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Claudia Leitte é acusada de apropriação cultural pelo movimento negro


A cantora Claudia Leitte vem sendo atacada no Facebook desde ontem, por conta do que escreveu na legenda de uma foto dela em Salvador, parabenizando a cidade. Ativistas do movimento negro a acusam de apropriação cultural por se referir a si mesma como “negalora”. Na foto, a artista havia escrito o seguinte: “Africana da Alemanha, Negalora do Pelô, Nasci em São Gonçalo e… com 5 dias de vida fui morar em Salvador. Hoje eu vivo pelos céus e estradas, mas essa terra continua sendo o lugar que chamo MEU LAR. Obrigada, Deus, por me plantar nessa cidade e me regar com tanta baianidade!”. Foi o suficiente para a confusão.

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Um usuário da rede social rebateu: “Você não é africana e nem ‘nega’. É só Alemanha e ‘lora’ mesmo. Pare com essa palhaçada de querer se apropriar, ser negro não é moda. É resistência”. O comentário recebeu 2,2 mil curtidas e gerou um enorme debate. Outra internauta conseguiu 1,4 mil curtidas ao dizer “Nem africana, nem negra. Tá mais para branca apropriadora. Reconhece tua cor e teus privilégios”. Outra concluiu: “É bonito ser negra desde que você não seja negra hahaha agora quando é pra lutar contra o genocídio do povo preto não vejo ninguém”.

O termo “Negalora” deu título a um DVD ao vivo da Claudia Leitte em 2012. Ele foi cunhado por Calinhos Brown, que escreveu a música “Repente da Negalora”. Vários fãs da cantora tentaram defendê-la explicando isso – que foi um negro que apelidou Claudia assim. Mas os ativistas não quisem saber. “A música é de Carlinhos Brown, mas o erro é dos dois! Estude mais, Claudia”.

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A discussão sobre apropriação cultural é global. Nos Estados Unidos, rappers brancos como Iggy Azalea e Macklemore também lidam com acusações desse teor o tempo todo, pela apropriação do hip-hop. Macklemore, inclusive, lançou uma música em seu mais recente álbum, intitulada “White Privilege II”, no qual trata da questão e reconhece os privilégios dos brancos. Ouça: