixa eu olhar… Tem essa banda que o meu pai me mostrou, que se chama Big Pig que tem uma música chamada “Lie to Me”. Sabe, eu estou escutando muitas coisas antigas também. Óbvio os Beatles, o tempo todo aliás. Tem esse artista que eu amo muito que se chama Tekno. Toda vez que alguém me pergunta que música eu gosto sempre falo dele, nunca me canso do som. Realmente nao tenho escutado muita coisa nova, estou re-ouvindo coisas antigas que cresci ouvindo.

Muitas pessoas aqui no Brasil te amam e estou esperando MUITO por esse show. Aqui no POPline, quando os leitores estão a procura dos artistas o seu nome fica no nosso Top 3.
Uau.

Muito bom saber que você está vindo ao Rio e a São Paulo. Você já escutou algo sobre os fãs brasileiros? O que você espera de nós?
Bem, minha primeira base de fãs começou no Brasil, de verdade. A primeira conta ou talvez a segunda de fã clube foi brasileira.

Meu Deus!
A gente ficou aguardando pra ir aí. Esperando mesmo. Porque a gente quer fazer o mais especial possível. A gente poderia ter ido no inicio de tudo, mas eu queria esperar que apenas ir na hora que valeria mais a pena, sabe? Eu estou muito feliz em ir, não tenho ideia do que esperar. Todo mundo que eu conheço que já tenha ido ao Brasil teve uma experiência incrível e os fãs foram maravilhosos. Eu nunca fui ao Rio e sempre estive interessada na cidade, primeiro porque o nome é tão bonito. Acho Rio um nome tão bonito, tô animada!

Espero que você goste tanto do Rio quanto de São Paulo. Bem lá vem a minha última pergunta. Que estou louca para te perguntar: para onde todos nós vamos quando dormimos?
EU NÃO SEI (risos)! Você que me diz. É isso que eu tô tentando descobrir!

Eu tô tentando descobrir desde o dia que você lançou o álbum! Pra onde vamos?
É uma boa pergunta, não é?

Ouça na íntegra, sem cortes: