As Bahias e a Cozinha Mineira apresenta nesta quarta-feira (27) o novo EP do grupo “Enquanto Estamos Distantes. Composto de cinco faixas inéditas, o disco traz sonoridades que ainda não haviam sido exploradas pelo trio, músicas que servem como uma luva para quarentena e produção própria.
Pode-se dizer que o trabalho é um produto do período de isolamento social que estamos vivendo, assim como Raquel Virgínia, Assucena Assucena e Rafael Acerbi. Entretanto, em entrevista exclusiva ao POPline Rafael, guitarrista do grupo e produtor do EP, garante que foi um processo totalmente prazeroso:
“A gente tava terminando a turnê de ‘Tarântula’, nosso último disco, e eu e a Raquel já tínhamos uma vontade maior de entrar em contato com esse universo de produção. A gente já vinha fazendo algumas experiências, alguns testes, mas assim que começou a quarentena, ficamos preocupados com o que ia acontecer, como todo mundo, e aí a Raquel teve essa ideia do EP! Eu mandei para ela algumas coisas que eu tava fazendo e ela achou que essa era a hora de lançar esse disco.”
“A gente conseguiu de fato fazer tudo e entregar em 15 dias. A gente conseguiu encontrar uma maneira de trabalho, de alinhamento, então fomos produzindo esse EP e ao mesmo tempo ficando emocionados com tudo que a gente tava sentindo em relação à quarentena, a estar distante. (…) No fim, foi um processo super saudável, foi uma coisa que ocupou nossas cabeças por praticamente um mês e nos salvou do cotidiano.”
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Gravação e produção
“Enquanto Estamos Distantes” foi imaginado, gravado, produzido e ganhou forma em pouco tempo através de conversas e áudios trocados pelos três via aplicativo de conversa. O objetivo d’ As Bahias e a Cozinha Mineira era retratar esse momento de distância que estamos vivendo junto a “uma sonoridade que confortasse as pessoas,” como disse Acerbi:
“Essa quarentena está colocando vários paradigmas na nossa frente e nos faz pensar sobre como sairemos depois desse processo e acho que a gente refletiu um pouco disso dentro desse disco, trazendo canções mais introspectivas, mais reflexivas e todas com uma suavidade sonora.”
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A gravação do novo EP foi feita de fato a distância, mas o grupo contou com um arquivo de gravações registradas antes da pandemia de covid-19, que facilitou um pouco os trâmites:
“A gente tava em um processo de se gravar cada dia mais e eu já tinha feito um acúmulo de faixas vocais que elas tinham gravado na minha casa antes da pandemia, então eu usei muita coisa desse momento, estavam bem gravadas. Mas a gente teve também que de fato usar áudio de Whatsapp e se virar e ainda fazer o processo de mixagem, que era outra coisa e talvez a mais difícil a distância,” contou Rafael.
O processo, porém, foi uma realização para o músico, que há muito tempo já estava com vontade de assinar as produções do grupo:
“Nos outros três discos a gente sempre teve a figura de um produtor e faltava muito essa experiência de estúdio, de mexer com softwares e eu fui aprendendo ao longo dos anos e agora foi valendo, né? Risos! Primeira vez que eu realmente assino um trabalho integralmente assim.”
Faixa a Faixa
O EP conta com as faixas “Eu Sei Que Você Gosta de Brincar de Amores” e “Nosso Apartamento”, composições de Raquel, “Forasteira” de Rafael, “Mama” de Assucena e o carro-chefe “Éramos Chuva”, fruto de um camping de composição do qual o grupo participou. Convidamos Rafael para um faixa a faixa, onde ele detalhou o processo de criação de cada uma das músicas. Confira:
“Éramos Chuva”
“Essa é a primeira canção que a gente grava e que não é integralmente nossa. Eu participo da composição, mas ainda há mais três pessoas. Ela inicialmente nasceu em voz e violão, é super delicada e fala sobre essa questão mesmo da distância, da memória do que foi um relacionamento e eu optei por trazer no arranjo dela uma suavidade. Ela lembra um pouco as guitarras mineiras, como se fosse um ‘Clube da Esquina’ atualizado, risos, uma tentativa! É uma das canções mais pop que gravamos até hoje!”
O single já chegou acompanhado de um clipe, que traz participações de Thelma Assis, campeã do Big Brother 2020, a modelo Lea T e as atrizes Taís Araújo e Juliana Paes, entre outros artistas, assista:
“Mama”
“A gente chegou a flertar com alguma coisa de reggae no nosso primeiro disco, mas era um reggae misturado com baião, mas ‘Mama’ foi uma tentativa mesmo de colocar o pé nesse lugar. Essa é uma música da Assucena e ela fala muito sobre palavras, criação, amor e nesta música ela tenta traçar um pouco desse paralelo entre esses conceitos. Ela entra em questões filosóficas super interessantes!”
“Eu Sei Que Você Gosta de Brincar de Amores”
“Essa é uma música da Raquel que traz uma citação à música da Ivete (Sangalo), né? A Raquel é super fã da Ivete e essa é uma música que ela já tinha apresentado pra gente há algum tempo e a gente já gostava. Ela tava em uma versão super clássica, mas a deixamos mais moderna, mais pop… É uma música clássica de amor, super romântica.”
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“Forasteira”
“Essa música é uma composição minha e ela representa muito essa minha vertente de influência da música mineira, mas tentando jogar um pouco mais pro pop também! Essa foi a primeira canção em que gravamos os três realmente juntos cantando as partes da música e dividindo certinho os vocais. Essa canção é como uma conversa, um diálogo de um casal hipotético falando algo do tipo “vamos resolver agora, o que você quer?”. Ela é um pouco sobre isso.”
“Nosso Apartamento”
“Essa é uma música dançante, super de pista, sensual, é a cara da noite paulistana. Esse disco é na verdade bem paulistano, sabia? Essa foi a primeira canção que surgiu com certeza pra fazer parte do EP. A gente já tinha gravado no ano passado, na minha casa… Essa também é uma canção bem moderna e que fala de amor, de estar em um apartamento, de querer se encontrar… São muitas saudades, né? Nesse momento estamos super distantes, mas muito conectados e tem um monte de coisa que ficou parada e a gente tá tentando resolver. Essa é também uma música da Raquel.”