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Colunista da Folha, cadeirante, escreve texto em apoio ao balé inclusivo da Anitta


Causou alvoroço o anúncio de que Anitta terá um grupo inclusivo de dançarinos em sua apresentação no Prêmio Multishow, marcada para a próxima terça (24/10). Acusada de “querer aparecer” em cima de pessoas com deficiências, a cantora teve que se defender na Internet e esclarecer suas boas intenções – compreendidas pela grande maioria. O colunista Jairo Marques, da Folha de S. Paulo, que é cadeirante, gostou do que viu. Ele publicou uma coluna nesta quinta (19/10) intitulada “Com uma rebolada, Anitta fez mais por inclusão do que qualquer outra celebridade nacional”.

No texto, ele ressalta a dificuldade de divulgar diretamente para o público jovem a necessidade de um mundo mais inclusivo. Anitta, com seu apelo popular, é capaz de fazer isso e em cadeia nacional. “Seria oportunismo da moça para avançar ainda mais em ganhos de imagem? Não sei responder, mas o que é fato é que Anitta dá uma injeção de autoestima, de ânimo e de motivação tanto em pessoas com deficiência como em ‘serumano’ comum que se nega a ser mais inclusivo, em abrir portas de oportunidade para a diversidade”, Jairo escreveu na coluna, “nenhuma outra celebridade nacional tomou atitude tão inclusiva abrindo espaço em seu próprio habitat, o palco, o show, o ganha pão, para mostrar que todos podem e devem dançar, requebrar, a sua maneira (não sendo injusto a Tatá Werneck, que também atua há vários anos com inclusão, mas de outra maneira). O empréstimo de seu carisma à causa da inclusão tem impacto com repercussões sociais inimagináveis”.

O grupo de dançarinos de Anitta terá um modelo plus size, uma senhora, uma paratleta, uma cadeirante e um portador de Síndrome de Down. “Estou doida pra chamar atenção mesmo… pra um assunto muito importante que o nosso povo quase não dá atenção. Pessoas assim têm suas limitações… Mas não é impossível de trabalhar. É preciso adequar agenda, estrutura local, custos, limitação de cada um pra estar dentro de um show inteiro… a gente tenta ajustar tudo isso pra passar uma mensagem legal… pra permitir que pessoas ‘invisíveis’ trabalhem com uma coisa que gostam…”, escreveu Anitta.