A lendária banda britânica Queen é protagonista de uma história de sucesso de streaming surpreendente. Eles continuam sendo o 38º maior artista no Spotify hoje, com mais de 37,6 milhões de ouvintes mensais. Isso é mais do que Kanye West (35,8 m), Beyoncé (32,6 m), The Beatles (24,3 m) e Jay-Z (21,6 m), por exemplo.
De fato, de acordo com o IFPI, o Queen foi o quinto artista gravador com maior geração de receita em 2019 e o sexto em 2018. Tudo isso de uma banda que lançou o último álbum de estúdio há 26 anos (“Made In Heaven”, 1995).
Após entender perceber esse cenário de números gigantescos, o Music Business Wordwilde (MBW) revelou a impressionante quantidade de dinheiro que a música clássica do Queen continua a gerar em royalties a cada ano.
O portal vasculhou as contas anuais da Queen Productions Ltd e descobriu que no mais recente relatório anual, referente a 12 meses até o final de setembro de 2020, o Queen gerou £ 41,95 milhões (aproximadamente R$ 301 milhões nas taxas de câmbio atuais) no período anual.
A empresa, com sede no Reino Unido ao qual o faturamento da Queen é pago todos os anos, é de propriedade conjunta e igual dos três membros fundadores vivos do Queen – Brian May, Roger Taylor e John Deacon – além da propriedade de Freddie Mercury. O relatório ainda revelou que a grande maioria desse dinheiro veio de royalties, que totalizaram £ 41,67 milhões (aproximadamente R$ 299 milhões) no ano.
Segundo a publicação, esses royalties são derivados de uma variedade de fontes, mas, para contextualizar, eles citam um exemplo: US$ 57,7 milhões é o equivalente ao pagamento que um artista poderia esperar receber se sua música fosse tocada cerca de 14,4 bilhões de vezes no Spotify.
Direitos autorais
Os serviços de streaming mostram que, hoje, as gravações master do Queen são propriedade da Queen Productions Ltd e licenciadas mundialmente (EUA/Canadá) pela Universal Music. Já os direitos de gravação do Queen são propriedade da Disney.
Os direitos de publicação da banda, entretanto, são um pouco mais complexos. Eles são propriedade de uma empresa separada do Reino Unido, a Queen Music Ltd, e administrados pela Sony Music Publishing.
Dito isso, de acordo com o MBW, os registros da Queen Music Ltd mostram que ela pagou £ 26,8 milhões (R$ 192 milhões) a “entidades sob o controle dos [membros do Queen]” durante o ano fiscal de 2020 – sugerindo que a receita de publicação musical provavelmente está sendo paga por meio da Queen Productions Ltd.
Bohemian Rhapsody
No relatório fiscal de 2019 (12 meses até o final de setembro de 2019), a Queen Productions Ltd revela que gerou £ 72,77 milhões, dos quais £ 71,53 milhões (R$ 514 milhões) foram de royalties. O sucesso astronômico do Queen no ano fiscal de 2019 foi em grande parte devido a um motivo particular: o super sucesso e vencedor do Oscar “Bohemian Rhapsody”, que foi lançado em outubro de 2018 e foi recheado com as gravações clássicas da banda.
Uma coisa particularmente interessante sobre a recente história de receita do Queen é que mesmo antes do filme chegar, a receita da banda já estava aumentando significativamente. Tanto que no ano fiscal de 2018, a Queen Productions Ltd rendeu quase o dobro do que tinha apenas dois anos antes (£ 21,94 milhões no ano fiscal de 2018 contra £ 12,34 milhões no ano fiscal de 2016).
Em meio ao atual mercado de aquisições da indústria musical feroz, tudo isso levanta uma questão: se o Queen vendesse seus direitos musicais hoje, que tipo de preço isso poderia atingir? Em um calculo feito pelo site, os direitos de royalties do Queen poderiam alcançar a quantia de US $ 1,11 bilhão (R$ 5,20 bilhões).