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Duquesa reflete sobre machismo e força feminina no rap: “Não conseguíamos expor nossa feminilidade”

Promovendo o disco "Taurus, Vol. 2", Duquesa subirá ao palco de grandes festivais ainda em 2024. Foto: Instagram/@duquesa

Ver o duo Tasha & Tracie subir nos maiores palcos do país de mini saia foi um marco para Duquesa. As rimas potentes e carregadas de representatividade de Negra Li, Nega Gizza e Kmila CDD também soaram como um divisor de águas para ela. A artista baiana de apenas 24 anos, que finaliza o ano mais brilhante de sua carreira – até aqui -, reflete que se hoje as mulheres podem abarcar suas vivências, a sensualidade e a própria feminilidade no rap, é porque lá atrás outras mulheres pavimentaram o caminho e, nessa construção, criou-se um espaço seguro e de conforto. Em entrevista ao POPline, nesta semana, Duquesa falou sobre o machismo na cena, shows em grandes festivais, planos para 2025 e mais. Confira!

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Foto: Julio Justo

2024 foi um ano bastante movimentado para Duquesa, e repleto de projetos potentes, do jeito que ela gosta. Em maio, a rapper lançou o disco “Taurus, Vol. 2”, encabeçado por faixas-destaque como “Purple Rain” e “Turma da Duq”. Dois meses depois, ela foi até Las Vegas para celebrar sua indicação a “Melhor Novo Artista Internacional” no BET Awards, a maior premiação internacional dedicada a celebrar grandes personalidades afro-americanas.

E, em meio a tudo isso, ela está na estrada com a turnê de seu último disco e também no radar de grandes festivais. Em um dos pontos altos de seu ano, Duquesa subiu ao Palco Supernova do Rock in Rio 2024, no mês passado, para um show energético e que, sem dúvidas, ficará marcado para sempre na carreira dela.

Duquesa vibra com todas essas conquistas, mas sem deixar de refletir que é peça-chave de um movimento de suma importância para a cena do rap e para as mulheres. Para ela, a ascensão cada vez mais notada de nomes femininos no gênero está intimamente atrelada a veteranas do movimento que vieram lutando contra o machismo e a intolerância para que elas e outras mulheres pudessem, cada vez mais, se apropriar de um espaço delas.

“A gente tá dando continuidade ao que outras mulheres do cenário fizeram, um abre-alas. A Negra Li, Nega Gizza, a Kmila CDD também. Eu acho que agora a gente tem um novo formato de linguagem, tanto visualmente e esteticamente, quanto de letra e dinâmica de rima. Acho que antes o cenário era tão machista que acabava que as mulheres que estavam presentes na cena não conseguiam expor a sua feminilidade. Porque era um cenário onde não havia respeito, em que éramos colocadas num lugar muito de ‘mulherzinha’, sabe?”, destaca a artista.

Um outro fator determinante nesse movimento, para Duquesa, é o apoio do próprio público feminino, que passou a consumir e exaltar muito mais o trabalho de outras mulheres, o que consequentemente dissipou um pouco o controle – e uma aprovação e validação – de homens sobre o trabalho que elas fazem.

“Agora a gente tem um público feminino que apoia muito mais as mulheres. Eu percebo que, mesmo antes, quando as mulheres estavam já inseridas ali no movimento, majoritariamente quem escutava essas mulheres e aprovava a qualidade do som eram homens. E agora a gente tem um público feminino muito forte, que escuta mulheres, aprova mulheres, consome, lota os shows, que escuta mulheres muito mais, então acabou essa aprovação de homens. Alguns deles escutam o som que nós fazemos, o que é legal, mas agora há um respeito maior pela nossa estética, linguagem e entender que, olha, ‘eu gosto do trabalho dessa mina, mas ela não está fazendo um trabalho majoritariamente pra mim’. E tudo bem, sabe?”, diz Duquesa, que ressalta que não se trata de uma “guerra de sexos”.

Força feminina no rap e a criação de espaços seguros para mulheres e também para o público LGBTQIAPN+

Assim como Ludmilla e, mais recentemente, Gloria Groove trouxeram como possibilidade ao pagode um espaço mais seguro para que mulheres e também o público LGBTQIAPN+ pudessem curtir com maior segurança, esse movimento também aconteceu na cena do rap. E Duquesa se sente honrada por fazer parte dessa virada, entendendo que uma presença maior e mais expressiva de mulheres no gênero incita o próprio público a fortalecer uma rede de apoio. Inclusive, nos próprios shows.

“A música feita por mulheres abraça muito mais outros nichos, como a comunidade LGBTQIA+, que escuta mais mulheres e se sente mais à vontade de ir ao show de mulheres. Isso é muito importante porque, até então, o machismo era tão grande que essas pessoas não podiam ir pra um show curtir sem serem afetadas negativamente pelo público masculino, que é muito escroto, na maioria das vezes. As mulheres também se sentiram mais à vontade para ir aos shows, entendendo que é um lugar seguro pra ir, pra curtir […]. É um ambiente seguro, porque tem várias outras mulheres ao redor. Então criou-se esse espaço, de curtir a música, se empoderar com as letras, de entender que é um diálogo que você teria com qualquer outra amiga. Acho que isso que mudou o cenário”, reflete a rapper.

O 2025 de Duquesa

Antes desse ano acabar, Duquesa tem outras conquistas para desbravar e, sobretudo, grandes palcos para levar o seu som. No próximo dia 19, ela viaja a Natal para fazer sua estreia no Festival Mada. No dia 9 de novembro, a rapper é atração confirmada do AFROPUNK Salvador. No mesmo mês, entre os dias 23 e 24, ela sobe ao palco da Praça da Apoteose, no Rio de Janeiro, para o MAINSTREET FESTIVAL.

A cantora promete, ainda, entregar um projeto com faixas mais dançantes e, já virando para 2025, ela pretende mergulhar em gêneros ainda não explorados por ela. Uma das intenções já claras para Duquesa é retornar ao R&B, mas, para isso, ela quer antes voltar para as aulas de música. A proposta é superar tudo o que já tenha feito antes, voltado ao gênero.

Ano em que completará 25 anos de idade, para 2025 a artista deseja investir em um novo som, mas, obviamente, preservando a sua essência. “Pede algo mais maduro, mais glamour”, brinca ela, que revelou ao POPline, ainda, que adoraria parcerias com Pabllo Vittar, IZA e Ludmilla.

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