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Capa da Billboard, Ariana Grande critica sexismo: “amaria ver uma parada com tantas mulheres no topo quanto homens”


Eleita a Mulher do Ano, Ariana Grande está na capa da nova edição da Billboard americana. A matéria reflete o atual momento de sua carreira e de sua vida pessoal. “Eu sou realmente muito sortuda e muito azarada ao mesmo tempo”, diz a popstar. O motivo? Ela conquistou seu terceiro álbum nº1, vive o auge de seu sucesso com “thank u, next” (primeiro nº1 de sua carreira na Hot 100) e, ao mesmo tempo, seu amado ex-namorado Mac Miller morreu e ela terminou seu noivado com o comediante Pete Davidson.

Ariana diz que não tem arrependimentos do início de sua carreira até agora. Tudo fez sentido para trazê-la até este nível. “Cheguei a um lugar onde eu poderia fazer coisas como lançar uma música de surpresa e ela se tornar o maior single da minha carreira”, avalia.

Obviamente, nem tudo foi uma maravilha nessa trajetória. Episódio inesquecível, o atentado ao show de Ariana em 2017 em Manchester a marcou para sempre. 22 pessoas morreram. “Eu não consigo nem dizer ‘boa noite’ para ninguém sem chorar. Eu acho que não há nada que eu tenha mais medo. Quando a vida te testa tão seriamente tantas vezes, suas propriedades mudam. Eu não dou a mínima [para besteiras]. Eu só quero ser feliz e saudável – um dia – e fazer música”, posiciona-se.

Na entrevista, Ariana Grande também falou de sua luta contra o sexismo. “God Is a Woman” é o maior exemplo disso. “Eu amaria ver uma parada com tantas mulheres no topo quanto homens. É muito dominada por homens. É tão fácil para eles. Há tantas artistas mulheres inacreditáveis por aí, que tentam muito mais”, desabafa, “os homens não conseguem aceitar o fato de que as mulheres são um milhão de coisas, e não apenas duas.Você pode ser adorável e brilhante. Você pode ser amigável e boba,e ainda assim forte e indestrutível. Você pode ser profissional, presente, sexual e divertida”.

As maneiras de lançar música que Ariana tem experimentado tem também a ver com isso. Ela soltou “thank u, next” no meio da divulgação do álbum “Sweetener” e, para ela, está tudo bem. “Meu sonho sempre foi ser – obviamente, não um rapper – mas tipo lançar músicas do jeito que um rapper faz. Eu sinto que existem certos padrões aos quais as mulheres pop são submetidas e os homens não. Nós temos que fazer o teaser antes do single e, então, fazer o single, esperar para fazer a pré-venda, o impacto nas rádios antes do clipe, e e temos que fazer o desconto neste dia, e todas essas bostas. Eu sou tipo ‘Bruh, só quero conversar com meus fãs, cantar e escrever músicas, e lançar da maneira que esses caras fazem. Por que eles conseguem fazer discos assim e eu não? Então eu faço, fiz, estou fazendo e continuarei a fazer”, dispara.

Foi exatamente o que aconteceu com “thank u, next”, lançada de surpresa um sábado à noite, porque ela quis e achou correto. Deu certo, né? “Eu não quero fazer o que me dizem para fazer. Eu não quero me conformar com a agenda de uma popstar. Eu quero fazer nos meus próprios termos de agora em diante. Eu quero fazer turnê com dois álbuns de uma vez, então vou fazer turnê com dois álbuns de uma vez. Se eu quiser lançar um terceiro álbum enquanto estiver em turnê, vou fazer isso também! Por favor.O Social House é meu ato de abertura. Você não acha que vamos ter um estúdio no ônibus da turnê? Que não vamos fazer músicas na estrada? Claro que vamos. Eu quero ser capaz de fazer o que é autêntico, honesto e natural. É a única maneira de sobreviver.