Sim, você não leu errado. Depois de mais de 10 anos desde o lançamento de “League of Legends”, possivelmente o mais popular MOBA da atualidade, eu me rendi ao game e comecei a jogá-lo. E nesta coluna, a primeira edição de minha coluna de games para o POPline, farei uma análise do jogo e da comunidade, para quem sabe outras pessoas se aventurarem (ou até mesmo terem certeza de que essa não é a praia delas).
Às vésperas do meu 38º aniversário, com 30 desses anos com muito videogame (já que minha primeira memória é do game “Pac-Man” no Atari quando eu tinha 8 anos), pode-se imaginar todas as resistências que eu pude ter com “League of Legends”, em principal com a já famosa toxicidade de sua comunidade.
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Mas venho por meia desta análise afirmar: “LoL” é bom. Pode não ser o melhor jogo do mundo e nem meu favorito, mas o jogo é bom. Porém, sua comunidade conhecidamente tóxica ainda é um problema.
Charisma, uniqueness, jogabilidade e lore
“League of Legends” não é necessariamente o game mais inovador da história. Antes dele, outros jogos do estilo, como “Diablo” e “World of Warcraft”, já faziam bastante sucesso. Mas há um certo carisma e singularidade em “LoL” que chama a atenção e cativa até mesmo o mais resistentes dos jogadores (eu mesmo).
Em um primeiro momento, alguém que chega no game agora, mais de 10 anos depois de seu lançamento, pode se assustar: são mais de 100 personagens jogáveis, cada um com características e habilidades distintas. São muitos itens, que se transformam em outros itens quando fundidos, fragmentos de coisas, runas… enfim. É muita coisa!
Mas não se preocupe, você pega o jeito. “Você tem que jogar pra entender e escolher quais personagens prefere”, era algo que ouvia bastante dos meus amigos “lolzeiros”. E é talvez nessa estratégia de “precisar jogar mais para encontrar seu tipo de jogo”, que “LoL” pode acabar cativando os jogadores.
30 anos de games e muito preconceito jogado de lado para finalmente entrar no mundo de “League of Legends”.
Em sua jogabilidade simples, com uso de poucos botões, “League of Legends” abrange habilidades de todos os tipos de jogadores de iniciantes a veteranos, causais ou “mais sérios”. Mas, ao meu ver, a velocidade do jogo é algo que me irrita, pessoalmente falando. Essa coisa de “clica pra frente, clica pra trás” em um mapa bastante amplo, me faz perder um pouco da paciência (sou do tipo de jogador que se joga na batalha com a “faca nos dentes” e se morrer, é isso aí).
Outros MOBAs (categoria de game de “LoL”) disponíveis hoje em dia, como “Pokémon Unite”, possuem uma velocidade de jogo que me agrada mais, mas isso é mais uma questão pessoal e que, em algum momento, você acaba se acostumando com o “passinho do jacaré” de “League of Legends”.
“TFT”, minha porta de entrada
Apesar de “League of Legends” estar aí por mais de uma década, eu entrei nesse universo através do “Teamfight Tactics”, o auto-chess de estratégia que usa personagens e elementos do “LoL”. Tudo isso com uma boa pitada de sorte que deixa a coisa um tanto quanto estressante (especialmente quando nada do que é planejado sai como queríamos).
Quem me conhece sabe o quanto gosto de games de estratégia, apesar de, no geral, não ter necessariamente 100% de paciência com eles.
Através do “TFT”, acabei conhecendo os personagens, passando horas entre momentos de frustração estratégica (sim, isso existe) e diversão e criando coragem para partir para o game principal e enfrentar a tão temida “comunidade tóxica” do “LoL”.
A comunidade ainda é tóxica?
Talvez o maior problema de “League of Legends” seja realmente a toxicidade de sua comunidade, que pode ser o principal motivo que afasta players mais casuais e que querem só se divertir. Não me entenda mal, esse problema atinge basicamente todos os games online disponíveis hoje, mas em “LoL”, o câncer da toxicidade talvez tenha se espalhado mais fortemente do que a Riot Games (desenvolvedora do jogo) possa até conseguir conter.
Não vou nem falar do cenário competitivo de partidas ranqueadas de “LoL” (que nem me arrisquei em jogar), mas é muito comum o chat ser inundado com palavras de ódio de todo tipo, por qualquer motivo irrisório, mesmo em partidas casuais e até mesmo em “Teamfight Tactics”.
Mesmo com o pouco de tempo de jogo que tenho no game, é fácil me deparar com jogadores que se acham importantes o suficientes para xingar sua vida, sua família, seu gênero, sexualidade, profissão… enfim, basicamente você todo por que ele acredita que você não está fazendo o que ELE acha que você deve fazer.
Nesse sentido, a Riot Games tem muito a trabalhar e talvez essa toxicidade nunca acabe por completo, mas é importante que “League of Legends” se torne um espaço de diversão sem ódio, pelo bem do próprio game.
Em meu caso, por ter jogado sempre acompanhado de pelo menos um amigo, já veterano no jogo, fui poupado de grandes exibições de ódio no chat. E talvez seja essa a solução mais rápida e simples para os jogadores: joguem “League of Legends” com seus amigos, em times, se possível, fechados, e a toxicidade da comunidade pode diminuir bastante a ponto de você não se estressar com o game.
Ainda vale a pena jogar “LoL”?
Com um universo cada vez mais se ampliando, envolvendo séries de TV em animação além de outros games (como RPGs e até games rítmicos), “League of Legends” vale a pena sim ser jogado.
O game segue em constante crescimento e segue cativando o público com seus personagens carismáticos e jogabilidade simples e direta. Sim, a toxicidade da comunidade é ainda um problema e dá pra ser evitado, mas o player mais casual terá que ter um pouco mais de paciência e uma certa “casca grossa” pra enfrentar ataques de ira no chat.
Há sim um grande elemento de raiva e frustração, tanto em “LoL” como em “TFT”, mas isso faz parte de todo e qualquer jogo de videogame, especialmente os online e em times. E no fim das contas, games estão aí para a gente se divertir e nisso, “League of Legends” serve bem. Se for se aventurar nesse universo, cuidado: o conteúdo é altamente viciante.