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Entrevista: Alessia Cara fala sobre novo álbum e como usa sua música para cicatrizar problemas pessoais


Alessia Cara é uma canadense de apenas 22 anos que surgiu em 2015 com seu single “Here”, música que foi se destacando aos poucos e a apresentando para o cenário mundial. Mas quem era ela? Ela é totalmente diferente do que se espera de uma cantora pop. Pouca maquiagem, sem grandes figurinos, ela parece mesmo uma “garota normal”. Sua aparência é um reflexo do quanto Cara é transparente em suas músicas, tocando em assuntos íntimos, mas que muita gente se identifica.

É mais uma amostra desse tipo de música pessoal que teremos no novo álbum “The Pains of Growing”, que será lançado no dia 30 de novembro. O Portal POPline conversou com a cantora para saber mais sobre essa nova fase.

Vou começar já perguntando uma coisa que eu acho que todo mundo quer saber… Você vem ao Brasil?
Bem, eu não sei ainda… Eu adoraria ir! Eu vou entrar em turnê no próximo ano e eu espero que eu consigo encaixar uma data no Brasil, eu amaria!

Seu novo álbum, “The Pains of Growing”, sai em poucas semanas. O que faz esse álbum especial?
O mais especial é que é muito íntimo, então eu estão muito animada para que as pessoas conheçam parte do meu coração e da minha vida. Eu acho que isso é o mais especial que eu poderia dar para meus fãs.

Qual é a faixa mais pessoal do álbum?
Todas são bem pessoais, mas eu destaco “Not Today” e “A Little More”.

Você acabou de liberar “Not Today”. Eu adorei, por sinal! Me conte um pouco sobre essa música…
Oh, obrigada! “Not Today” é sobre um período de minha vida que eu estava me sentindo muito pra baixo. Depois de passar por isso eu senti que deveria escrever sobre, porque eu queria dizer para mim mesma que às vezes é ok não estar feliz. Eu estava tão triste porque eu não conseguia ter aquela energia para a felicidade, sabe? Eu acho que muita gente se sente dessa maneira, então eu queria escrever essa música que realmente expressa que é normal ter momentos tristes.

Em 2018 você ganhou Grammy de “Best New Artist”, uma grande honra. Você acha que ter um Grammy fez as pessoas esperarem mais de você?
Não realmente, eu não me sinto pressionada por isso. Eu acho que é incrível ter um Grammy, mas eu não quero colocar isso em foco como prioridade, isso não é tudo. É lindo, é recompensador, mas não é tudo. Então eu tento não colocar mais pressão nisso do que deveria ter.

O sucesso mudou o jeito que você faz música?
Eu nem penso nisso, na verdade. Eu escrevi um álbum antes mesmo do Grammy e não foi diferente.

Você está nervosa sobre como as pessoas vão receber o disco?
Sim! Eu diria que não estou tão nervosa, estou mais animada, mas eu fico nervosa sobre tudo! Então estou tentando focar na animação para ficar mais tranquila.

Todas as músicas do seu álbum são de autoria própria. Isso é muito importante pra você?
Escrever todas as músicas é superimportante! É essencial porque, primeiro de tudo, eu queria me provar como uma compositora. Além disso, acaba que o álbum fica mais pessoal e sincero do que ficaria de outra forma. Só escrevendo eu posso ter 100 % de certeza que é um álbum sobre minha vida.

Nos já conhecemos os singles “Growing Pains” e “Trust My Lonely”. Como você acha que essas músicas introduzem o trabalho e se conectam com os fãs?
“Trust My Lonely”, por exemplo, eu escrevi bem no começo do processo falando sobre minhas inseguranças. Foi uma maneira de dizer para os meus fãs que a insegurança faz parte, você tem que se aceitar do jeito que é e vai ficar tudo bem. No final das contas, eu compartilho os mesmos objetivos com meu público, de segurar as pontas e ter uma vida legal. Então é isso, eu já quis chegar falando que a vida é difícil, mas que somos fortes pra enfrentar e vai ficar tudo bem.

Depois do EMA, que aconteceu na semana passada, eu vi que você ficou um pouco incomodada com os comentários maldosos sobre seu visual no Twitter. Como você lida com isso?
Sim, mas isso não significa nada para mim, porque as pessoas ficam falando da maneira que eu me visto desde o que começo e continuam criticando. Agora eu consigo ver que esse tipo de crítica vem de gente que está sempre tentando achar algo para criticar, mas na verdade as diferenças que tornam uma pessoa única, especial. Naquele momento eu quis me defender, porque, a primeira coisa, tem significado pra mim. E segundo, eu posso vestir o que eu quero e não ficar tentando parecer outra pessoa. Ser autêntica é uma maneira de mostrar minha arte, espero que um dia as pessoas entendam isso melhor.

Você tem noção do quanto você é uma inspiração para seus fãs?
Eu acho que sim, mas também sou inspirada por eles. Eles que me fazem seguir em frente e acreditar realmente no que faço. Eu sei que eles estarão do meu lado, não importa a situação. O jeito que eu aparento nunca importa para eles, porque sabem que eu sou uma boa pessoa e artista. Isso é muito gentil e eu sou muito grata.

Tem alguma coisa na sua carreira que você ainda não fez, mas gostaria de fazer?
Eu diria que, talvez, cantar com artistas como Coldplay ou John Mayer, pessoas que me inspiram.

Você faria uma peça musical no teatro, por exemplo?
Sim, eu fazia isso na escola e toparia fazer novamente.

Qual é a sua parte favorita do seu trabalho… Escrever, gravar em estúdio ou fazer apresentações ao vivo?
Eu amo escrever, esse é o melhor momento para me conhecer. Mas gravar é bem legal, é lá que eu vejo uma música ganhar vida. Performar é quando eu sinto o retorno direto dos fãs.

E teve uma performance que você fez e marcou mais?
A do VMA, eu diria. Eu pude mostrar para o mundo o que eu sou, além de passar uma forte mensagem. Mas todas as performances são marcantes.

Pra fechar o papo, você quer mandar uma mensagem para seus fãs brasileiros?
Eu adoraria ir ao Brasil muito em breve, mas vamos continuar nos comunicando pelo Twitter, assim ficamos mais próximos. Eu sei que vocês estão do meu lado desde o começo, então realmente me importo com vocês e quero estar mais próxima possível.