in

Claudia Leitte é entrevistada pela Billboard americana: leia a tradução


O lançamento de “Carnaval”, novo single de Claudia Leitte, com participação do rapper Pitbull, rendeu uma matéria na Billboard americana. A cantora foi entrevistada pela publicação e falou sobre seu interesse em manter suas raízes brasileiras, com elementos do axé, na tentativa de carreira internacional – com suporte da gravadora Roc Nation. Segundo ela, seu próximo álbum – voltado para o mercado externo – será uma mistura de sonoridade brasileira com elementos da nova onda latina.

Confira a entrevista na íntegra:

Como foi crescer em sua casa?
Foram doses igualitárias de amor e trabalho. Eu lembro de crescer vendo minha mãe trabalhar o tempo inteiro, o que foi inspirador. Era muito simples, mas tive uma infância maravilhosa. Estou refletindo agora que você me fez essa perguntae tudo que sinto é gratidão.

Por quê?
Porque me fez forte, me inspirou a compor – a compor músicas que canto agora. Era um lugar maravilhoso, cheio de pessoas maravilhosas.

Quais são suas maiores influências musicais?
Tenho várias, mas o primeiro nome que vem à minha cabeça é Maria Bethânia. Ela também é da Bahia, de onde eu sou. É uma cantora maravilhosa. Ela sabe como estar no palco como uma estrela, mas é simples. Seu estilo é simples, mas muito mágico e ressoa. Ela é muito intensa no palco, ela te convida para seu mundo quando se apresenta, e você sente que está vivendo em seu mundo.

Sendo hoje uma das maiores estrelas da axé music, foi uma decisão consciente trabalhar com esse g~enero?
Eu sinto que não escolhi a música, a música que me escolheu. Eu cresci em um lugar em Salvador, Bahia, onde é rodeado de axé music. O ritmo se originou lá. De fato, a maior banda de percussão da Bahia ensaiava toda terça-feira atrás da minha casa. A música sempre esteve lá, literalmente no meu quintal. Não tinha jeito de escapar disso, e eu amo o axé porque é a música da minha raiz. A área em que cresci era muito africana.

Cantar axé é uma maneira de honrar isso?
Claro. A Bahia é muito africana.

Fale de seu novo single, “Carnaval”, com Pitbull.
É um presente para mim. Pitbull chegou à minha vida quando eu estava no meio das negociações para a última Copa do Mundo, para a cerimônia de abertura. Nós nos tornamos amigos, e ele me apresentou essa música, que me pegou de primeira. Trabalhamos muito duro para deixar um sabor brasileiro no fundo, porque também tinha que soar como música pop. É inglês, é espanhol, é totalmente diferente.
Eu estava muito focada em manter minhas raízes, manter a bateria, os sons do Brasil e da Bahia especificamente. Foi muito importante para mim manter elementos do axé. Trabalhei nessa música por dois anos. A masterização, a mixagem, tudo isso foi muito diferente. Eu aprendi muito nesses dois anos em que trabalhei na canção. “Carnaval” é o reflexo de tudo de onde venho.

Você acha que é uma candidata para a Copa do Mundo deste ano?
Não tenho certeza. Nunca falamos sobre isso, na verdade. Mas estou muito aberta. “Carnaval” é para o mundo. Acho que todos merecem fazer parte dessa festa. É muito parte da cultura brasileira, mas acredito que as duas milhões de pessoas dançando e celebrando o Carnaval no Brasil não são suficientes. O mundo inteiro precisa fazer parte disso.

Quais seus planos com a Roc Nation?
Há um álbum novo a caminho. Não estou exatamente trabalhando nele neste momento, estou trabalhando música por música. Mas, naturalmente, haverá um álbum.

Com toda a música que está acontecendo na América Latina, com todas as fusões e evoluções do reggaeton e do trap em espanhol, você planeja fazer algo mais fora de seu gênero?
Temos um plano de trabalhar fora do Brasil, sim. É mais do que uma evolução. É a hora de reconhecer que precisamos uns dos outros. É muito necessário ouvir outros ritmos de música. Acho que é o que deve acontecer agora, e por isso está acontecendo. Isso levará a outras conversas. As pessoas querem comunicar algo. É assimque fazemos, com música.