Em maio de 2017, o Atitude 67 entrava em estúdio para começar a gravar o primeiro trabalho. O que os sul-mato-grossenses talvez não esperassem é que músicas como “Cerveja de Garrafa” e “Saideira” estourassem no país inteiro. A celebração desses três anos de carreira profissional chega em forma de projeto audiovisual intitulado Label 67, que traz sucessos de trabalhos anteriores e inéditas, incluindo uma faixa bônus que conta a emocionante trajetória da banda.
O POPline conversou três dos seis integrantes da banda – Karan Cavallero (pandeiro e voz), GP (rebolo) e Éric Vinicius, o “Barata” (violão e voz) – e fez uma análise sobre este período de sucesso e o que está por vir.
O melhor grupo, segundo o Prêmio Multishow
Todo artista sonha com a consagração de seu trabalho. Inegavelmente, quando essa conquista acontece por voto popular, costuma ser ainda mais especial. Foi o que aconteceu com o Atitude 67 no último ano, quando foram eleitos o “melhor grupo” no Prêmio Multishow.
Mas será que eles sentem o peso de uma vitória como esta? Karan garante que não. “Somos gratos pelo reconhecimento e este prêmio não pesa. Pelo contrário, dá gás pra fazermos mais shows, compormos mais. É só mais um combustível pra que a gente trabalhe cada vez mais e leve entretenimento para a galera.”
Fato é que ganhar um prêmio deste porte dá mais visibilidade ao trabalho. Se há músicas tocando nas rádios e agenda de shows extensa, o faturamento aumenta. Entretanto, os seis optaram por seguir morando juntos, no melhor estilo “Novos Baianos” e preservando o lado “romântico’ da coisa: partilhar o mesmo espaço e exercitar a criatividade a todo instante.
Por outro lado, o isolamento social fez com que eles ficassem ainda mais unidos. “O fato de morarmos juntos nos dá tranquilidade de pensarmos mais sobre a banda enquanto empresa. Uma coisa é estar na estrada, pegar ônibus, ir pro show, dormir em hotel… Mas estar no mesmo ambiente o tempo todo nos traz outras questões a respeito de música“, explica Karan.
Label 67, o “primeiro grande trabalho”
O novo trabalho é uma espécie de “síntese” com o melhor do material produzido pelo Atitude 67 nesses três anos. Label 67 traz 16 faixas e reafirma a versatilidade sonora do sexteto, que desde o início nunca prendeu-se a um estilo. No projeto audiovisual há participações de Thiaguinho (padrinho musical da banda), Maurício Manieri e Gabriel o Pensador.
“O Atitude 67 é composto por seis malucos do Mato Grosso do Sul e cada um tem seu estilo e seus gostos musicais diferentes. E a gente tenta colocar isso no nosso som de uma forma muito natural. Tem a galera que curte pagode que vem aos nossos shows. Tem os que curtem rap e também chegam. É legal atingir um público tão abrangente.“, conta Éric.
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“Este primeiro DVD é a reunião dos nossos melhores momentos e a gente espera que a galera curta tudo sem moderação e com muito carinho“, completa Karan.
Matando a saudade dos shows
Neste mesmo dia que Label 67 chega às plataformas digitais, o Atitude 67 fará uma live em seu canal no YouTube a partir das 19h. Uma boa forma de matar a saudade dos shows, ainda que com uma plateia virtual. E para atrair mais gente, eles prometem mostrar um repertório novo na Live 67.
“A gente já vai apresentar um show novo nessa live, bem diferente do que vínhamos fazendo na estrada. Vamos mostrar músicas novas também. Só posso adiantar que vão ter várias participações especiais. Vamos tentar elevar o astral da galera“, promete GP.
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De fato será uma noite para matar saudades, sobretudo porque os músicos moram longe de suas respectivas famílias e se ajudam quando a falta de um parente aperta um pouco mais.
“Diria que a maior saudade, além da nossa família, é da troca de energia que temos com o nosso público. A gente está ansioso demais por poder alegrar a noite da turma em casa. Queremos ajudar a mudar um pouco o clima por causa dessa pandemia“, completa Karan.
Seguir o sonho e não mais voltar
Uma das músicas de Label 67 não foi apresentada no show, mas gravada posteriormente em estúdio. “Sonho” fala sobre acreditar em uma certeza que é muito particular de cada um. Entretanto, o Atitude 67 é formado por seis pessoas – o que tornaria a busca desse ideal comum mais complicada. Contudo, a história ganharia novos capítulos quando todos se mobilizaram em definitivo.
“O ponto-chave foi quando todo mundo já estava estabilizado em suas respectivas áreas e decidimos alimentar o sonho de tocar profissionalmente. Era ‘agora ou nunca’. A gente já tinha nossas composições, tocávamos pra uma galera na nossa cidade que já cantava nossas músicas. Foi o que nos fez acreditar que estávamos no caminho certo e fortaleceu nossa ideia“, conta GP.
Enquanto se programavam para tentar a sorte, Pedrinho já havia se mudado para São Paulo e morava com Pompeu, um amigo que não hesitou em receber mais cinco conterrâneos em seu apartamento de dois quartos. Em seguida, o grupo começou a tocar em bares da capital paulista sob a condição de poderem mostrar o repertório autoral. Foi quando o caminho do Atitude 67 cruzou com o do produtor musical Dudu Borges.
“Nosso primeiro contato com ele foi através de uma amiga que estava gravando um disco com ele. Mostramos nossas músicas, mas até então só fazíamos trabalho de compositores. Posteriormente falamos sobre a banda e que queríamos gravar um disco com ele. Aos poucos a relação de trabalho foi mudando até conseguirmos gravar o disco que tem “Cerveja de Garrafa”, “Saideira”, e que ajudou a alavancar nossa carreira”, explica GP.
Próximos desafios
Karan, GP e Éric contam que em três anos de carreira profissional o Atitude 67 tocou em quase todo o Brasil, com exceção de três estados. Para eles é apenas o início da jornada e que há muitos desafios por vir. “Precisamos sair desse momento que estamos passando. Queremos muito voltar aos palcos com este novo show e tentar chegar ao máximo de pessoas que for possível“, espera GP.
Com mais de um bilhão de streamings nas plataformas digitais e diversas certificações, a banda acredita que o balanço desse período é mais que positivo. “Nem nos nossos melhores sonhos a gente imaginaria chegar aqui e ter esse tanto de músicas gravadas. Estamos muito felizes com o andamento de nossa carreira, podendo gravar o que a gente gosta e com um produtor que a gente admira“, finaliza Karan.