in ,

Em coletiva, Gusttavo Lima faz uma análise da carreira e planeja shows ao lado de Wesley Safadão

Gusttavo Lima é o cantor mais ouvido do Brasil no Spotify
(Foto: Reprodução / Instagram @gusttavolima

Nesta quinta-feira (12), Gusttavo Lima recebeu a imprensa em São Paulo para um bate-papo sobre o lançamento do projeto audiovisual “O Embaixador in Cariri”. Estiloso, o cantor apareceu com um look escuro e chapéu, mais sóbrio que os que utiliza no palco, mas afirmou estar gostando de usar os sobretudos e assim criar uma espécie de “identificação visual”. Atualmente com o maior cachê entre os artistas brasileiros (cerca de R$ 600 mil), Gusttavo falou sobre os planos pra 2020 que incluem shows conjuntos com Wesley Safadão, a influência da bachata no sertanejo, a importância da família e o amadurecimento nesses dez anos de sucesso.

A influência da bachata, ritmo musical originária da República Dominicana na década de 1960, tem sido uma forte influência no trabalho de Gusttavo Lima e ele aproveitou para fazer uma análise sobre os momentos de virada dentro do sertanejo.

“A música sertaneja teve dois grandes pontos altos. Nos anos 1990 tínhamos Chitãozinho e Xororó, Zezé di Camargo e Luciano, Leandro e Leonardo… Até então a música sertaneja era uma coisa mais sofrida. De 2004 pra cá o sertanejo ganhou uma nova cara com Edson e Hudson, César Menotti e Fabiano, Victor e Léo, que começaram a popularizar o sertanejo universitário. Mas daí ficamos 13 anos fazendo as mesmas coisas, os mesmos arranjos, as mesmas viradas de bateria e sanfona… Teve a explosão do arrocha por volta de 2011 e todo mundo começou a investir naquele estilo. E daí me bateu a vontade de fazer algo diferente do que todo mundo tava fazendo.

Acho que a bachata foi uma grande sacada pra gente poder fazer algo que pudesse trazer mais musicalidade, mais elementos, com letras e melodias mais trabalhadas. A bachata não tem bateria, sanfona, esses elementos do sertanejo. Praticamente criou-se um novo estilo em cima das guitarras, das melodias. Todas as músicas que a gente lança o começo é diferente do meio. O solo do início é um e o do fim é completamente diferente. Nos permite colocar instrumentos que não cabem na música sertaneja como trompete ou trombone. São músicas que não têm uma métrica definida.”

Depois do “embaixador” gravar em Barretos e em Cariri, ele não entrou em detalhes, mas deixou uma pista de onde poderá ser o seu próximo DVD: Minas Gerais, sua terra natal. Entretanto, Gusttavo explicou porque decidiu gravar em Cariri.

“Esse meu momento no Nordeste tem sido tão gratificante, cara. Eu já tinha me apresentado na ExpoCrato em 2018 e fiquei surpreso com a estrutura de um festival no interior do Ceará. Daí comentei com minha equipe que queria voltar pra gravar um DVD lá. Eles não levaram muita fé. Mas o público do Nordeste é tão carinhoso, te acolhe muito bem… Essa simplicidade deles é muito parecida com a minha que nasci em Minas Gerais e moro em Goiás há 13 anos. Já tinha gravado alguns CDs e DVDs nas regiões Centro-Oeste e Sudeste. Tava na hora de ter um produto feito no Nordeste. Foi um presente que eles me deram de poder eternizar esse momento. Toda caracterização do cenário, das imagens, relembrando caatinga, falando do povo sofredor do Nordeste, fala da minha mãe, a participação do Fagner, pra mim um dos maiores nomes da MPB… Pudemos pegar tudo isso que o Nordeste tem de bom e registramos em um produto que vai ficar pro resto da vida.”

E falando das coisas boas que o Nordeste produz, Gusttavo comentou sobre uma possível parceria com Wesley Safadão, desfazendo assim uma polêmica ocorrida em julho nas redes sociais. Ao ser indagado, ele respondeu:

“Vamos fazer grandes shows, alguns eventos juntos. Já estamos estudando algumas praças pra fazermos e vai sair coisa boa. Wesley é um cara com quem eu aprendi muito. É muito ousado, destemido e super inteligente. A gente pode juntar as coisas e fazer um grande projeto e evento. Com certeza acho que vai fazer, sim. E não tem porque não fazer. Ele fala muito bem dentro do estilo dele. E a gente fala muito bem no nosso.Então certamente vai ser uma casadinha maravilhosa.”

A importância do sertanejo para o Brasil em diversos segmentos foi explicado pelo embaixador, uma vez que pode mexer com a economia de uma cidade.

“O sertanejo talvez seja o gênero musical que mais promove empregos no Brasil. Na turnê ‘Buteco’ a gente emprega entre 300 e 500 pessoas. A geração de empregos em cima disso tudo movimenta a cidade inteira. As mulheres vão ao salão de beleza. As pessoas querem comprar uma roupa nova para irem ao show. Movimenta o cara que vai comprar bebidas pro seu bar. Acaba movimentando o mercado inteiro. Enquanto o sertanejo estiver unido, mais a gente vai promover toda essa interação.”

E claro, Gusttavo também falou da importância da família neste momento de tanto trabalho e reconhecimento. Pai de dois meninos, Gabriel e Samuel, e casado com Andressa Suita, ele afirma querer diminuir o número de shows em 2020 para poder ter mais tempo de vê-los crescer e estar mais presente no ambiente familiar.

“Eu comecei a namorar a Andressa em 2012 e já vai completar 8 anos que estamos juntos. Fizemos tudo certinho: casamos e tivemos nossos dois filhos. Depois que a gente tem filho a vida da gente muda. É inexplicável a energia da família! É com eles que eu me sinto protegido, onde me sinto em casa… Quando eu era solteiro não tinha muita seriedade, responsabilidade, não tinha filhos, não era casado. Hoje não. Hoje eu tenho motivo para sair de casa para trabalhar e também para voltar e ficar com a família. Você tem motivos para caprichar e dar o seu melhor.

Penso em levá-los comigo nas turnês quando eles crescerem um pouco mais. Os meninos são muito musicais. Adoram música, adoram violão… O Gabriel canta afinadinho. Mas se eu puder dar um conselho eles não vão mexer com música. Dá trabalho! Vão fazer faculdade. Mas a gente não escolhe… O que eles quiserem ser eu vou apoiar.”

Por fim, Gusttavo fez um balanço desses dez anos de carreira e falou sobre expectativas, frustrações e surpresas:

“A gente nunca sabe onde vai chegar. Temos metas a alcançar, mas jamais imaginei que chegaríamos neste ponto. A gente deve muito ao público que nos acompanhou nesses dez anos de sucesso. Naquela época a gente não tinha uma meta bem definida. As coisas foram acontecendo muito rápido, foram muito espontâneas.”

Ao fim da coletiva, quem apareceu e posou ao lado do maridão foi Andressa Suita, que fez a alegria dos fotógrafos ao trocar alguns beijos com o cantor.