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Dicionário da música com Pablo Bispo e Ruxell – Parte 2

Foto: Acervo Pessoal

Depois de revelar o que é um Sample, Beat, Drop e BPM, na primeira parte do Dicionário da Música, Pablo Bispo e Ruxell, sócios do Dogz e do selo Inbraza, mergulham no universo polêmico do Plágio, explicam o que é um Remix, Mashup, Pot-pourri e Medley.

A dupla é convidada do POPline.Biz é Mundo da Música nesta edição especial do Guia MM – o seu guia sobre o lado burocrático do mundo da música de uma forma objetiva e direta. Os produtores trouxeram um olhar prático das dúvidas conceituais que surgem na hora de produzir uma música e explicou do jeitinho deles cada um dos termos.

Confira abaixo a segunda parte do Dicionário da Música:

REMIX

Pablo & Ruxell: Remix é a sua óptica de uma obra que já existe. Você vai dar a sua visão para aquilo. A música é incrível porque ela é interpretativa. Eu digo quando a gente faz a música, quando ela sai para o mundo, o significado dela é para quem tiver ouvindo. É o seu e não mais só o nosso. Ela pode ter diversos significados. O remix ajuda a pessoa que tá remixando ali, o produtor, DJ, artista, a dar a sua óptica para alguma coisa que já aconteceu

Tem muita música que foi potencializada pelo remix, ou estourou por causa do remix, ou teve uma segunda onda por causa dele. Tem artistas que fizeram a sua carreira em cima de remixes e samples, como por exemplo o Pitbull. Se você pegasse as músicas dele era sempre uma música que já existia e ele fazia um remix ali, sampleava e dava uma nova ótica para aquilo. O Black Eyed Peas fez muito isso também.

Então, o remix é essa visão, essa ótica de uma outra pessoa, seja um DJ, seja um outro artista para algo que já existe.

Exemplos:

MASHUP

Pablo & Ruxell: Mashup nada mais é do que a mistura de duas músicas. É como se você tivesse misturando duas músicas que tem a mesma harmonia, algo parecido, uma letra que se encaixe ou que você simplesmente quis misturar. Todas as possibilidades são possibilidades.

Mashup nada mais é do que você misturar duas músicas, três ou quatro e fazer um “misturebão” bem bolado. É legal quando você faz um show, por exemplo, tem alguém tocando uma música, do nada entra outra e você fala “caraca, isso é incrível”! Isso se chama Mashup.

POT-POURRI E MEDLEY

Pablo & Ruxell: Pot-pourri e medley são basicamente a mesma coisa, é um termo um pouco mais antigo, a gente não usa tanto mais. Para quem não sabe, pot-pourri é nada mais do que uma junção de várias músicas famosas. Assim como mashup, que eu acho que é uma coisa mais atual, mas é que o mashup ele tem duas ou três músicas.

O pot-pourri você pode por dez refrões do mundo ali, mistura numa produção só, que é a mesma coisa do medley. O medley foi muito mais ali na época do funkão, o “medley de funk”, “medley de Madureira”, “medley de tal”. Então, foi levando para esse lado ali mais dos anos 2000, também do R&B, dos anos 90, vem um pouquinho antes. Mas, basicamente, é um mashup com mais músicas e um pouco mais antigo. A galera não fala mais tanto isso. Mas o significado é o mesmo.

PLÁGIO

Pablo & Ruxell: O plágio é o fantasma de todo mundo. Todo mundo tem medo de fazer. Às vezes você faz algo que você não sabe o que você está fazendo. Às vezes tem uma melodia que parece alguma coisa, mas não é.

Mas o plágio é o terror de todo mundo porque todo mundo tem medo um dia de fazer alguma coisa sem perceber. Muitos percebendo, mas a maioria realmente fica com medo de parecer alguma coisa. E é muito difícil. Muitas vezes é fácil.

Você vai ver “isso aqui parece com isso aqui, é óbvio”. Outras vezes é muito na entrelinha, às vezes é uma harmonia, uma melodia que se parece, mas às vezes tá no inconsciente coletivo da pessoa, do mundo. “Ah, já ouvi tanto essa música na minha infância”, você nem lembrava que seu cérebro 30 anos depois ia fazer algo parecido ali. É normal, acontece.

A gente tem sempre que ficar atento e ligado porque, muitas vezes, pode ser algo natural que você tenha esquecido, mas quando é feito de uma forma maliciosa, maldosa, o plágio se caracteriza por ser uma cópia, ser uma influência descarada de uma coisa que já existe.

Uma coisa é você mergulhar na fonte, nadar e entender: “Ah, eu amo Britney Spears”, nada ali em tudo que a Britney já fez, pega umas melodias parecidas… outra coisa é você pegar “Oops, I did it again” e fazer: “Aí, eu errei de novo”. Nesse caso, você fez exatamente o que que ela fala ali. Outra coisa é você fazer uma melodia que parece Britney, mas não é.

Então, o plágio é um pouco subjetivo. Tem uma parte que é muito clara. “Isso aqui parece muito tal coisa”, mas têm outras que as pessoas falam plagiou, mas não é. Às vezes é a mesma harmonia, às vezes é um timbre parecido e fica ali na mesma atmosfera. É sempre bom você mostrar para outras pessoas que conhecem música, que não conhecem para você entender se é esse caminho, se é um caminho parecido. Sempre mostrando para alguém que você confia, claro.

Clique aqui para ler a PARTE 1 do GUIA MM – Dicionário da Música

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