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Drogas, depressão, reviravoltas e talento são assuntos retratados na biografia de Elza Soares, escrita por Zeca Camargo


Elza Soares lançou nesta segunda-feira (12), no Rio de Janeiro, sua biografia autorizada, escrita pelo jornalista Zeca Camargo que retrata a história da cantora que chegou ao fundo do poço, mas emergiu da escuridão como uma fênix graças à presença da música em sua vida. Em entrevista ao jornal O Globo, Zeca Camargo evidencia que Elza Soares tinha tudo para seguir o ostracismo, mas o seu talento falou mais alto: “Esta é a história de Elza que zombou da ziquizira, chamou pra zoeira, tirou da zica e da dor, prazer e luz”, é esse o prólogo do livro. O uso enfático da letra Z foi proposital, segundo o jornalista: “O uso de tanta letra Z ao iniciar o relato sobre essa sobrevivente da fome, do racismo e do machismo no Brasil, que não poucas vezes foi do fundo do poço ao alto do firmamento do showbiz. A vida dela ziguezagueia, era impossível contar essa trajetória de forma linear. Fiz uma biografia tridimensional”.

Além de mostrar a trajetória de ascensão da jovem de 13 anos que lavava roupa para conseguir o sustento diário e se consagrou como uma das maiores cantoras da Música Popular Brasileira, para a construção do livro, Zeca Camargo conseguiu tocar em assuntos bem delicados para Elza Soares, que se despiu dos seus anseios: “No meio dos anos 1980, logo depois que o filho dela com o Garrincha, o Júnior, morreu ( num acidente de carro, em 1986 ), a Elza pira, literalmente: perde o eixo e cai nas drogas. No livro, é a primeira vez em que ela fala abertamente: “Eu subi o morro, cheirei cocaína, eu estava sem saída” — relata Zeca. — No dia seguinte, a Elza pediu para retirar aquilo do livro, porque se sentia vulnerável. Eu disse que ia escrever o episódio dentro de um contexto e dar para ela ler. Ela leu e disse que estava legal. No fim, mesmo os episódios mais dramáticos e talvez mais constrangedores que ela contou entraram.