O BRIT Awards, uma das maiores premiações do Reino Unido, não vai mais separar suas categorias por gênero. Ou seja, não terá mais “melhor artista feminino” e “melhor artista masculino”. Será uma coisa só a partir de 2022. O objetivo é incentivar o movimento de gênero neutro. Alguns artistas não se identificam nem como homens, nem como mulheres. Logo, ficava difícil de encaixar nas categorias. O Grammy, por exemplo, já tirou essa divisão de gêneros desde 2012.
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Neste ano, por exemplo, os vencedores ficaram assim:
Artista Feminina britânica: Dua Lipa
Artista Masculino britânico: J Hus
Artista Masculino Internacional: Tyler, the Creator
Artista Feminina Internacional: The Weeknd
Agora, esses prêmios serão de melhor “artista britânico” e “artista internacional”, simplesmente.
Depois de muita pressão e pedidos pela mudança, a academia do BRITs finalmente tomou a decisão e afirma que vai valorizar os artistas “apenas por sua música e trabalho, ao invés de como eles escolhem se identificar ou como os outros podem vê-los, como parte do compromisso do BRITs em desenvolver o programa para ser o mais inclusivo e relevante possível“.
O BRIT Awards tem seus nomeados e vencedores por uma academia de mais de 1200 pessoas. Entre elas estão especialistas da indústria musical em mídia, artistas, gravadoras, editoras, promotores, varejistas e outros.
Sam Smith fez o pedido anteriormente
Sam Smith se identifica como gênero neutro desde 2019 e já tinha pedido para que o BRIT Awards mudasse as regras.
Após divulgar uma carta aberta criticando as categorias de gêneros das premiações musicais, Sam Smith, obteve algumas respostas em março deste ano. Foi o início de uma grande mudança. Em comunicado, o BRIT Awards informou sobre a possibilidade de descartar as categorias de gênero, na tentativa de incluir artistas não-binários e mudar a indústria musical.
A premiação afirmou concordar com Sam sobre a questão das divisões, mas que ainda era um tópico em discussão, já que, de acordo com eles, pode trazer consequências negativas também.
“Os BRITs estão comprometidos com a evolução do programa e as categorias de gênero estão sob análise. Mas qualquer mudança feita para ser mais inclusiva precisa ser exatamente isso — se uma mudança acidentalmente levar a menos inclusão, então, ela corre o risco de ser contraproducente para a diversidade e a igualdade. Precisamos consultar amplamente antes que as alterações sejam feitas para ter certeza de que acertamos”, concluiu a organização.
O desabafo de Sam surge a partir do momento em que ao se identifica como uma pessoa de gênero não-binário, onde não se identifica necessariamente nem como homem ou como mulher, fica de fora das entregas dos prêmios, principalmente do BRIT Awards, maior premiação britânica.
“Os prêmios BRIT Awards têm sido uma parte importante da minha carreira, uma das minhas primeiras conquistas foi ganhar o Critics Choice em 2014. Música para mim sempre foi sobre unificação, não divisão. Estou ansiose por um momento em que as premiações possam refletir a sociedade em que vivemos. Vamos celebrar a todos, independentemente de sexo, raça, idade, habilidade, sexualidade e classe”, escreveu.
Que bom que deu certo e esse foi mais um avanço!