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Empoderamento feminino é a marca de “Reflexo”, novo DVD de Maiara e Maraisa

Foto: Divulgação

Maiara e Maraisa soltaram nesta sexta-feira (30) a primeira parte do novo registro ao vivo Reflexo, gravado no Espaço das Américas, em São Paulo, em outubro deste ano. A inspiração para o título deste terceiro DVD vai além da semelhança física das gêmeas, pois representa também uma nova fase das cantoras, mais maduras e seguras. E as letras refletem o empoderamento feminino, legitimando o direito de cada mulher assumir seu poder individual.

Curiosamente o DVD traz participações exclusivamente masculinas: uma das duplas mais bem sucedidas de 2018, Zé Neto e Cristiano aparecem na faixa de abertura, “Traí Sim”, e assumem o papel do homem que abandona a mulher em casa. Esta, por sua vez, se vê no direito de buscar quem valorize sua dedicação e admite a “pulada de cerca”. Não é comum na história da MPB uma mulher assumir a postura de “infiel”. E as irmãs espertamente invertem este processo e colocam a figura do “macho” em seu devido lugar.

Mas elas também podem ser vulneráveis, mas nunca submissas. Em “Bebo Um Litro e Choro Três” elas dividem os vocais com Jorge e Mateus. Assumem sentir falta do ex-namorado, mas decidem seguir o próprio caminho, ainda que precisem da boa e velha cachaça para esquecer o cara que as magoou. Em “A Pergunta”, Henrique e Juliano dão voz ao homem que vai para a balada sem a mulher, se arrepende e liga para ela. Já Gustavo Mioto é o cara do coração “grande demais” e que as irmãs deixam de lado em “Meu, Dele, Nosso”.

Entre uma música e outra, Maiara e Maraisa reforçam o discurso da importância da mulher. “É tão bom poder realizar nossos sonhos. E se você realizou pelo menos um, pode ter certeza que tem uma grande mulher por trás disso”, diz Maraisa antes de começar a cantar “Separada”, uma das canções lançadas antecipadamente e ponto alto deste registro. A letra retrata a vida de milhões de mulheres que separam-se dos maridos, mas que luta e vence suas batalhas na busca de uma vida digna para os filhos e, porque não, para si mesmas.

Se Marília Mendonça ficou conhecida como a “rainha da sofrência”, Maiara e Maraisa pegam um caminho diferente e apostam em músicas mais autoafirmativas. Mulheres — que, acima de tudo, são indivíduos, cada uma com sua história e bagagem pessoal — que tomam para si o comando de suas vidas.