Marcius Melhem foi acusado de assédio sexual por Dani Calabresa em 2020, mas nega ter cometido o crime e hoje move uma ação por reparação de danos morais. A atriz e humorista, por sua vez, precisou reviver a história em um depoimento na 22ª Vara Cível do Foro Central de São Paulo. No documento, ela revelou que escolheu silenciar o próprio desconforto na época para não comprar briga com o chefe.
Foto: Divulgação/ TV Globo
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As acusações de Dani Calabresa vieram à tona em uma reportagem da revista Piauí com a seguinte manchete: “O que mais você quer, filha, para calar a boca?”. O texto aborda não só as experiências dela, mas de outras mulheres contra Marcius Melhem, e aponta que houve uma perseguição por parte dele.
Após repercussão, o ator, roteirista e diretor foi demitido da Globo. Insatisfeito, pois alega sua inocência, entrou na Justiça. De acordo com Marcius Melhem, tudo começou depois de uma suposta ficada entre os dois em uma festa. Ele alega que o beijo foi consensual e que teria tentado flertar depois.
“A gente trocava mensagem, eu dizendo que ela estava gata, ela dizendo quando é que eu ia correr pelado, mas assim, coisas normais de amigos”, relatou no documento obtido pela Veja. Dani Calabresa, porém, diz que foi diferente. Ela explicou que Marcius Melhem foi “totalmente mal intencionado”.
“Vinha me encoxando, tentou me agarrar, me agarrou na pista, me agarrou perto do bar, me agarrou no banheiro, me agarrou saindo do banheiro, e eu virava, virava, tentando me beijar o tempo todo, me agarrou e me desrespeitou o tempo todo! E temos testemunhas e amigos, as pessoas viram, a equipe viu! Que até ele me prensou numa parede, e eu falei ‘Para, Marcius, para!'”, disse.
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Dani Calabresa levanta discussão sobre silenciamento em casos de assédio
Em outro trecho do depoimento de Dani Calabresa, ela disse que tentou evitar problemas que a prejudicassem seu trabalho, visto que Marcius Melhem dirigia o núcleo de humor da Rede Globo. Sendo assim, justificou a troca de mensagens de cunho sexual que ambos tinham como uma ‘estratégia’ para não comprar briga.
“Deixa ele me cantar, deixa me chamar de gostosa. Para mim, era uma vantagem. Prefiro continuar brincando com o meu chefe tarado do que comprar briga com ele”, declarou Dani Calabresa.
Esse tipo de alternativa é muito adotada por vítimas de assédio, por exemplo, porque envolve uma questão de hierarquia para além do machismo enraizado na sociedade. Algumas mulheres, assim como Dani Calabresa, escolhem aceitar e manter o silêncio.
Felizmente hoje existem vários canais para denúncia, como o contato com o Disque-Mulher (180). Se você sofre algo parecido ou conhece alguém que esteja na mesma situação, denuncie!
