Karol Conká sempre expôs a luta contra o racismo em sua carreira – seja em suas músicas, entrevistas ou manifestações nas redes. Mas antes do estrelato, a rapper já fazia questão de falar sobre o tema. Aos 18 anos, Conká denunciou o preconceito que sofreu de um professor. Dezoito anos depois, a cena da denúncia, que faz parte de um documentário gravado em 2004, viralizou na web e levantou questões importantes.
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Karol estudava no Colégio Estadual do Paraná (CEP), em Curitiba, e relatou o caso para o documentário “Preto no Branco: Negros em Curitiba”, dos cineastas Luciano Coelho e Marcelo Munhoz.
No vídeo, a professora da artista criticava e explicava uma propaganda de um site neonazista que estava no mural dos alunos da instituição. A cantora, então, decidiu contar o caso.
“Tem um professor nesse colégio, que não vou falar o nome. Mas até o ano passado, ninguém sabia que ele tinha preconceito. Até o momento que só ficou eu e minha prima na sala de aula, estava tocando uma música no recreio e eu disse: ‘eu gosto dessa música’. Aí ele perguntou: ‘você gosta dessa música?. É música de preto’. Então, começamos a discutir”, começa Karol.
“No nervosismo ele falou: ‘preto não é gente’. E ele falou que tinha preconceito racial. Eu cheguei na sala, contei para todo mundo, mas ninguém acreditou”, desabafou a artista.
E a rapper não deixou a ofensa passar: “Aí chegou em uma outra aula e eu catuquei ele para ele falar alguma coisa. Ele falou na frente de todos que eu sou negra e vim ao mundo para servir ele, porque ele é branco. Falei que não tinha obrigação nenhuma de ouvir aquilo. Depois disso a minha mãe me tirou do colégio, foi uma falha. Mas esse ano eu voltei e deixei bem claro que se ele persistir nesse assunto eu não vou deixar quieto”.
Ela ainda fala sobre a importância de se denunciar atitudes como essas: “Muita gente fala que o negro processa para ganhar dinheiro. Não é. Eu não vou querer dinheiro. É só para provar para ele, que ele está errado. E o que ele fez? Me abraçou, passou a mão no meu rosto e disse que fez aquilo para eu me sair melhor no trabalho”.
A vereadora de Curitiba Carol Dartora, que também estudou em tal colégio, foi uma das internautas que compartilhou o vídeo no Twitter.
Na legenda, ela pontuou como cenas como essa, infelizmente, ainda são recorrentes hoje em dia:
O ano é 2004 e @Karolconka estava denunciando casos de racismo em sua escola aqui em Curitiba. Também estudei no CEP e pesquisei sobre a vivencia de meninas negras na escola durante o mestrado e fico muito agoniada vendo o vídeo por saber que essa ainda é uma realidade! pic.twitter.com/ZeDaDOcwSg
— Carol Dartora (@caroldartora13) January 27, 2022
Veja mais tweets sobre o caso:
Karol Conká lacrando desde de novinha com um assunto super importante que é o racismo dentro das escolas, assistam #BBB22 https://t.co/nkCykAaAF5
— Maria || BBB (@RenegadeOfSite) January 28, 2022
Quando ela falou da na cara dele … Lenda. Mas é foda né, você ter que ouvir essas barbaridade que ela escutou e infelizmente está cada vez pior
— William #FreeBritney (@Will_Luke95) January 30, 2022
a língua de chicote é desde cedo pic.twitter.com/KiTpFDpe5u
— gugu comentando sobre o #BBB22 (@refugesophigor) January 30, 2022
Babycita Karol Conká denunciando o racismo que sofreu na escola, em documentário de 2004. #bbb22pic.twitter.com/zAbKRpBWtH
— ℝã ♀️ (@arkeangell) January 30, 2022
Curitiba há muitos anos é um celeiro de neonazistas.
Se no CEP, colégio público e o mais diverso possível, havia racismo, imagine o que acontece em Maristas e Positivos da vida.— null (@null_42) January 27, 2022
o plano da mamacita foi milhões pra desmascarar o racista na frente de todo mundo
— leozinho da 2k (@leormarquez) January 30, 2022
desde sempre dando na cara, ícone
— guiz 🐍 (@aniwinz) January 30, 2022