Tenho visto tantas negociações sobre catálogos e acho um movimento interessante para a indústria criativa. Mas, afinal, o que estamos vendendo e para quem?
Sou uma fã de catálogos pelo meu histórico à frente de uma das maiores Editoras Independentes do Brasil e de tudo que vivenciei nesse projeto. E o que mais carrego é a importância que um catálogo representa.
As vezes reflito sobre a dificuldade em quantificar e precificar devido a “intangibilidade” desse ativo, afinal não é commodity e o mundo atual, com a democratização da exploração dos conteúdos, trouxe infinitas possibilidades de comercialização, mas ainda sem uma garantia real de resultados.
Em tempos de “lançamentos”, “novidades” e “posições em charts”, a porção mais valiosa do nosso ativo cultural virou moeda de troca. Está errado? Não. Mas vender um catálogo pode ser uma oportunidade de monetização imediata em tempos obscuros. Respeito quem compra, respeito quem vende, mas quando me consultam sempre coloco lado A e lado B.
Estamos fazendo esse valuation em uma situação atípica, tudo pode mudar num futuro próximo, novos acordos, possível ajuste em monetização, então calma. Avalie, analise, consulte, repense. A musica é o ativo dos compositores e dos artistas + produtores fonográficos, negociar na crise é sempre arriscado. Afinal, a regra básica que aprendi na faculdade de Economia, lei da oferta e procura, não é Jean-Baptiste Say?
Viva a música atemporal! E que bons negócios aconteçam respeitando direitos de quem as criou.
Quer saber mais sobre Cris Falcão?
Clica aqui para ler a entrevista completa com a executiva no quadro Gente.Biz, que traz histórias e cases de grandes nomes da indústria da música. Durante a entrevista, Cris revela detalhes sobre como vem transformando desafios em grandes oportunidades durante a sua trajetória e como se tornou referência no meio da música.
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Cris Garcia Falcão é executiva da Indústria Musical há mais de 15 anos. Atualmente é Diretora Administrativa da Ingrooves Music Group Brasil.