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Conheça os bastidores da construção da trilha sonora de Cangaço Novo

Foto: Divulgação.

A trilha sonora de Cangaço Novo, série do Prime Video que estreou em agosto, foi assinada por  Beto Villares, Érico Theobaldo & Submarino Fantástico (coletivo formado pelos músicos Otavio Carvalho, Kezo Nogueira, Ingo André e Cauê Gas), com participação de Siba e Allen Alencar.

Aíla&Jader, Getúlio Abelha, Daniel Groove, Rachel Reis e Beto Villares são alguns dos nomes que gravaram e compuseram para o título. Todas as 16 faixas são originais da série e foram compostas, ou tem novas versões gravadas exclusivamente para Cangaço Novo.

Rachel Reis, Aíla&Jader, Getúlio Abelha e Daniel Groove. Foto: Divulgação.

Mas, como é pensada uma trilha sonora para um produto audiovisual? O POPline.Biz é Mundo da Música entrevistou Érico Theobaldo e Beto Villares, compositores da equipe que criou e elaborou a escolha dos temas para a série Cangaço Novo.

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Érico Theobaldo conta que o trabalho de elaboração de uma trilha sonora para um produto audiovisual começa quando já existe um processo de produção. Geralmente, segundo ele, o diretor e/ou roteirista costumam ter sugestões de musicais para a trama. 

“No caso do Novo Cangaço, quando a gente começou a receber o roteiro, o diretor já tinha expressado a vontade de ter Nação Zumbi na trilha sonora. Na série tem muita música tocando em cena de churrasco, no carro ou no radinho, lógico que vai de uma conversa nossa aqui do estúdio com a produção para saber como vamos entrar nesse lugar, se vamos ser realistas, se será usado um tema regional ou algo geral. Na trilha, tem canções de vários lugares, como da Bahia, Ceará, Pernambuco e Rio Grande do Norte”, explica Érico Theobaldo.

Érico Theobaldo. Foto: Divulgação.

Para embalar a trama de Cangaço Novo, a Nação Zumbi regravou o clássico ‘Da Lama ao Caos’, de Chico Science & Nação Zumbi e, através do projeto Manguefonia. A atriz Alice Carvalho, uma das protagonistas da série, gravou ‘Espumas ao Vento’, famosa na voz do cantor Fagner. Rachel Reis é responsável pela faixa ‘Caju’, Daniel Groove interpreta ‘Volante da Maldade’, Getúlio Abelha canta ‘Ilusão’ e Aíla & Jader entoam ‘Me Liga’.

Além da repercussão da série nas redes sociais, a escolha da trilha sonora  de Cangaço Novo também tem gerado comentários:

 

 

 

Mas, antes de mais nada, para chegar nos temas para a trilha sonora, é necessário muita pesquisa. No Cangaço Novo, Kika Carvalho foi a encarregada de destrinchar o universo por onde se passa a trama para entender as canções que poderiam nortear a narrativa. Ela sugeriu alguns nomes de artistas que tinham o diálogo estético da música com a série e as opções foram enviadas para o Amazon.

“Nesse caso, a gente viu referências de música nordestina, contemporânea, a música pop dos piseiros, que tocam nas rádios. Isso permeia não só as músicas que tocam no radinho como a própria trilha, porque essas coisas se misturam.  Essa pesquisa pode demorar um mês, pode perdurar durante o trabalho, porque podem sentir faltas de algumas coisas. Ela não acaba necessariamente, a coisa só acaba de verdade no dia que acaba o prazo, porque até lá pode ter alguém que tenha uma dúvida”, comenta Beto Villares.

Beto Villares. Foto: Divulgação.

Entre os desafios de elaborar uma trilha sonora para uma série que, segundo estima Érico, utiliza em média cerca de 30 músicas por episódio e aproximadamente 200 músicas — que foram aprovadas — ao longo de toda a trama, está achar o tom exato dos temas. 

“Um dos desafios maiores, é sempre descobrir o tom exato, de ironia ou seriedade, nos pontos exatos de trilha, sabe? Quando você entra um pouquinho antes da hora ou quando você atrasa demais, fica um vazio. Então, essa sensibilidade a gente vai tendo e, às vezes, a gente está lá no episódio 5 e ainda dá tempo de mexer algumas coisinhas do 1 e a gente volta, porque alguém conseguiu ver. A gente vai fazendo um monte de coisas e começa a sentir o ritmo das coisas na hora que fica pronta. Então, acertar o ponto é o mais difícil”, compartilha Beto Villares.

Cangaço Novo 

Cangaço Novo é um nordestern que retrata a jornada de autoconhecimento de três irmãos e se mistura a problemas estruturais do Brasil, como o crime organizado, a corrupção e a política. Precisando desesperadamente de dinheiro para cuidar de seu pai adotivo, Ubaldo mal chega em Cratará e já se envolve com o crime organizado. Com sua irmã Dinorah ao seu lado, ele se torna um cangaceiro e líder de uma gangue do novo cangaço. Eles dominam cidades inteiras com armas de grosso calibre causando pânico e terror. 

Cena da série Cangaço Novo. Foto: Divulgação.

Ubaldo, inebriado com o poder e a adrenalina, acredita que pode fazer a diferença. Enquanto ele e Dinorah roubam bancos desafiando as autoridades locais, Dilvânia, a outra irmã, mantém viva a influência de Amaro Vaqueiro, o pai biológico dos três, que é uma figura mítica na região.

Cena da série Cangaço Novo. Foto: Divulgação.

A produção executiva de Cangaço Novo é de Andrea Barata Ribeiro e Bel Berlinck, da O2 Filmes, e de Fábio Mendonça e Aly Muritiba, que também assinam a direção dos episódios. A série foi criada por Mariana Bardan e Eduardo Melo, que também atuam como roteiristas.

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