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Demi Lovato sobre se assumir não-binária: “Foi cansativo explicar”

“Vai valer a pena enquanto houver pessoas que me digam que sou uma inspiração para elas”, disse

Foto: Divulgação

Demi Lovato está radiante em sua nova era rock and roll e recentemente, entregou versões repaginadas de alguns de seus maiores hits na música pop. No entanto, os fãs sabem que ela passou por muitos momentos difíceis para que pudesse chegar até aqui. Nesta terça-feira (13), a diva estrelou a capa da revista GQ Hype e contou sobre seu processo de amadurecimento na indústria e vitória dos vícios.

Foto: Getty Images (Uso autorizado POPline)

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A mudança de sonoridade que passou abruptamente do pop ao rock aconteceu em 2022 com o lançamento do álbum “Holy Fvck”, que assumiu um som mais pesado, ousado e metal, que rendeu os singles “29”, “SUBSTANCE” e “SKIN OF MY TEETH”. Nas faixas, Demi fala sobre aceitação, superação e conscientização sobre saúde mental.

“Isso reflete onde estou no momento em um nível musical. Estou em um momento de muita reflexão, posso dizer que tenho aprendido muitas lições”, disse.

A estrela não deixou de comentar sobre sua experiência com depressão, automutilação, transtorno alimentar e vício com álcool e drogas. Durante a entrevista, ela relembrou a produção de “Dancing With the Devil” – titulo do seu sétimo álbum de estúdio e série de televisão -, onde a cantora expõe o relato do episódio que a levou à beira da morte.

“Eu cresci. Sou uma pessoa completamente diferente daquela vista nos (projetos) anteriores. Queria me envolver nesta produção porque à medida que envelheço penso mais no meu passado. Com este documentário procuro mergulhar no caminho percorrido por outras pessoas que tiveram sucesso jovem na indústria, mas também em mim, a oportunidade de analisar como cheguei a ser quem sou”, declarou.

Outro ponto interessante da entrevista é quando Demi relembra o momento em que se assumiu pansexual (2021) – que significa a atração por todos os indivíduos, independentemente do gênero-, bem como uma pessoa não binária – que não se reconhece nem no masculino nem no feminino. Mas recentemente, ela compartilhou com o mundo que aceitava ser tratada como mulher.

“Eu constantemente tive que educar as pessoas e explicar por que me identificava com aqueles pronomes. Foi absolutamente exaustivo. E esse é um dos motivos que me levaram a também me sentir confortável com o pronome feminino. Eu apenas cansei. Mas por isso mesmo sei que é importante continuar a espalhar a palavra”, afirmou.

Ela também denunciou a falta de espaços neutros para as pessoas. “Eu enfrento isso todos os dias. Por exemplo, em banheiros públicos. Ter que acessar o banheiro feminino, mesmo não me identificando totalmente com ele. Eu me sentiria mais confortável em um banheiro sem gênero. Ou também acontece no preenchimento de formulários, como documentos governamentais ou qualquer outro em que você precise especificar seu sexo. Você só tem duas opções, masculino e feminino, e sinto que nada disso faz sentido para mim. Eu me vejo condicionado a escolher uma mulher porque não há mais. Acho que isso tem que mudar. Espero que com o tempo haja mais opções”, explicou.

“Vai valer a pena enquanto houver pessoas que me digam que sou uma inspiração para elas ou que as ajudei a aprender mais sobre si mesmas e a se sentirem mais confortáveis ​​em sua pele. Isso é o mais significativo para mim. Existem casais queer que ficaram noivos em meus shows e isso é muito especial”, pontuou Demi Lovato à GQ Hype.